Se a série Game of thrones é realmente boa em algo é trucidar com os corações dos fãs mais ardorosos. Gosta desse ou daquele personagem? Pois é bom saber que ninguém tem sobrevivência garantida ao longo dos episódios da trama adaptada da série literária criada por George R.R. Martin. E, quem não estiver a par dos acontecimentos do fim da quinta temporada, é aconselhável parar de ler este texto aqui.
O fato é que o sexto ano da série televisiva promete, pela primeira vez, uma surpresa para todos os fãs - da tevê e dos livros -, já que a trama adaptada por David Benioff e D.B. Weiss alcançou a trama dos livros, cuja saga ainda está inacabada, e promete surpreender. Dito isso, não se sabe mais quem morre ou quem sobrevive até a sétima e oitava temporada, cuja renovação foi anunciada na semana passada.
E o fim do quinto ano deixou mais mortos do que feridos nesse tabuleiro de xadrez em que se disputa o trono do fictício continente Westeros. Jon Snow (Kit Harington) e Stannis Baratheon (Stephen Dillane), estão supostamente mortos - mesmo que existam teorias de fãs de que o primeiro deva ser ressuscitado, embora nada disso tenha sido confirmado. Até onde se sabe, eles se juntaram ao grupo de queridinhos mortos, ao lado de Ned Stark, Renly Baratheon, Robb Stark, Catelyn Stark e Oberyn Martell.
Outra preferida do público, Daenerys Targaryen (interpretada por Emilia Clarke) termina a temporada em apuros e sem seus dragões por perto para salvá-la. Mais uma para o cemitério de George R.R. Martin?
Enquanto isso, Tyrion Lannister, personagem de Peter Dinklage, conduz com sagacidade a sua busca pela sobrevivência. Bom de lábia e dono de uma das mentes mais brilhantes de Westeros, o anão já salvou o reino do sobrinho de uma provável derrota, fugiu da prisão e, agora, deve governar no lugar da desaparecida Targaryen.
Nada mal para um personagem com caráter duvidoso dos livros, transformado em adorável pela interpretação de Dinklage. É fácil torcer pela sobrevivência do integrante menos amado pela família mais rica da série. Existe algo de carismático em Tyrion Lannister, alguém que prefere usar o cérebro e a sagacidade à espada ou à magia, numa série medieval e fantasiosa.
Perfil
Dinklage se mostra, pelo contrário, um sujeito com os dois pés firmes na realidade. "Eles (assessores e produtores) não me deixam pegar uma água sozinho", desabafa, durante um dia inteiro de encontros com a imprensa, em um luxuoso hotel na beira do mar do Caribe. Derruba uma garrafa d'água, pede desculpas e limpa a própria bagunça.
Ele fala mais da filha do que se permite. Tenta se policiar e garante que, se não fossem os três jornalistas diante dele, continuaria o assunto sobre a pequena Zelig por muito tempo. "Eu preciso parar de falar dela neste momento, gente, sinto muito", diz, quando é questionado se já imagina a possibilidade de ela seguir a carreira do pai.
Peter Dinklage já tinha passado dos 40 anos e estava longe de ser um grande sucesso como ator. "Todos os dias, pensava que essa profissão poderia não dar certo", contou ele, no restaurante de um hotel em Cancún, no México, onde era realizado o Summer of Sony - evento criado pela major para apresentar os lançamentos do ano. Embora tenha mantido trabalhos consistentes, mesmo não em grande escala, desde o independente e elogiado O agente da estação (2003), Dinklage encarava diariamente o questionamento de qual seria o próximo passo. Ao ingressar na série Game of thrones, atual grande sucesso da tevê por assinatura mundial, como o instigante personagem Tyrion Lannister, a vida de Dinklage mudou. Para melhor, obviamente, ele garante.
Mas a entrevista não foi realizada num tom de um personagem (Dinklage) que supera as dificuldades e encontra o sucesso - por mais que a música ambiente, tema dos filmes do James Bond, criasse uma trilha de aventura e suspense.
Durante as filmagens de Pixels, o mais novo longa-metragem estrelado por ele ao lado de Adam Sandler, Josh Gab, Kevin James e Michelle Monaghan, por exemplo, Dinklage teve a oportunidade de levar Zelig consigo em algumas cenas.
Infelizmente, a garotinha não pareceu muito interessada em assistir ao pai empunhando armas de laser "de mentirinha", atirando contra o vazio - os alienígenas foram acrescentados depois. A ideia de uma batalha ainda gerou questionamentos da pequena. "Ela me perguntou: ‘Papai, você me disse que brigar é ruim. Por que você está brigando?’. E tentei explicar que só fingíamos estar brigando. Ela me disse, então: ‘Posso fingir que estou brigando com você?’."
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Ele garante, contudo, que tenta fugir o máximo do personagem da série inspirada nos livros de George R.R. Martin. Em 2014, interpretou o cientista bigodudo Dr. Bolivar Trask no filme de super-heróis X-Men: Dias de um futuro esquecido. Em Pixels, é Eddie, um gamer metido a valentão, que derrotou o personagem de Adam Sandler na infância e é recrutado quando os aliens invadem o planeta em versões dos jogos oitentistas.
"Recebo diversos roteiros com gênero de fantasia, como Game of thrones", explica ele. "Quando se faz uma série por tantos anos, você não quer voltar para o mesmo gênero. Eu, pelo menos, evito isso. Algumas pessoas talvez queiram me ver em situações assim, mas não eu. Não posso interpretar Tyrion o tempo todo."
Dinklage quer a reinvenção o tempo todo. "Não mantenho nada por hábito. Exceto, talvez, quando fumei, ainda adolescente. De resto, vou atrás das boas histórias", diz o ator. "Questiono-me sempre. Nesta manhã, inclusive. Conseguir pagar as contas não quer dizer nada. Não sei o que vou ser amanhã."