

Além da apresentadora, hoje assessora parlamentar, a atração tinha a participação de dois animadores de palco, os palhaços Rapadura e Pituchinha. “Nossa relação era maravilhosa! Tia Dulce, na verdade, era nossa mãe e amiga. Éramos uma verdaderia família. Viajamos muito juntos para shows em circos e eventos em várias cidades de Minas, com sucesso total. Chegávamos nas cidades e éramos recebidos como celebridades”, lembra Jonas Santos, o primeiro Rapadura (foram somente dois) e criador da personagem.

Ele trabalhou na emissora por quatro anos, na década de 80, e sua entrada foi quase um acaso. “Minha Mãe conhecia a Dulce, e me apresentou a ela como o melhor palhaço do mundo (coisas de mãe). Fui convidado, então, a me apresentar na Praça do Papa. Fiz uma fantasia de palhaço e treinei uma brincadeira de perguntas. Foi um sucesso, e aí nasceu o Rapadura que, na verdade, estava adormecido dentro de mim. Então a Dulce me convidou pra ser ajudante de palco”, explicou. A partir daí, o Clubinho, que segundo Jonas era em um corredor, ganhou um estúdio, e depois um auditório. “O Clubinho era um sucesso”.
E eles funcionavam quase que de forma auto-suficiente. “A TV Alterosa não tinha muitos recursos cenográficos. Me lembro que Dulce levava da casa dela e eu da minha coisas para o programa, como bichos e almofadas, e eu até criei um quadro de fantoches, com apoio do Laguna e do Geraldo, que eram a bruxinha Elza e o vovô Tonho. A simplicidade e a autenticidade eram as chaves do programa, além, é claro, da valorização da criança.”
Segundo Jonas, realmente o Clubinho influenciou a criação de diversos outros programas infantis, com o mesmo formato. “O Clubinho foi, sim, precursor de vários programas. Xuxa assistiu ao programa e ficou encantada. Depois disso apareceram vários programas no mesmo estilo. Até hoje pessoas me param na rua, bares, padarias, supermercados e me cumprimentam, perguntam pela Dulce e pela Pituchinha. O Clubinho realmente foi um marco na TV mineira.”

ATUALMENTE
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Mas ele garante que não se esquece do período que participou do programa. “Saudade é pouco... Tenho no coração lembranças de pessoas que foram e são muito importantes na minha vida, como a Tia Dulce, a Cássia Vanessa (1ª Pituchinha), e a Gláucia Valéria (2ª Pituchinha). O Clubinho foi, para muitos, o meio de comunicação informal, onde atores mineiros tinham oportunidade de mostrar seu talento. Por lá passaram grandes atores e diretores, como Ronaldo Boschi, Joselma Luquini, Olavino, Evandro Antunes, Carlos André Mattos, Sandro Temponi, Nancy, e vários grupos teatrais, que tinham a chance de desenvolver e mostrar seu talento”, frisou. “Gostaria muito de ver a TV mineira valorizando mais os talentos mineiros, com programação local. E deixo meu carinho e um grande abraço a todos que um dia puderam sentir de perto estes momentos que foram preciosos para todos nós mineiros.”