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A maioria dos personagens frequenta a protestante 1ª Igreja de Springfield, que tem como líder o Reverendo Lovejoy e, como fiel membro, Ned Flanders. Marge vai todo domingo à igreja e leva consigo a família. Mesmo assim, Homer e Bart não se interessam pelos cultos, chegando a questionar a religião em algumas ocasiões. Os dois até se convertem ao catolicismo num episódio, porém, em outros, se demonstram ateus. Lisa é budista, mas também frequenta a 1ª Igreja de Springfield e comemora festas cristãs.
Em 'Os Simpsons', as religiões não são vistas como guias únicos do modo correto de viver. Pelo contrário, o seriado procura mostrar que as pessoas, mesmo com convicções diferentes, podem e devem conviver em união. No final de episódios, em que há discordâncias relacionadas ao tema, encontra-se uma maneira de ensinar que a tolerância e o respeito são imprescindíveis.
Para Agnaldo Cuoco Portugal, professor de Filosofia da Religião da Universidade de Brasília (UnB), o comportamento dos personagens de 'Os Simpsons' encontra paralelo na vida real. "A religião não é tudo na vida. Apesar de poderem ser exclusivistas, as pessoas têm muitas coisas em comum”, explica.
Portugal ainda afirma que, em geral, o tratamento da religião pela mídia é muito crítico e Os Simpsons não foge à regra. “O seriado ataca a superficialidade do mundo moderno. O Homer é bem esse indivíduo raso, não autêntico, sem riqueza interior. Agora, quando o Homer não gosta de ir à igreja, o criador critica a si mesmo ou a Igreja como instituição? Temos que pensar nisso também”, propôs.