Veio de Shakespeare o apelido com que Roberto Gómez Bolaños ficou conhecido mundialmente: Chespirito, contração afetuosa do termo em espanhol 'Chekspir', foi como o cineasta Agustín P. Delgado chamou o comediante, por enxergar no mexicano a baixa estatura e a genialidade do dramaturgo inglês.
Relembre os personagens mais marcantes de Chespirito
Diretor, roteirista e ator com carreira que abrange cerca de 40 anos, Bolanõs interessou-se pela interpretação ainda na juventude, quando estudava Engenharia na Cidade do México. Começou em publicidade, atuando como redator de rádio, e foi levado por contatos profissionais ao cargo de roteirista, onde dedicou-se a comédias da dupla Viruta y Capulina nos anos 1960.
Estreou na TV escrevendo para programas humorísticos e musicais, ainda pelo canal Telesistema Mexicano, até 1965. Três anos mais tarde, recebeu convite para integrar o departamento de criação da recém-fundada Televisión Independente de México. Na emissora, ganhou espaço de meia hora semanal, ocupado por seu primeiro programa, 'Los supergenios de la mesa cuadrada'.
A atração reunia um grupo de comediantes para comentar notícias recentes, além de apresentar esquetes cômicos. O elenco já contava com atores que tornariam-se celebridades em personagens desenhados por Roberto — Ramón Valdés (Seu Madruga), María Antonieta de Las Nieves (Chiquinha) e Ruben Aguirre (Professor Girafalez) participavam de 'Los supergenios'.
Dentro do horário, Bolaños experimentava suas ideias de roteiros e personagens desenvolvidos com quadros avulsos e, mais tarde, como partes fixas do programa. Foi naquele ambiente que nasceram o herói Chapolin Colorado, o atrapalhado Doutor Chapatín e o menino Chaves, que tornaria-se a obra mais célebre do mexicano e um dos marcos na TV latino-americana.