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O burburinho começou após internautas descobrirem uma página na web chamada "Emma, you are next" (Emma, você é a próxima, em tradução livre). Na página, os hackers criaram uma contagem regressiva, que até esta terça-feira, 23, marcava 3 dias para o vazamento das fotos. Até o momento, a atriz não se pronunciou sobre a ameaça.
Emma Watson fez fama no papel de Hermione Granger na série de filmes 'Harry Potter' (2001-2011). Recentemente, ela participou de longas como 'As vantagens de ser invisível (2012) e 'Bling ring' (2013). Na ocasião do primeiro vazamento, ela foi uma das que criticaram duramente a atitude dos hackers.
Discurso feminista foi estopim
Em sites como o 4Chan, internautas atribuem a origem das ameaças ao discurso de Emma Watson na sede da ONU, no último sábado, 20. Embaixadora das Nações Unidas pelo bem estar das mulheres, a artista convocou os homens de todo o mundo para que integrem a luta pela igualdade de gêneros. Esta atitude de militância teria provocado a ira do grupo de internautas que criou a página com contagem regressiva para vazamento das imagens pessoais de Emma.
Confira trecho do discurso de Emma Watson:
"Homens — eu gostaria de aproveitar essa oportunidade para fazer-lhes um convite formal. Igualdade de gênero também diz respeito a vocês. (...) Eu vi homens que sofrem de doenças mentais, incapazes de procurar ajuda por temerem que isso os fizesse parecer menos machos. (...) Eu vi homens transformados em pessoas frágeis e inseguras, graças a uma noção distorcida do que constitui o sucesso masculino.
(...) Nós não falamos com frequência de homens serem aprisionados em estereótipos de gênero, mas eu posso ver que são e que, a partir do momento em que eles se libertarem, as coisas mudarão também para as mulheres, como uma consequência natural.
Se homens não tiverem a obrigação da agressividade pela aceitação, mulheres não sentirão o dever da submissão. Se homens não precisarem controlar, mulheres não precisarão ser controladas. Tanto homens quanto mulheres deveriam sentir-se à vontade para ser sensíveis. Ambos deveriam sentir-se livres para ser fortes. É hora de compreendermos gênero como um espectro, não mais como duas configurações de ideais opostos.
Se deixarmos de definir uns aos outros pelo que não somos, e começarmos a nos definir pelo que somos — poderemos ser todos mais livres".