A atriz Julie Gayet, suposta amante do presidente François Hollande, teve cancelada a sua nomeação pelo governo francês para um júri da Villa Médicis, anunciada anteriormente pela prestigiada instituição artística francesa situada em Roma em seu site.
O semanário satírico Le Canard Enchaine revelou na terça-feira à noite a nomeação em dezembro de Julie Gayet ao júri da Villa Médicis, a Academia Francesa de Artes em Roma. O site da instituição cultural indicava que a atriz fazia parte desse júri, junto com a artista plástica Anne-Marie Clairet, a coreógrafa Marie-Agnès Gillot e a compositora Lucia Ronchetti.
O grupo ficaria encarregado de selecionar os quinze moradores, pesquisadores ou artistas que vão trabalhar a partir de setembro na Villa Médicis por um período de um ano a um ano e meio. Mas o Ministério da Cultura indicou à AFP na manhã desta quarta que a nomeação não seria concretizada.
"Seu nome foi proposto por Eric de Chassey, diretor da Academia da França em Roma, mas a ministra decidiu não nomeá-la. O decreto não havia sido assinado", indicou à AFP o gabinete da ministra Aurélie Filippetti. Julie Gayet será substituída pela roteirista Emmanuèle Bernheim, disse Filippetti.
Perguntado na tarde de terça-feira sobre sua relação com a atriz, François Hollande pediu respeito à vida privada, limitando-se a admitir que sua companheira Valérie Trierweiler passava por momentos dolorosos. Depois de um conselho de ministros semanal nesta quarta, a porta-voz do governo, Najat Vallaud-Belkacem, chegou a defender a escolha feita pelo diretor da Academia.
Julie Gayet, "atriz, diretora, produtora", era "totalmente legítima para fazer parte de um júri na Villa Médicis", declarou Najat Vallaud-Belkacem. "Se alguns na imprensa decidiram fazer um barulho midiático em torno do tema, eu preciso encerrar este assunto rapidamente para não gerar discussões inúteis", acrescentou.
Entrevistado pelo canal i-Télé sobre esta nomeação, o ministro do Orçamento, Bernard Cazeneuve, se referiu nesta quarta-feira à Julie Gayet como companheira do presidente, mas se corrigiu rapidamente. Hollande "não quis nomear ninguém, sua companheira tem uma atividade artística", disse, repetindo as palavras do jornalista que o entrevistava.
Mas o ministro se corrigiu rapidamente: "Para começar, ela não é sua companheira. Mas eu não tenho nada a confirmar sobre este tema, nada a dizer", declarou.