Sylvie Uderzo denunciou em 2011 uma pessoa desconhecida por abuso de fraqueza sobre seu pai. O conflito familiar entre Uderzo e sua filha começou em 2007, e o que está em jogo é um império financeiro de dezenas de milhões de euros.
Tudo começou quando, em 2007, Sylvie Uderzo e seu marido Bernard de Choisy foram despedidos da Editora Albert René, responsável por publicar as histórias de Asterix, fundada em 1977 após a morte do outro autor René Goscinny.
Sylvie Uderzo, que se opunha à venda da editora ao grupo Hachette (efetivada em 2008), apresentou uma queixa por "abuso de fraqueza", acusando alguns membros da comitiva de seu pai, agora com 86 anos de idade, de tirar proveito de sua condição e influenciar a gestão do seu trabalho e sua fortuna.
O pai de Asterix sempre negou estar em um estado de fraqueza. "É um tipo de assédio. Isso é doloroso (...) Nunca esperava algo do tipo", confidenciou recentemente à AFP. A disputa é acirrada já que Asterix está sentado sobre uma pilha de ouro. O famoso gaulês é o quadrinho francês mais vendido (mais de 352 milhões de álbuns) e mais traduzido (111 línguas e dialetos) em todo o mundo.
O último álbum, o primeiro sem Uderzo, foi lançado em 24 de outubro em 15 países e 23 idiomas, incluindo catalão, galês, escocês e irlandês.
Uderzo, que aposentou os seus pincéis, passou a responsabilidade da criação a Jean-Yves Ferri (roteiro) e Didier Conrad (desenho) para sua 35ª aventura, 'Asterix entre os Pictos'.