Reality show sobre leilões chega à quarta temporada pela TV paga

'Quem dá mais?' explora variações da barganha na tela do canal A&E

por Agência Estado 10/07/2013 16:05

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A&E/Divulgação
Barry Weiss é uma das estrelas da atração (foto: A&E/Divulgação)
Parece até coisa dos personagens surreais de Saramandaia, mas ele diz que é experiência. Darrell Sheets, uma das principais figuras do reality sobre pessoas especializadas em leilões de contêineres e guarda-móveis Quem Dá Mais? - com estreia da quarta temporada marcada para dia 18 de julho, às 22h, no canal pago A&E - afirma ter uma técnica para saber que vai se dar bem na barganha.

“Minha estratégia é: se eu sinto um frio no estômago, compro sem me importar com o preço”, conta o norte-americano de 55 anos, que há 36 compra e revende objetos das competições. Na Califórnia, se os donos dos espaços não pagam o aluguel por mais de três meses, os pertences são leiloados. “Também tem gente que vai morar em outro país e deixa tudo lá. Às vezes, morre alguém e os parentes não querem ir buscar e deixam tudo”, explica. Nos vacilos dos outros, Sheets já arrematou pinturas de Picasso, revendidas por milhares de dólares.

A sorte está quase sempre presente nas escolhas do comerciante, que tem cerca de cinco minutos para avaliar o que está à venda sem conseguir ver tudo antes de bater o martelo. “Uma vez, comprei um guarda-móveis cheio de caixas vazias. Perdi uns US$ 4 mil. Quem acha que vai ganhar sempre não pode estar nesse ramo. Perder dinheiro é bom para você se educar e saber o que está fazendo.”

O que ele adquire vai para um armazém e para o site que gerencia com a família. Sheets vende desde uma cópia em 8mm de King Kong por US$ 10 até gravuras de Frank Gutierrez pela bagatela de US$ 500 mil. Na sede do negócio, ele também deixa em exposição objetos de que não se desfez. “Houve um tempo em que eu guardava tudo em casa e começou a faltar espaço. Agora, está tudo no armazém. Temos um pequeno museu”, contou à reportagem em uma teleconferência com jornalistas da América Latina.

Mesmo com jeito de acumulador, ele jura passar adiante o que sobra. “Se tem algo que não serve, nós doamos”, reforça o norte-americano, que já conseguiu negociar até pedaços de um projeto de foguete da Nasa, encontrados por acaso. Além de se deparar com joias valiosas, às vezes, há dinheiro. “Se você achar dinheiro, claro que não vai contar para os outros nem entregar para a polícia. Eu compro hambúrgueres.”

Além de ter sustentado a família com o esquema de compra e venda ele diversifica o lucro. “Compramos alguns carros caros e invisto também no mercado imobiliário, em ouro e prata”, entrega. Ele dá a dica para quem quer começar no negócio. “A primeira coisa é não dizer que você é iniciante. Eles (veteranos), não gostam de novatos”, ensina. Sheets revela que o clima entre os competidores é tenso. Parte deles leva médiuns e atores para confundir os outros. “Numa das temporadas, tínhamos seguranças armados no set. Hoje, há um pouco de corrupção.”

Os pressentimentos funcionam. “Tenho sonhos (com objetos para comprar) e eles se realizam. Às vezes, falo com minha mulher que precisamos de algo e encontramos depois”, conta. O comerciante garante não ter arrependimentos nas quase quatro décadas de leilões. “A gente sempre se arrepende por qualquer coisa no dia a dia. Não quero parecer arrogante, mas eu sou bom nesse negócio.”

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