Madonna se veste de escoteiro para criticar política anti-gay do movimento em entrega de prêmio LGBT

Popstar entregou troféu de destaque LGBT na mídia ao jornalista Anderson Cooper, da CNN

por Bossuet Alvim 18/03/2013 16:15

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REUTERS/Carlo Allegri
"Eu queria ser um escoteiro mas não me deixaram entrar", brincou a popstar nos Glaad Awards (foto: REUTERS/Carlo Allegri )
Vestir-se como um jovem escoteiro foi a forma que Madonna encontrou para protestar contra o preconceito na entrega dos prêmios Glaad Media Awards, apresentados na madrugada do último sábado, 17, nos EUA. A cantora premiou o jornalista Anderson Cooper, do canal norte-americano CNN, que foi escolhido como destaque da mídia pelos direitos dos homossexuais, bissexuais e transgêneros. A roupa e o discurso da artista serviram de recado à organização mundial, que é acusada pela organização do evento de discriminar membros que não são heterossexuais.

 

"Quando penso sobre as crianças de hoje da América, que estão sofrendo bullying e sendo torturadas, que estão se matando porque sentem-se sozinhas e julgadas, excluídas e incompreendidas, eu sinto vontade de me sentar e chorar um rio de lágrimas", declarou Madonna em seu discurso. Um vídeo sobre diversas formas de preconceito, extraído da última turnê da popstar, foi exibido durante a cerimônia. Nele são relacionados fotos e nomes de jovens norte-americanos que cometeram suicídio após serem vítimas de discriminação sexual.  

 

A cantora ainda comparou os efeitos trágicos do bullying a outras formas de segregação social, como os conflitos de origem política e racial. "Não é diferente de um supremacista branco enforcando um negro em uma árvore antes do movimento pelos direitos civis. Não é diferente de um membro do Talibã atirando na cabeça de uma garotinha que escrevia um blog sobre a importância de se receber educação", exemplificou Madonna.

 

O problema dos escoteiros

Há cerca de um ano, a Aliança Gay e Lésbica Contra Difamação (Glaad) iniciou uma campanha midiática para chamar atenção sobre os casos de discriminação ocorridos no Movimento Escoteiro dos EUA. Em abril de 2012, a chefe escoteiro Jennifer Tyrrell foi excluída da corporação por ser lésbica e revelou que a organização possui uma política interna de rejeição a membros com manifestações homossexuais. Líderes e membros em vários postos da organização demitiram-se em apoio à jovem.

 

Uma campanha da Glaad iniciada no mês seguinte chegou a reunir 300 mil assinaturas entregues no Encontro Anual dos Escoteiros na Flórida, com pedidos para que o grupo pusesse fim ao histórico de discriminação contra homossexuais e pela readmissão de Jennifer. Até o momento, depois de perder patrocínios e acordos de cooperação com diversas entidades em sinal de repúdio, o Movimento Escoteiro ainda não se manifestou sobre a suspensão da política interna.

 

JAMIE MCCARTHY / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
Jornalista dono de 5 Emmys pretende se casar com companheiro em Nova Iorque (foto: JAMIE MCCARTHY / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)
 

Homenageado da noite

Anderson Cooper, âncora e repórter da CNN, foi homenageado pela Glaad na promoção dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros por sua proeminência como homossexual assumido em posição de destaque na mídia norte-americana. Aos 45 anos e com uma carreira de duas décadas, suas reportagens já conquistaram 5 Emmys, o grande prêmio da TV estadunidense.

 

O trofeú da Glaad entregue a Cooper leva o nome de Vito Russo, pesquisador de cinema e escritor que dedicou-se a analisar o modo como a imprensa e o cinema retratavam os homossexuais nos anos 80. A lista de celebridades que já receberam a estatueta inclui a cantora k.d. lang, a comediante Rosie O'Donnell, o ator Allan Cumming, o designer Tom Ford, o fotógrafo David LaChapelle e o cantor Ricky Martin.



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