“Quem não envelhece morre cedo. É a única maneira de viver muito tempo. Não penso muito sobre a idade. Vou levando o barco conforme a maré”, conta Evandro, que comemorou o seu aniversário com amigos e a família. A imagem jovem ele atribui à disposição de viver apaixonadamente. Ainda assim, como lidar com o envelhecimento? “Um dia após o outro. Com menos impacto nas juntas, menos bola nos pés e ‘vamu’ que ‘vamu’”, afirma o Paulão de A grande família.
SAUDADE
Apesar de ter vivido grandes emoções ao longo dessas seis décadas, o saudosismo não é a palavra de ordem do seu vocabulário. “Não fico muito preso ao passado nem com saudade de nada, quero muito a próxima viagem, o próximo show, o próximo CD”, garante Evandro, o que não impede, claro, de cultivar ótimas recordações: “Recentemente a Blitz foi ao Japão e foi maravilhoso ver que músicas compostas há tanto tempo ainda são atuais e não perdem a validade.”
Ter a oportunidade de conversar com Evandro e não falar sobre a Blitz é um erro grave. Vocalista e mentor da banda que surgiu há mais de 30 anos — em janeiro de 1982 — no palco praiano do Circo Voador (que na época era no Arpoador), ele não esconde o orgulho de ser o embrião do Você não soube me amar, A dois passos do paraíso e Mais uma de amor, entre outras. “A Blitz está tatuada na minha alma. Foi uma conquista importantíssima, quando todas as portas eram fechadas pra esse tipo de música. Abrimos o caminho para todas as outras bandas que vieram depois. E profissionalmente é o que me dá mais prazer atualmente”, diz ele, que voltou a fazer shows com o grupo há oito anos.