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Em Paraíso, Carlos Vereza vive o quarto padre de sua carreira

- Foto: Thiago Prado Neris/TV Globo-3/2/09
Rezar missas, fazer batizados, ouvir confissões e dar extrema-unções já são tarefas corriqueiras para o ator Carlos Vereza. Atualmente no ar na novela Paraíso (Globo), o carioca interpreta padre Bento, seu quarto sacerdote em 50 anos de carreira – e 70 de idade. Acostumado aos ofícios da igreja, Vereza afirma, no entanto, que seu personagem é bem diferente dos outros religiosos que já interpretou.

“O Bento é um padre transgressor. Ele acredita em Deus, mas não admite hipocrisia e falsos milagres”, conta o ator, cujo personagem se mantém cético aos supostos dons milagrosos de Maria Rita (Nathália Dill), propagados pela mãe da mocinha, Mariana (Cássia Kiss), e à origem do peão José Eleutério (Eriberto Leão), tido como filho do diabo.

Carlos Vereza estreou na Globo em 1969, no folhetim A ponte dos suspiros, de Dias Gomes. Na trama, viveu um padre queimado pela Inquisição. Na mesma época, protagonizou, como sacerdote, a peça teatral Santo inquérito, também de Dias Gomes. E, anos mais tarde, na década de 1990, foi um padre no extinto programa Você decide.

De família católica – um dos seus bisavôs era um padre italiano –, Carlos Vereza é praticante do espiritismo.
Ano passado, protagonizou a cinebiografia Bezerra de Menezes – O diário de um espírito, de Glauber Filho e Joe Pimentel. Com um orçamento modesto, a fita – que conta a história do médium brasileiro Bezerra de Menezes – foi vista por mais de 500 mil pessoas e já está disponível em DVD. “O espiritismo é uma religião ecumênica e liberal. Não atacamos outras crenças. Nosso Deus é o mesmo de todos”, conclui.

Padre moderno, Bento é, realmente, pouco ortodoxo. Além de contar com a ajuda e com as doações dos fiéis para suas obras beneficentes, o pároco tem um método bastante peculiar de arrecadar recursos para a igreja: disputar partidas de sinuca a dinheiro, no bar do Bertoni (Kadu Moliterno). Exímio jogador, ele sempre consegue arrecadar bons trocados. Sua principal vítima é o rico e metido a valente fazendeiro Geraldo (Lucci Ferreira). Outra característica do personagem é sua preocupação ecológica. Ele se posiciona radicalmente contra o desmatamento da Amazônia..