“Rock and roll can never die”, canta o canadense Neil Young no clássico Hey, hey, my, my. Diante da pandemia, proprietários de casas dedicadas ao gênero em BH lutam para não deixar o rock morrer, como diz o refrão. Lucélio Henrique Silva, dono do Mister Rock Bar, Rodrigo Cunha, proprietário do Stonehenge Rock Bar, e Edmundo Correa e Andrea Diniz, que comandam a Casa Cultural Matriz, buscam novas formas de sobreviver até poderem abrir as portas.
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Conheça Burna Boy, o nigeriano que ganha o mundo com seu afrobeatAlunos da rede municipal do Rio estudam Tom Jobim em aulas remotasWorkshop ensina pratos sofisticados com ingredientes do dia a diaFamoso na noite de BH, Paco Pigalle lança Prato Pigalle na pandemiaO Stonehenge pode receber 410 pessoas. Rodrigo Cunha diz que não vai fechar as portas. “Inauguramos o Stonehenge Rock Cover, formado por uma hamburgueria e uma pizzaria. Foi a saída que encontramos, não para manter o Stonehenge aberto, mas para não deixar as contas se acumularem”, explica.
O dinheiro vindo da hamburgueria e da pizzaria paga algumas contas. “Se ficássemos resistindo igual a muita gente, que promoveu lives e colocou o pessoal on-line, acredito que perderia dinheiro. Preferi pegar o capital que tínhamos e investir em algo viável”, diz.
A casa cancelou 30 shows de bandas de fora. “Traríamos o Vinny Appice, baterista do Black Sabbath, cuja apresentação seria em 9 de agosto”, informa. O empresário diz que teve prejuízo acima de R$ 100 mil. “Ainda bem que as bandas com shows agendados não cobraram multa contratual, porém as contas de luz, água, funcionários e aluguel não param de chegar”, comenta.
Edmundo Correa e Andréa Diniz, donos da Casa Cultural Matriz, também investiram em outras frentes. Uma delas é um delivery de comida natural. “Depois de conversar com o pessoal da Casa do Jornalista, alugamos um espaço lá e montamos o Casa Mãe, mas isso não cobre nem 15% dos custos do Matriz”, diz Edmundo.
A casa, que pode receber 900 pessoas, lançou também campanha de financiamento coletivo por meio da plataforma Evoé. “Tentaremos arrecadar fundos para segurar as despesas por mais cinco meses. Mais para a frente, veremos como agir”, conta ele. A campanha já arrecadou cerca de R$ 40 mil.