“Durante meus 12 anos à frente do restaurante como administrador, ele nunca fechou – nem por obra, nem porque acabou a luz. Ver o restaurante fechado, com as cadeiras para cima, é bem triste. O fato de não poder pegar na mão de um cliente que entra na minha casa é … essa é a minha maior falta”, desabafa Leonardo Almeida Duarte, do Restaurante do Porto (foto).
Embora não possa abrir seu salão e receber os comensais, conforme decreto do prefeito Alexandre Kalil, como medida de prevenção de aglomerações e circulação na cidade, para o combate à epidemia do novo coronavírus, o administrador da casa especializada em peixes prevê um domingo de Páscoa movimentado.
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Para a data de hoje, o administrador previu “força total” no trabalho, embora ressalte o ineditismo da situação. “É uma novidade para a gente. Tenho certeza que ninguém no país já passou pelo que estamos passando agora”.
Fundado em 1978, o Porto segue a tradição de não servir carne vermelha durante a quaresma. O bacalhau grelhado com arroz e brócolis (R$ 215, porção para duas pessoas) é o carro-chefe do menu e a aposta de Leonardo como campeão de pedidos hoje. “Sempre é o mais pedido, porque é o prato mais farto, mais bonito, vistoso e suculento que temos. Tem cliente que diz que é melhor que o de Portugal.”
"Na sexta-feira santa, sábado e domingo de Páscoa, se fosse uma época normal, a gente venderia entre quatro e cinco vezes mais do que num final de semana regular da casa. O movimento chegava a ultrapassar 2 mil pessoas no restaurante. Mas temos consciência de que estamos sendo abençoados porque ainda podemos vender”, diz o administrador. Ele brinca que, nessa fase da quarentena, está atuando como chef, proprietário, telefonista e estoquista do restaurante.
Expectativa
O Badejo, outra casa da capital mineira especializada em peixes, prevê um fim de semana difícil em termos de negócios. “A expectativa é baixa, porque o nosso foco mesmo, no dia a dia, é o atendimento presencial. As famílias gostam de vir ao restaurante para se reunir, tomar um vinho e se esbaldar. Mas tomara que eu esteja errado”, afirma o chef Daniel Dal Cin, na casa há sete anos.
Segundo o chef, a queda nas vendas durante a primeira semana de isolamento social foi em torno de 90%. Já a partir da segunda semana, quando o restaurante intensificou a divulgação do serviço de delivery em suas redes sociais, a vendas cresceram um pouco. “Está sendo cansativo. A gente chega cedo e sai tarde”, diz o chef.
Para tentar aumentar as vendas durante a quaresma, o Badejo apostou em algumas novidades no cardápio, como o arroz cremoso de bacalhau, com creme de leite fresco, parmesão e condimentos (R$ 129, porção para duas pessoas).
A moqueca de badejo e camarão rosa (R$ 198) e a bacalhoada à moda da casa, feita na panela de barro com batata, tomate, cebola e pimentão vermelho (R$ 190) são outras apostas do chefe. “O que sinto mais falta é o cliente me chamar na mesa para elogiar meu menu”, diz Daniel.
*Estagiária sob a supervisão da editora Silvana Arantes
RESTAURANTE DO PORTO
Venda por aplicativos de delivery, pelo site
e pelo telefone (31) 3482-9770, com entrega em domicílio ou retirada nas unidades Cidade Nova (Rua Conselheiro Lafaiete, 2.099) e Lourdes (Rua Espírito Santo, 1.507). Todos
os dias, das 10h às 22h.
BADEJO
Venda por aplicativos de delivery e pelo telefone (31) 2573-1612, com entrega em domicílio ou retirada na Rua Ceará, 1.685, Savassi. De segunda a quarta, das 11h30 às 16h; quinta a sábado,
das 11h30 às 21h, domingo, das 12h às 17h.