"Sextou" e, para completar, é Dia Internacional da Cerveja. Confira dicas da sommelier Tatiana Paro para "bebemorar" com mais prazer essa verdadeira paixão dos brasileiros.
Cerveja combina com frio
Se você é do tipo que abre um vinho no inverno e deixa a cerveja para os dias quentes, mude seus conceitos. Há muito mais afinidades entre a “loira” e o frio que supõe a vã filosofia de botequim. Para começo de conversa, saiba que a cevada, base da bebida, é originária de lugares em que as temperaturas são consideradas baixas demais para o cultivo de uvas.
Segundo a sommelier do Templo Cervejeiro da Backer em BH, Tatiana Paro, a dica para o inverno é apostar nas cervejas da família Ale, mais alcoólicas, doces e encorpadas . “Para quem não está acostumado com sabores mais amargos e densos, indicaria começar por uma cerveja do tipo Dunkel, que tem um dulçor marcante, mas é mais leve. O próximo passo pode ser experimentar stout, que é mais forte, mas também perfeita para o inverno”, ensina a especialista.
Inove na harmonização
Arriscar-se para além da combinação lugar comum “cerveja com azeitonas ou amendoim japonês” abre um verdadeiro universo de prazeres gastronômicos. Tatiana Paro dá algumas coordenadas para os iniciantes dessa aventura. De acordo com a sommelier, um bom ponto de partida é observar as três formas básicas de harmonização da gelada, que são: por semelhança, pelo corte e pelo contraste de sabores.
“Vou dar um exemplo usando uma mesma cerveja, a do tipo Belgian Blond Ale, que costuma ter dulçor bem pronunciado. Numa combinação por semelhança, ela vai muito bem com sobremesas como um pudim de leite, por exemplo. Já se a ideia é harmonizar por corte, a dica é combinar com alimentos picantes, como uma linguicinha bem temperada e gordurosa. O doce da cerveja corta a picância e realça o sabor da linguiça, pois limpa a camada de gordura que ela deixa nas papilas gustativas”, orienta a profissional
A escolha do copo não é frescura
A maioria das pessoas certamente concorda que o tipo de taça usada para beber vinho faz uma baita diferença. Com a cerveja, não é diferente. “O formato do copo tem a ver com os aromas preservados ou liberados na hora que a pessoa vai beber, ou mesmo com a quantidade de álcool que o recipiente deixa evaporar, entre outros detalhes”, explica Tatiana.
Existem dezenas de modalidades de copos de cerveja, adequados às mais diversas variações da bebida. Para beber em casa, porém, não é obrigatório ter todos os estilos na cristaleira. “Eu diria que vale a pena ter pelo menos dois tipos: a popular tulipa, para tomar uma pilsen, e uma taça semelhante às de vinho branco, para as demais. Quem quiser investir também pode adquirir uma tulipa cervejeira - aquelas que afinam no corpo e abrem na boca. São ideias para cervejas mais encorpadas, como a Belgian Strong Ale”, destaca a sommelier Tatiana.
Cerveja digestiva
Pouca gente sabe, mas também dá pra trocar o tradicional tacinha de vinho do porto, muito apreciada ao final das refeições, por um cálice de cerveja. “Algumas variações do estilo Imperial Stout contém até cacau na composição. Portanto, são ótimas para se tomar numa taça pequena, logo depois do almoço ou do jantar”, diz Tatiana.
Refrigeração: em pé ou deitada?
A maneira corretar de gelar e armazenar a cerveja é com a garrafa de pé. Segundo Tatiana Paro, isso evita que o líquido entre em contato com a tampa de metal, e, assim, fique oxidado. “Quanto ao armazenamento, alguns cuidados que se deve tomar são: não movimentar muito as garrafas, guarda-las ao abrigo da luz, e em locais em que temperatura não varie muito”, conclui Tatiana.