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EM FAMÍLIA “Será um enorme prazer representar minha querida e saudosa mãe”, diz Márcia Nunes. “Não vou fazer pratos, mas levarei tira-gostos, pastéis folhados da receita cultivada pela família e a linguiça produzida por nós, servida com mandioca", diz. Petiscos, pé-de-moleque, canjica e cocada não vão faltar. "Vou ficar mais na linha de quitandas, doces e salgados”, explica.
Márcia tem orgulho do legado de Dona Lucinha. “Era uma pessoa de dimensão humana muito grande. Trabalhou bastante, pela família e por muita gente”, ressalta. “Minha mãe vem de uma geração que não valorizava a gastronomia mineira. Enfrentamos o descrédito, ela chegou até a ser criticada por servir comida mineira em eventos e festas.”
Dona Lucinha sempre acreditou no potencial da cozinha de raiz. "Para ela, esse saber deveria ser valorizado. Não fazia apenas domesticamente, pois via todo o potencial da nossa gastronomia, o valor real daquilo".
VISIONÁRIA A mineira foi pioneira e visionária. “Ela havia percebido isso há 60 anos, quando ninguém considerava a riqueza da nossa cozinha. Dizia que tínhamos de valorizar a cultura na panela. Começou a cultivar essa certeza aos 20 anos de idade, estava à frente de seu tempo”, lembra Márcia.
VISIONÁRIA A mineira foi pioneira e visionária. “Ela havia percebido isso há 60 anos, quando ninguém considerava a riqueza da nossa cozinha. Dizia que tínhamos de valorizar a cultura na panela. Começou a cultivar essa certeza aos 20 anos de idade, estava à frente de seu tempo”, lembra Márcia.
A chef não se limitou ao mundo das panelas. Lançou um livro em que destacava a importância cultural e histórica da culinária. "Não seria apenas um caderno de receitas, pois ela queria algo mais. Foi assim que nasceu História da arte da cozinha mineira, lançado em 2001. Já são quatro edições em português e outra em inglês”, lembra Márcia.
O cuidado com os ingredientes foi a lição número 1 de Dona Lucinha. “Era o capricho, o zelo com a saúde. Ela dizia que éramos responsáveis pela saúde das pessoas, pois vão ao restaurante em busca de alimento saudável. Mamãe dizia também que o amor é a primeira coisa que devemos pôr na panela", diz Márcia Nunes.
Durante a Feirinha Aproxima, será lançada a cerveja Falke Dona Lucinha.
O legado da paixão
Dona Lucinha foi a mestra da chef Cidinha Lamounier. "Ela nos deixou o legado de paixão, amor e respeito pela cozinha mineira e nossas tradições. Aprendi muito com ela, a minha mãe profissional, a minha referência", diz.
Cidinha vai levar para a Feirinha Aproxima o lombo de panela, seguindo a receita de Dona Lucinha. “Farei cubos de lombo usando o tempero que está no livro dela, como suco de limão, alho, cebola, sal, pimenta, folha de louro e um pouco de vinho tinto. Porém, vou aquecer um pouco de banha de porco, caramelizar, colocando um fundo de legumes para o lombo poder ir cozinhando e pegar sabor e textura aos poucos”, explica.
O prato será servido com farofa de fubá torrado, cebola, alho, cheiro-verde e torresminho pipoca (pequenininho e quebrado). Acompanha creme de feijão-vermelho com molho de limão-capeta, tomate e pimenta. “Teremos a liberdade de criar em cima da receita dela, porém mantendo a base", diz Cidinha. O prato individual custará R$ 25.
Matula à moda do Serro
Rosilene Campolina, professora de gastronomia e fundadora do portal Chefachef, está feliz em homenagear a mestra. Ela vai fazer o prato Matula do Serro – Fubá suado, que leva ovos, queijo, linguiça e bacon. Outra delícia será o pastel de angu com biomassa de banana-verde empanado nos flocos de milho com urucum. Ambos ganharão também versão vegetariana.
A chef conheceu Dona Lucinha há muitos anos. “Tenho grandes recordações. Ela lembrava muito a minha mãe: ambas vieram do interior e foram professoras na área rural", comenta, destacando que a mestra representa não apenas a tradição da comida mineira, mas a inovação da cozinha de raiz, pela qual tanto lutou.
Matula do Serro – Fubá suado será servido em três versões: na marmitinha (R$ 30), na embalagem descartável (R$ 20) e no refil (R$ 15). Já a porção com seis unidades do pastel de biomassa de banana-verde vai custar R$ 15.
APROXIMA – ESPECIAL DONA LUCINHA
Sábado (29), das 10h às 17h. Estacionamento Piso Mariana (Portaria M) do BH Shopping. BR-356, 3.049, Belvedere, (31) 3228-4213. Entrada franca.
QUADRILHA NO PÁTIO
Canjica, caldo, quentão, maçã do amor, tapioca, pé-de-moleque, cajuzinho e mingau de milho serão as estrelas da Feirinha Junina, sábado (29), das 10h às 17h, no Pátio Savassi. As delícias típicas serão oferecidas em 20 barraquinhas, onde também haverá drinques, cafés e cerveja artesanal. Vai se apresentar o grupo de quadrilha profissional Pé Rachado, que fará intervenções pelos corredores do shopping convocando as pessoas para a feirinha. O evento contará também com brincadeiras típicas das quermesses, como pescaria, jogo de argola, rabo-de-burro e boca-do-palhaço, além das prendas. O shopping fica na Avenida do Contorno, 6.061, São Pedro.
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