'Sangue do patriarcado' vira drinque em bar criado por mulheres em BH

Empresárias inauguram espaço no Bairro Santa Efigênia com bebidas especiais feitas com a bênção da primeira deusa dos botecos

por Maria Irenilda Pereira 07/06/2019 18:24


Um espaço criado por mulheres e para mulheres. Um bar onde o sangue do patriarcado dá nome a drinque e a energia feminina está em cada detalhe, inclusive no nome. Sob a bênção da primeira deusa dos botecos, o Bar Yanã abre as portas neste sábado em Belo Horizonte com a proposta de ser uma casa de diversão que privilegie e respeite o público feminino.

 

As sócias Ana Carolina Pacheco e Ana dos Anjos Camarano criaram uma deusa para dar vida ao local, que propõe personificar a essência feminina. “Quando a gente estava pensando o conceito do bar, escolhemos o lado do misticismo. Fomos buscar o conceito lá antiguidade, na época em que as mulheres eram consideradas bruxas, para ressignificar esse sentido. Daí surgiu a Yanã”, explica Ana Carolina. “Yanã é uma divindade, uma coisa lúdica, que significa conexão humana, a energia feminina que todos nós temos”, comenta.

 

Do plano divino e místico à conexão da dura realidade terrestre, as donas decidiram fazer do bar não só um local de livre diversão, mas também de oportunidades. “É todo conduzido por mulheres. São garçonetes, cervejeiras, musicistas, gerentes, fornecedoras, seguranças, mixologistas e cozinheiras. É uma maneira de a gente priorizar quem já sofre tanto com desigualdade no mercado de trabalho”, afirma Ana dos Anjos.

 

A garçonete Daiane Santana, que há mais de um ano trabalhava informalmente em bares da capital, agora encontrou a oportunidade de ter um trabalho fixo, carteira assinada. “Elas defendem uma ideologia que me representa. Nada como você trabalhar com o que você gosta e em um espaço que te respeita como mulher e profissional”, comemora Daiane.

 

DRINQUES RITUALÍSTICOS

Mayara Laila/Divulgação
O drinnque Sangue do Patriarcado é um dos mais simbólicos da casa (foto: Mayara Laila/Divulgação)

Os drinques são os principais atrativo da casa. Encabeçado pelo simbólico Sangue do Patriarcado (gin, limão siciliano, hortelã, mirtilo e xarope de amora), o cardápio contempla mais cinco criações exclusivas para o bar, desenvolvidas pela bartender Jezebel. “Nossos drinques têm uma construção ritualística. Todos são à base muitas ervas e infusões”, conta a bartender.  Seguindo a proposta mística, outra produção autoral de destaque é o Yanã, feito com cachaça infusionada, vinho branco, alecrim e xarope de banana verde. 

Mayara Laila/Divulgação
Yanã é feito com cachaça infusionada, vinho branco, alecrim e xarope de banana verde (foto: Mayara Laila/Divulgação)

A comida também recebeu uma atenção especial da casa. A aposta é no trio croquete de costelinha marinada no alecrim e no limão capeta, bolinho de abóbora recheado com queijo e alho poró, e bolinho de grão de bico recheado com taioba. Como em todo bom boteco, as receitas tradicionais têm seu espaço. Aos domingos, a casa traz feijoada acompanhada de uma boa roda de samba. A música, inclusive, de estilos variados, é outra atração confirmada em todos os dias de funcionamento do bar.

 

Inauguração

Data: 8 de junho

Horário: 16h

Local: Rua Niquelina, 765, Santa Efigênia (acesso pelo metrô e Avenida do Contorno)

Atrações: Maira Baldaia, Bloco Bruta Flor, DJ Divine

Entrada: R$ 10

 

Horário de funcionamento

Terça a sexta, das 18h às 0h; sábado, das 14h às 2h; domingo, das 12h às 23h

 

 

 

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