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Vencedor do Comida di Buteco com prato vegano, bar tem opções para todos os gostos

Leite de coco, gengibre, pimenta biquinho, azeite de dendê e ervas aromáticas são ingredientes recorrentes nas receitas brasileiras, mas estes temperos só foram incorporados à gastronomia do país pelos africanos que desembarcaram no Brasil como escravos. Os costumes da África influenciaram não só a culinária brasileira como diversos segmentos da cultura nacional. Foi pensando em homenagear este enorme continente que o jornalista e cozinheiro Ângelo Rafael Telles decidiu batizar seu bar de Tanganica, nome do segundo maior lago da África. Ativo há 20 anos no Coração Eucarístico, o Tanganica Art Bar foi o vencedor neste mês da 20ª edição do Comida di Buteco, com o prato Vegano di Buteco.


A receita é essencialmente fiel ao nome, portanto, vegana: rolezinhos empanados de berinjela recheados com queijo funghi e shitake. “Eu tive muito trabalho para criar este prato. Comecei a concebê-lo no final de setembro e início de outubro. Aí, tive que ir aprimorando. De domingo a domingo, eu acordava às cinco da manhã para testar os ingredientes”, revela Ângelo.

Ao longo dos meses em que preparou tudo, ele conta que sua maior dificuldade foi fazer com que o empanado ficasse crocante sem usar leite e ovos.
“Fui testando até descobrir. Tudo na base do teste. E, olha, uma colher a mais ou a menos pode trazer a glória para o prato ou mesmo levá-lo ao fracasso”, pontua.

O resultado de tantos testes acabou sendo a glória para a escolha de Ângelo. O anúncio dos premiados no festival ocorreu em 18 de maio e, tendo conquistado o primeiro lugar, o Tanganica representará Minas Gerais no concurso nacional do Comida di Buteco, que será realizado a partir da segunda semana de julho.

“Muitos aspectos são levados em conta. Por exemplo, os bares e restaurantes que estão participando precisam estocar o prato que está concorrendo, porque tem uma cláusula do contrato dizendo que, se o petisco inscrito acabar, o estabelecimento perde pontos”, conta. Além disso, critérios como higiene, temperatura da bebida e atendimento são de grande importância, possibilitando a eliminação do concorrente.

VARIEDADE Embora o prato campeão do Comida di Buteco não leve nenhum ingrediente animal, o Tanganica não se caracteriza como bar vegano. “Nós somos ‘democráticos’.
Vem todo o tipo de gente aqui. Família com criança, casal careta, casal LGBT. Aqui vem todo mundo e, justamente por isso, contemplamos todos os gostos”, afirma.

Entre as pedidas não veganas se destacam os pratos Dona Angélica, que reúne bolinhos de mandioca com queijo muçarela e linguiça reduzida no vinho (R$ 36, para quatro pessoas) e Seu Jacks: tirinhas de lombo marinadas no vinho com bolinho de frango e queijo muçarela com molho ranch (R$ 36, para quatro pessoas).

Para beber, a casa serve cervejas nacionais (a partir de R$ 8) e estrangeiras (a partir de R$ 10,50). Entre as sobremesas fazem sucesso os pães de mel de fabricação própria, que ainda ganhou versão vegana produzida com leite de coco e melado no lugar de mel e leite. Cada unidade é vendida a R$ 6.

*Estagiário sob a supervisão do subeditor Eduardo Murta


TANGANICA ART BAR
Rua Padre Demerval Gomes, 380, Coração Eucarístico, (31) 3376-7047. Quarta-feira a sábado, das 18h às 23h; domingo, das 13h às 18h.

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