Derivado do francês bistrot, o conceito diz respeito a pequenos restaurantes que surgiram em Paris depois da Segunda Guerra Mundial, comandados por mulheres que decidiram reforçar a renda familiar, aproveitando a cozinha de casa para vender refeições com ingredientes simples e de custo acessível.
Sabores da Itália
Natural de Codogno, cidade do Norte da Itália, Pierangelo Zanoncelli abriu recentemente o La Cucina di Piero, bistrô que ele considera mais uma casa para receber amigos do que propriamente um restaurante.“Sou sozinho na cozinha e faço questão de ir às mesas, conversar, conhecer pelo nome as pessoas para quem preparo refeições. Meu intuito é falar um pouco das tradições da minha terra e criar emoções, sentimentos em torno da comida, laços em que acredito desde que preparei o primeiro prato da minha vida, um coelho, a pedido do meu avô”, registra o chef autodidata.
Pierangelo recebe os clientes ao lado da mulher e sócia, Gleice Wenchenck, responsável pela seleção da adega e dos drinques servidos no pátio da casa (sem placa) na Rua Cabrobó, Bairro Sagrada Família, onde antes funcionava o INcanto Bar e Bistrô.
O ideal é agendar a visita. A casa tem capacidade para até 70 pessoas, mas o projeto do chef Pierangelo é intimista, com cardápio 100% autoral. “Aprendi vendo minha avó e minha mãe cozinharem receitas simples, com produtos naturais. É isso que tento reproduzir aqui, tanto que 80% dos ingredientes são importados, como a farinha, os frutos do mar e os azeites”. Exceções ficam por conta de produtos mineiros, a exemplo de um queijo canastra que o chef está curando.
Os preços variam de R$ 21 (porção de salames italianos) a R$ 57 (risoto com vôngole). Uma dica: pergunte sobre a oferta “fora do menu”, delícias que Piero serve apenas a quem procura a cozinha originalíssima do país da Bota.
É o caso da porção de cotechino ou codeguim – embutido fresco, cozido na água, preparado por ele com lentilhas. “Não ofereço pra todo mundo porque derrete na boca e, geralmente, quero comer toda a produção”, brinca o chef.
SION
“Oferecer comida de qualidade com preço justo é o nosso ponto forte”, destaca Flávio Abras Porto, proprietário do Su Casa, no Bairro Sion, com 42 lugares. De segunda-feira a sábado, o cardápio varia entre pratos do dia (R$ 21,90) e combinados de proteína mais um acompanhamento (R$ 23 a R$ 26).
A casa prepara contra-filé ao molho parrillero com batata ao murro e creme de gorgonzola; hambúrguer artesanal com maionese caseira, chimichurri, cebola caramelizada e acompanhamentos; e filé surprise com arroz piamontês. O cliente encontra também massas e risotos variados. A dupla arroz e feijão é cortesia do bistrô.
“Oferecemos refeições caseiras, sempre frescas e bem temperadas, num espaço intimista e aconchegante. A ideia é fazer com que a pessoa se sinta em casa”, afirma Porto.
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Direto da Índia
“Abrimos para funcionar como delivery e colocamos poucas mesas na rua. O movimento cresceu de tal maneira que decidimos ficar no meio a meio, tanto recebendo aqui quanto enviando refeições para a casa das pessoas”, diz Rishav Ghosh, proprietário do Bistrô Indiano, com 16 lugares, na Serra.
A casa é especializada em pratos típicos como murg curry (cubos de coxa e sobrecoxa de frango assados no tandoor com molho de curry, R$ 36), mutton rogan josh (cortes de cordeiro ao molho de especiarias, R$ 52) e kesari pulao (arroz frito com ervilhas e temperos indianos de cor laranja, R$ 12).
Tudo é preparado pelo chef Paramveer Sing Rana (ex-Restaurante Maharaj). Há também opções vegetarianas, como chana masala (mistura de especiarias com grão-de-bico, R$ 30), e mattar paneer (cubos de ricota com ervilhas e especiarias, R$ 32).
Há duas sobremesas: gulab jamun (bolinhas de leite em calda com essência de rosas e decoradas com amêndoas, R$ 15) e kheer (arroz doce indiano com amêndoas e cardamomo, R$ 12). “Tentamos resgatar o serviço amparado no acolhimento. Somos um pequeno negócio. Simples, porém bem cuidado, com comida bem feita, temperada e original”, diz Ghosh.
Arte e comida
Funcionando numa casa em estilo neoclássico erguida em 1915, o bistrô Teu Caso foi aberto há menos de um mês, em Lourdes, sob o comando do administrador Mateus Gontijo, do chef Cassiano Vieira e de Wagner Nardy, advogado e curador de artes visuais.
A proposta une cardápio de qualidade a exposições de arte contemporânea. Com capacidade para 55 pessoas, o bistrô é dividido em salas e varanda, tem aspecto cool e exibe obras de Sara Ramo, Antonio Dias, coletivo Avaf e Beatriz Milhazes.
O cardápio, com pedidas clássicas e autorais, aposta na fusão das culinárias francesa, italiana e mineira. Entre as opções estão fettuccine Alfredo com queijos de Minas (R$ 36), salmão com crosta de coco fresco e arrozinho de coentro ou salsa (R$ 42) e massas (a partir de R$ 32). Para beber, há cerca de 15 rótulos de vinhos de diferentes países, inclusive em taça (a partir de R$ 12), além de drinques. O pudim é feito (e decorado) com fava de baunilha de Madagascar.
“Nossa ideia é alimentar o corpo e a alma num projeto que consideramos diferente por unir comida, bebida, diversão e arte”, diz Mateus Gontijo.
BISTRONOMIA
BISTRÔ INDIANO
Rua do Ouro, 397, Serra. (31) 3586-7888 e 98327-2962. Abre de terça a sexta, das 19h
às 23h; sábado, das 17h às 23h30; e domingo, das 12h às 16h.Trabalha com delivery.
LA CUCINA DI PIERO
Rua Cabrobó, 357 A, Sagrada Família. (31) 99224-6124. Abre de quinta a sábado, das 20h ao último cliente; e domingo, das 12h às 18h. Recomenda-se fazer reserva.
SU CASA BISTRÔ
Rua Grão Mogol, 1.245, Sion. (31) 3318-1206. Serve almoço de segunda a sexta, das 11h30 às 15h, e sábado, das 11h30 às 16h.
TEU CASO, COMIDA CASUAL
Rua Espírito Santo, 1.502, Lourdes. (31) 3656-1749. Abre de terça a sábado, das 18h à meia-noite.