Avenida Francisco Deslandes vira point boêmio para todos os gostos

Depois das ruas Pium-í e Vitório Marçola, a Francisco Deslandes reúne opções de carnes diferenciadas, cozinha italiana, árabe, brasileira, frutos do mar

por Ana Clara Brant 14/09/2018 08:00

Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Bolinho de arroz com jiló faz sucesso junto à clientela do Chico Dedê (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
O Anchieta é considerado um dos bairros mais boêmios de Belo Horizonte. Boa parte dessa fama se deve principalmente aos bares, botecos e restaurantes instalados nas ruas Pium-í e Vitório Marçola. Recentemente, uma avenida – a Francisco Deslandes – tornou-se point para quem está atrás de boa comida e bebida.  

Uma das atrações é o bar Chico Dedê, apelido carinhoso que o chef André Paganini deu à Francisco Deslandes. “Quando vamos abrir um negócio, uma das coisas mais difíceis é escolher o nome. Quando vi que a avenida se chamava assim, não pensei duas vezes”, conta André, um dos proprietários da casa.

Anteriormente, o espaço abrigava um restaurante japonês vinculado a uma academia de ginástica. “Eu era uma das sócias, junto com o Felipe Pellicer, mas a academia fechou. A gente achou que a proposta ficou meio sem sentido, pois vendíamos sushi, sashimi e açaí com pegada mais fitness. Ano passado, o restaurante também fechou e ficamos pensando no que apostar. Conhecemos o André e aí tudo se encaminhou”, conta Viviana Volponi.

Com o slogan “Comida mineira e cervejinha gelada em um ambiente incrível, no coração do Anchieta”, o Chico Dedê abriu as portas há cinco meses. Com mesas na calçada e no segundo andar (com vista para a avenida), a casa tem atraído todos os tipos de público. O cardápio se baseia no melhor da gastronomia das Gerais. Entre as opções estão o bolinho de costela, o bolinho de arroz com jiló caramelizado e o tempurá de quiabo acompanhado de molho tonkatsu com cachaça. Cada porção custa R$ 18.
Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Bitaca da Capetinga é um dos bares sensação da Francisco Deslandes (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Também há opções de pratos. O Chico Dedê (costelinha com farofa amanteigada de cebola e relish de milho-verde) custa R$ 32. Outra pedida é a moquequinha de surubim com arroz branco e farofa de maracujá (R$ 34). A sobremesa ganhou toque mineiro: o pavê de paçoca custa R$ 18.

“Aos sábados, temos o prato do dia”, conta Viviana Volponi. Na quinta-feira, o Instagram da casa publica duas opções e o cliente escolhe a que será preparada – o preço é R$ 21,95.

Para beber, há cerveja e drinques diferentes, como as caipis de uva com manjericão e de tangerina com capim-cidreira (R$ 18). “Não oferecemos nada industrializado. Até nossa pimenta é feita aqui”, assegura a sócia. Moradora da região, ela chama a atenção para o “upgrade” da Francisco Deslandes nos últimos tempos. “Essa movimentação foi importante não só para a avenida, mas para todo o bairro. O bacana é que tem opções para todos os gostos.”

BITACA

Outro boteco que está bombando na Francisco Deslandes é a Bitaca da Capetinga. Há quatro anos e meio, Felipe Faleiros, morador do Anchieta, decidiu inaugurar uma espécie de empório em parceria com os pais. Daí veio o nome bitaca. O Capetinga homenageia a cidade natal, no Sudoeste do estado. Pouco tempo depois, Valéria Profeta e Guilherme Lopes se associaram aos vizinhos.

Assim como o Chico Dedê, a Bitaca aposta no ambiente ao ar livre, drinques especiais e comida de qualidade. O cardápio varia diariamente, mas alguns petiscos nunca saem de cena – caso da tilápia empanada na farinha panko (R$ 17) e os palitinhos de tapioca (R$ 15).

“Quando inauguramos, queríamos fugir um pouco da formalidade do bairro. A ideia era um boteco com mesas na calçada, com clima descontraído e cerveja gelada, até porque é disso que o belo-horizontino gosta”, diz Felipe Faleiros. A maior parte da clientela fixa é formada por vizinhos, mas de dois anos pra cá, moradores de outros bairros descobriram a Bitaca. Dependendo do horário, o freguês não encontra mesa.

O caçula da Francisco Deslandes é o Bar do Betão, aberto há quatro semanas. O proprietário, Roberto Andrade, já teve outros bares. Depois de um período afastado da boemia, ele se deparou com um ponto no Anchieta. “É bem no começo da avenida, aqui já funcionaram uma parrilla e um bistrô. Minha intenção era um boteco mesmo, algo que mineiro adora”, diz.

Além de tira-gostos típicos, como o quiabo com bacon e lascas de parmesão (R$ 10), há opção de almoço no sábado – feijoada (R$ 15, para duas pessoas) – e no domingo – frango com quiabo (R$ 15, para dois). Cervejas em garrafa custam de R$ 9 a R$ 11. “Não cobramos 10%. A clientela é que decide se foi bem atendida ou não. A própria pessoa dá a gorjeta diretamente ao garçom”, informa.


Ramon Lisboa/EM/D.A Press
O chef André Paganini é um dos proprietários do Chico Dedê (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

 

Variedade de atrações

Carnes diferenciadas, cozinha italiana, árabe, brasileira, frutos do mar. A variedade dos restaurantes é um dos atrativos da Francisco Deslandes. Inaugurado em julho, o Coco Bambu tem estrutura para 700 lugares, mas por enquanto funciona com 400. As filas, em vários momentos do dia, impressionam. A rede surgida em Fortaleza oferece não apenas frutos do mar e peixes, mas carnes e aves. São cerca de 220 opções de pratos, entradas e sobremesas.
Quando abriu as portas da Tenda do Sheik, há pouco mais de duas décadas, Wellington Souza Pinto nem imaginava que a Francisco Deslandes se tornaria um point. “O progresso tem vantagens e desvantagens. No geral, ele trouxe mais benefícios. E nem por isso o Anchieta perdeu sua essência. O bairro ainda conserva um pouco daquele ar do interior”, observa.

Especializada em doces, salgados e pratos árabes, a casa tem mesas na calçada e no interior da loja. “Nosso carro-chefe é o quibe (R$ 6,50), que caiu nas graças de muita gente. Temos também o prato verão, com homus, coalhada e quibe cru (R$ 40,50). Boa parte dos frequentadores mora por aqui, mas com essa visibilidade do Anchieta e, sobretudo, da Francisco Deslandes, a nossa fama vai aumentar”, prevê Souza Pinto.

VIA-SACRA

BAR 222
Avenida Francisco Deslandes, 222, Anchieta. (31) 3287-7712. De terça a sexta-feira, das 18h à meia-noite. Sábado, das 14h à meia-noite.

BAR DO BETÃO
Avenida Francisco Deslandes, 10, Anchieta. (31) 99174-0390. De terça a sexta-feira, das 17h à 1h. Sábado, domingo e feriado, das 12h às 17h.

BAR DO DOUGLAS
Avenida Francisco Deslandes, 364, Anchieta. (31) 3227-2990. De terça a domingo, das 16h à meia-noite.

BITACA DA CAPETINGA
Avenida Francisco Deslandes, 529, Anchieta. (31) 97118-3911. De terça a quinta-feira, das 15h às 22h. Sexta, das 12h às 23h. Sábado, domingo e feriado, das 12h às 17h.

CHICO DEDÊ
Avenida Francisco Deslandes, 438, Anchieta. (31) 3643-2016. De terça a sexta-feira, das 17h à 1h. Sábado e feriado, das 11h às 18h.

CONTOS
Restaurante de comida mineira. Avenida Francisco Deslandes, 446, Anchieta, (31) 99956-5715. De terça a sexta-feira, das 17h à 0h. Sábado, das 11h à meia-noite. Domingo e feriado, das 11h às 18h.

COCO BAMBU
Restaurante de frutos do mar. Avenida Francisco Deslandes, 900, Anchieta. (31) 3504-9180. Diariamente, das 11h30 à 1h.

ESPETINHO DO JOEL
Avenida Francisco Deslandes, 41, Anchieta. De terça a sexta-feira, das 17h à meia-noite. Sábado, domingo e feriado, das 15h à meia-noite.

LA MACELLERIA
Avenida Francisco Deslandes, 1.038, Anchieta. (31) 3223-6255 e 3223-6257. De segunda a sábado, das 12h à 0h. Domingo, das 12h às 16h30.

OSTERIA DEGLI ANGELI
Restaurante italiano. Avenida Francisco Deslandes, 156, Anchieta. (31) 3281-7965. De terça a sexta-feira, das 19h à 0h. Sábado, das 12h às 16h30 e das 19h à 0h. Domingo e feriado, das 12h às 17h.

PEIXE BOI
Restaurante de frutos do mar. Avenida Francisco Deslandes, 1.065, Anchieta. (31) 3227-4979. Segunda, das 11h30 às 15h. De terça a sábado, das 11h30 às 23h. Domingo, das 11h30 às 17h.

TENDA DO SHEIK
Comida árabe. Avenida Francisco Deslandes, 871, Anchieta. Diariamente, das 8h à 1h.

MAIS SOBRE GASTRONOMIA