Nada é permanente, exceto a mudança. A máxima do filósofo pré-socrático Heráclito continua valendo até hoje. Que o digam três tradicionais estabelecimentos de BH, que neste semestre reabriram totalmente repaginados. O Albanos fez a mais radical das mudanças, apresentando um novo produto ao público (hoje produz seis cervejas próprias) e abrangendo sua área de alcance – agora é bar, restaurante, fábrica de cerveja, escola de gastronomia. Já o Topo do Mundo e a Cantina Piacenza mudaram de endereço. Mesmo de casa nova, mantiveram a proposta que os consagrou.Leia Mais
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Ao longo dessas duas décadas, fãs da cerveja assistiram ao nascimento das microcervejarias, à chegada de opções internacionais e, finalmente, à explosão da cerveja artesanal. A despeito das mudanças, o Albanos continuou o mesmo. “O mercado evoluiu mais rápido do que a gente”, admite Fernanda. Porém, o novo projeto, que veio a público em maio, não foi da noite para o dia.
“Todas as cervejarias, primeiro, abrem a fábrica e depois os pontos de varejo. O nosso caso foi o contrário: ficamos 15 anos com foco no varejo e há cinco abrimos nossa fábrica no Jardim Canadá. Só em 2017 ficamos prontos para voltar, pois é mais difícil renascer do que nascer”, acrescenta ela.
O Albanos versão 2018 se desdobra em três unidades: as duas já conhecidas (uma no Anchieta, outra em Lourdes), totalmente reformuladas, e a Cervejaria Albanos do Brasil, no Jardim Canadá.
Cada unidade ganhou um perfil distinto. A pioneira, do Anchieta, virou o chamado hub de cerveja. A área de mesas caiu pela metade, pois em uma parte do espaço foi montada a fábrica voltada para produções compartilhadas. A capacidade de produção é de 500 litros diários – a unidade está aberta a cervejeiros que desejam produzir sua própria receita. Conta também com growler station e loja de insumos.
Em Lourdes, funciona o chamado bar conceito, cujo foco é a gastronomia. Se o cardápio do Anchieta é voltado para petiscos (a empadinha na xícara, a R$ 12,50, é um charme), o de Lourdes traz opções para refeições. Oss pratos contam com produtos regionais – carne de sereno com mandioca e picles de cebola roxa (R$ 29,50) e tornedor de costelinha (R$ 35,50).
ALBANOS
Rua Pium-í, 611, Anchieta. Rua Rio de Janeiro, 2.076, Lourdes. De segunda a sexta-feira, das 17h à 0h; sábado, das 12h à 0h; e domingo, das 12h às 17h. Delivery: (31) 3281-2644. Informações: www.albanos.com.br
A cantina iluminada - Foram 10 anos no mesmo imóvel na Rua dos Aimorés, no Santo Agostinho. “Quase uma caverna”, comenta o chef Américo Piacenza sobre a cantina que leva o nome de sua família, dedicada à produção de massas. Pois a luz natural é a primeira coisa a chamar a atenção na nova Cantina Piacenza, na Rua Rio Grande do Sul, perto do endereço original.
“É impressionante, mas um quarteirão já mudou tudo”, comenta Américo. O novo restaurante tem o dobro do tamanho do original – antes comportava 45 pessoas, hoje recebe até 90.
Antigos frequentadores continuam se sentindo em casa. Com dois ambientes e os mesmos móveis, a cantina manteve o cardápio. São pratos fixos – alguns desde a abertura do restaurante, como o fagotini de frango defumado (R$ 46) – e outros sazonais, de acordo com a estação.
Novidade deste inverno é o agnolotti del plin de carne de sol ao bechamel de abóbora (R$ 53), que reforça o conceito da cozinha ítalo-mineira de Américo. Para o almoço, durante a semana ele oferece pratos executivos, mas o cardápio noturno também está disponível para o dia. Outra novidade: a cantina passou a abrir para os almoços de domingo.
CANTINA PIACENZA
Rua Rio Grande do Sul, 1.236, Santo Agostinho, (31) 2515-6092. Almoço: de terça a sexta-feira, das 11h30 às 15h; sábado e domingo, das 11h30 às 17h. Jantar: de terça-feira a sábado, das 19h à 0h.
Desde março ocupando a Torre Alta Vila, o Topo do Mundo mudou de paisagem – agora, a vista de 360 graus, a 1,4 mil metros, compreende BH até onde a vista alcança. “O principal fator da mudança foi comercial mesmo. Em parte por causa da Lei Seca e em parte por causa do número de acidentes na BR-040, que aumentou muito. Como era uma casa mais de fim de semana, se havia um acidente na estrada, ele impactava o mês inteiro”, comenta a proprietária Ludmila Tamietti.
Com a mudança do endereço, mudou também o público. Hoje, o Topo do Mundo funciona diariamente para almoço e jantar. “Fizemos uma reforma rápida para deixar o lugar mais aconchegante”, explica Ludmila. Ela incrementou o cardápio com ingredientes mineiros.
Nesta época do ano, o forte são os fondues. Há desde os tradicionais, de carne ao vinho (com filé de boi, suíno e de frango) e de queijo, como aqueles para quem tem restrição à lactose (o fondue é produzido à base de fécula e broto vegetal). E há, claro, o de chocolate e frutas. O preço das pedidas, para duas pessoas, varia de R$ 70 a R$ 115. Quem quiser a imersão completa (queijo, carne e chocolate) paga R$ 220 (duas pessoas).
TOPO DO MUNDO
Rua Senador Milton Campos, 145, Torre Alta Vila, Vila da Serra, (31) 3575-5545. Segunda, das 12h às 15h; de terça a domingo, das 12h à 0h.
VECCHIO SOGNO
Um dos mais importantes restaurantes de BH, o Vecchio Sogno, fundado em 1995 pelo chef Ivo Faria, também foi repaginado. O tradicional ambiente da Rua Martim de Carvalho foi reformado, bem como o cardápio. Faria reduziu os pratos fixos para apostar em sugestões do dia. Outra novidade é a variedade de pratos sem carne voltados para o público vegetariano. O restaurante fica na Rua Martim de Carvalho, 75, no Santo Agostinho. Funciona de segunda a quinta-feira, das 12h à 0h; sexta-feira, das 12h à 1h; sábado, das 18h à 1h; e domingo, das 12h às 18h..