O primeiro se formou em história e chegou a dar aulas, mas se descobriu profissionalmente atrás do balcão. Começou como auxiliar de bartenders em boates e sua última incursão foi no Orizontino, não longe dali, onde se esmerou em aumentar a venda de drinques diferentes – diminuindo a das manjadas caipirinhas. Experiente, montou respeitável carta de bebidas (benfeita e informativa), acrescentou criações suas, pinçou raridades (como hidromel, bebida fermentada à base de mel) e selecionou 130 rótulos de cerveja.
Já Ferrari é um dos mais interessantes chefs de sua geração. Antes de se tornar conhecido por sua linha de molhos Chef n’Boss, assinou cardápios nos bares MeetMe e o extinto Mambo, nos quais chamou a atenção pelo estilo rebuscado, misturando muitos ingredientes num só petisco. Recentemente, foi contratado pela pizzaria Calábria para elaborar receita que reproduzisse a da pizza deep dish, de borda alta e recheio de sobra (dois quilos, no total), comum em Chicago, nos Estados Unidos.
Habituado, portanto, a pesquisar, Ferrari se debruçou sobre inúmeras referências para chegar ao conjunto de receitas que, sem dúvida, tem cara nórdica sem deixar de carregar seu DNA.
“É uma comida do frio, inteligente, que tem conservas de todos os alimentos para não perdê-los”, conta o chef. Há ainda rosbife com maionese de raiz forte, salsichão com mostarda de hidromel, cordeiro com geleia de frutas vermelhas e bacon, smörgasbord (tábua de degustação com pequenas porções de vários petiscos da casa) e sobremesas fora do habitual, como o curioso doce de pão de mel e cerveja preta, cuja textura lembra a de um bolo bem molhado, servido com sorvete de creme e pecãs tostadas (R$ 19,90).
GARIMPO No balcão estão seis bicos de cerveja, sempre com quatro rótulos nacionais e dois importados – marcas mineiras estão sempre presentes, como Sátira, Jambreiro, Grimor, Vinil, Küd, Capa Preta e Uaimií. Atualmente, os preços partem de R$ 7,90, no caso de garrafas (long neck da Heineken), e de R$ 8,90, em se tratando dos chopes (blond lager de 300ml da Sátira). A maioria dos chopes custa entre R$ 9 e R$ 16 (300ml) e também é possível pedi-los nas versões 500ml, 700ml (o tal chifre) e 1l.
Além da avalanche de cervejas, o freguês encontra na casa 10 uísques (sendo quatro single malt), bourbons, aquavits, vodcas, tequilas, runs, vermutes, saquês, bitters, vinhos e bebidas que Salazar garimpa, como o gim holandês Jonge e o pisco chileno Capel. Entre seus drinques, destaque para o Drakkar, feito com bourbon, xarope de raspberry, calda de frutas vermelhas, pimenta-do-reino preta, chá de canela e espuma de baunilha (R$ 25). “Especiarias fazem parte da minha assinatura. Não gosto daquela coisa muito certinha”, observa Salazar.
Fascinado por mitologia (não por acaso seu filho se chama Apolo), ele é que decidiu pelo tema viking da casa e cunhou seu nome, que em português significa “Caneca Preta”.
Svärten Mugg
Rua Santa Rita Durão, 1.056, Savassi.
(31) 3267-9392. Aberto de terça a quinta,
das 18h às 23h15; sexta, das 18h à 0h15;
sábado, das 16h à 0h15..