Se há uma pizzaria fora da curva em BH, ela se chama La Vera.
Pois, recentemente, a loja ao lado foi anexada, as mesas foram quadruplicadas e vende-se inclusive fatias para comer no local. Ali, não existe ketchup, o azeite só aparece se for pedido e todos os sabores têm o mesmo preço. Detalhe: não há pratos ou talheres; come-se com as mãos.
Leonardo e Lidiane Fontanelli (ele, italiano de Livorno; ela, mineira de Divinópolis) formam o casal responsável pela casa, bastante frequentada por italianos e recomendada por vários chefs da cidade.
“Pizza é assim, para ser comida com as mãos. Seria como comer frango à passarinho com garfo”, compara ele. Conheceu Lidiane 14 anos atrás, quando visitou o Brasil pela primeira vez, mas só deixou o país natal ano passado, depois de vender o restaurante da família onde trabalhou como cozinheiro.
Eles apostam em pizza de massa fina e textura ligeiramente crocante, firme o suficiente para dispensar o uso de talheres e não provocar bagunça. A massa leva farinha italiana 00, água, fermento, óleo e sal, fermentada por período que varia entre 48 e 72 horas.
É assada por quatro minutos em forno a gás, com molho de tomate não refogado (apenas tomate italiano sem pele, batido com sal) e muçarela de búfala (e não de vaca). Por cima disso, os ingredientes específicos dos 18 sabores do cardápio, cada um a R$ 55 (35cm, oito fatias).
O preço vale, então, tanto para a básica marguerita (com folhas de manjericão, tomate sweet grape fresco e azeite de manjericão) quanto para as que são elaboradas com ingredientes mais caros, como queijo tipo grana padano, mascarpone nacional, presunto cru italiano e outros itens importados, como azeitona da variedade taggiasca e cogumelos.
Há algumas pedidas vegetarianas, mas, como é de se esperar para uma pizzaria do tipo, não há pizzas com frango, tampouco requeijão. A única exceção é aberta para pedidos de pizza meio a meio.
ÁLCOOL
Por não ter pratos nem talheres, as pizzas são servidas sobre tábua de madeira (no caso das inteiras) ou em suporte de papel (para as fatias, que custam R$ 7, cada).
Garçons oferecem álcool gel para os que têm qualquer restrição em relação a essa particularidade de serviço e, se consultados, ensinam a pinçar fatias com três dedos. “O público está gostando e, hoje, não há muitas reclamações em relação a isso. Na minha região, na minha casa, se come assim”, diz Leonardo. De sobremesa, há uma pizza doce, de Nutella com mascarpone, a R$ 7 (fatia).
Para beber, há 12 rótulos de vinho, com preços entre R$ 35 e R$ 98 (garrafa) – trabalha-se com margem de lucro de 30% a 40% sobre o preço de prateleira (contra o habitual preço dobrado da concorrência). A casa cobra R$ 8 pelo uso de cada taça dos que levam vinho próprio para beber no local.
A linha completa da cervejaria belo-horizontina Wäls está disponível ali, com valores entre R$ 10 e R$ 22, mas há long necks mais em conta, por R$ 6, de outras marcas.
La Vera
Rua Maceió, 212, Cruzeiro. (31) 3140-3110. Aberto de quarta a domingo, das 18h às 23h.