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Ceviche com sushi

Recém-aberto, restaurante Machi mistura cozinha peruana com sabores asiáticos

Casal de peruanos responde pelo cardápio, assinado pelo experiente consultor André Laborne

Eduardo Tristão Girão
- Foto: Túlio Santos/EM/D.A Press
Consultor dos mais experientes na cidade, o chef André Laborne frequenta a padaria Big Pão Boníssima, no Luxemburgo. Foi lá que conheceu o casal de peruanos Daniel Yamashiro e Jael Salazar, ambos encarregados de preparar a comida japonesa vendida no local. Como Laborne havia sido contratado para montar o cardápio de um novo restaurante nipônico e queria propor algo diferente, resolveu puxar conversa com os dois, pois havia percebido o potencial deles.

“Pedi a ele indicação de alguém para contratar e o Daniel falou que poderia ser ele mesmo. No ‘combo’, veio a mulher dele”, brinca Laborne. Foi assim que a dupla assumiu a cozinha do Machi, pequeno restaurante recém-aberto no Santa Lúcia. Justamente por isso, o cardápio da casa, assinado pelo consultor e executado pelo casal, não é fácil de rotular. Tudo gira em torno dos peixes e frutos do mar, com referências japonesas, peruanas e asiáticas.

Vale lembrar que no país andino as fusões da culinária peruana com a japonesa e a chinesa deram origem às cozinhas nikkei e chifa, respectivamente. Daniel nasceu em Ica, no interior do país, e é neto de japoneses.
Jael é natural da capital, Lima. Ele atuava no restaurante da família, aberto nos anos 1950 e especializado em frango na brasa; ela praticamente nasceu fazendo ceviche e trabalhou em pequenos restaurantes limenhos. O casal veio para o Brasil em busca de trabalho na época da Copa do Mundo e passou por São Paulo e Rio de Janeiro.

WON TON
O cardápio é dividido em quatro partes: entradas, sushis, ceviches e criações da casa. Na primeira estão pedidos como a porção de won ton (espécie de pastel frito oriental) recheado com camarão e servido com molho de ostra (R$ 23, seis unidades), além de receitas com polvo, tofu e cogumelos. Na sequência, makis de inspiração japonesa (R$ 26, em média, cada porção de oito unidades) e uma pedida vegana, os rolinhos de folha de arroz na chapa com acelga, alface, tofu frito, abacate e broto de alfafa ao molho de missô (R$ 22, oito unidades).

Há três tipos de ceviche (R$ 33, em média, cada), todos preparados por Jael. “Tento fazê-los como os do Peru, mas aqui tenho de tirar metade do ardor e não colocar coentro. Fora isso, a pimenta de lá é o ají limo, cujo ardor fica entre o das pimentas dedo-de-moça e malagueta e é mais saborosa do que esta. E o limão que usamos lá é o galego, e não tão maduro quanto se usa aqui”, explica ela. Salmão e tilápia são os peixes usados nessas receitas, por vezes temperados não só com limão, mas também laranja – e sem marinar longamente.

Na seção final, o freguês encontra criações da casa, como o atum condimentado com shoyu e curry, grelhado e servido com tartar de abacate e manga (R$ 42) e os mexilhões cozidos no vapor de erva-cidreira com vinagrete de pimentas (R$ 35). Robatas (espetos grelhados à moda oriental; R$ 15, em média, cada) completam o menu, que não tem sobremesas – elas podem ser pedidas na hamburgueria ao lado, do mesmo proprietário. Cervejas (long neck) e vinhos a partir de R$ 6,90 e R$ 69, respectivamente.

Machi
Rua Halley, 1.075, Santa Lúcia. (31) 99823-1591. Aberto de quarta a sexta, das 18h à 0h;
sábado, das 18h às 23h; domingo, das 12h às 23h.
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