Agressiva é a melhor palavra para definir a proposta do Gennaro, restaurante italiano recém-inaugurado no Funcionários, onde antes funcionava o Itália, de igual especialidade. O proprietário é o mesmo, Luís Eugênio Torres (do Amadeus e AA), que radicalizou. Não nos pratos (massas e clássicos como filé à parmegiana), mas na forma de cobrar por eles, pois foram agrupados em apenas três valores: R$ 25, R$ 30 e R$ 35. Nada acima (nem diferente) disso. A regra vale também para os vinhos, com preços redondos de R$ 40 a R$ 90.
Para começo de conversa, não se trata de uma esquina qualquer. No mesmo imóvel, no cruzamento das ruas Alagoas e Cláudio Manoel, funcionou por cerca de 40 anos o Chez Bastião, famoso pelo estrogonofe e por ser ponto de encontro de políticos. Reformulada por Francisco Tomás (do Parrilla del Mercado) em 2008, a casa foi fechada quatro anos depois e reaberta por Torres como Chez Fumoir, dedicada a apreciadores de charuto. Em 2015, virou Itália, mas não completou um ano.
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Na seção de R$ 25 (a mais volumosa), há fettuccine com almôndegas e lasanha à bolonhesa. Risoto de taioba com linguiça semidefumada e salmão com arroz de limão siciliano são algumas das pedidas de R$ 30. Por R$ 35, vêm à mesa nhoque ao molho de queijo com tiras de filé e ossobuco com risoto de parmesão. Todos os pratos são individuais. Há, ainda, petiscos (em torno de R$ 27 cada), sugestões semanais no quadro negro e sobremesas, a exemplo do petit gâteau de chocolate com sorvete de creme (R$ 12).
BOEMIA Pratos que remetem à boemia de décadas atrás marcam presença: filé à parmegiana (R$ 30), fettuccine com paillard (R$ 30) e medalhão de filé com bacon e arroz à piemontesa (R$ 35). Não por acaso, espaços tradicionais como Cantina do Lucas e Casa dos Contos são vistos como concorrentes pelo proprietário. “Todo mundo gosta desses pratos, mas há certa dificuldade de comê-los atualmente”, afirma Torres. Parte das massas é produzida no local.
O empresário, de 50 anos, não é novato no ramo. Abriu seu primeiro bar, Ópio, aos 18. Formado em administração, tornou-se distribuidor de bebidas alcoólicas quando o mercado brasileiro se abriu às importações, na década de 1990. Atualmente, comanda cinco casas. Em duas delas – AA e Amadeus –, a venda de vinhos encosta nas sete mil garrafas por mês. Ele se tornou conhecido por vender vinhos pelo mesmo preço de prateleira, política que mantém nos 200 rótulos do novo restaurante (a maioria custa R$ 60).
GENNARO
Rua Alagoas, 642, Savassi. (31) 3261-1361. Aberto de terça a quinta, das 18h à 0h; sexta, das 18h à 1h; sábado, das 12h à 1h; domingo, das 12h às 18h.