Não por acaso, agora tem a palavra “armazém” na frente do nome, em vez de “restaurante”. A ordem é popularizar. A principal mudança foi no esquema de almoço: o bufê livre de receitas mineiras, “marca registrada” da casa, foi reduzido à metade e as sobremesas passaram a ser cobradas à parte (R$ 4 cada). Com isso, o preço desceu de R$ 59,90 para R$ 34,90 (de segunda a sexta) e R$ 39,90 (sábado, domingo e feriado). O objetivo não foi apenas baratear, mas abrir espaço para o serviço de pratos do dia, a exemplo do que era feito no armazém.
O freguês pode, então, se servir à vontade na bancada com cerca de 20 panelas (o pão de queijo e a linguiça continuam lá) ou pedir pratos individuais que vão de R$ 15 a R$ 23 e mudam diariamente, incluindo pedidas quase fixas, como o feijão-tropeiro com ovo frito e o brasileirinho, prato composto por bife acebolado, batata frita, arroz, feijão, tomate, couve e ovo frito. Há sempre opções de meio prato e peixe.
Próximo à entrada, balcão de vidro e madeira exibe as quitandas de produção própria que, até então, ficavam do outro lado da rua: rosca (R$ 8, unidade), broa de fubá de canjica (R$ 2,50, unidade), bolo (R$ 4, fatia) e pão de queijo (R$ 2,80, unidade) são algumas delas. Não são opções só para levar para casa, pois o lugar agora abre de segunda a sábado para café da manhã. O café coado custa R$ 1,50.
ESPERA-MARIDO Houve pouca mudança no ambiente, sendo a principal delas no corredor lateral de acesso aos fundos da casa. Antes uma passagem de serviço, agora tem mesas sob árvores frutíferas (o Cantinho do França, dedicado ao escritor Oswaldo França Junior, será transferido para lá). Uma das laterais do salão principal conta agora com prateleiras que abrigam doces, licores e queijos (inclusive do Serro, terra natal de Dona Lucinha), tudo à venda.
“A motivação de tudo isso foi a compra do imóvel, mas o armazém estava muito apertado e vimos possibilidade de fundir o conceito dele com o do restaurante”, conta Márcia. Nada disso, entretanto, foi motivo para alterar receitas. Todas continuam absolutamente iguais, do angu de fubá de moinho d’água (agora em charmosas forminhas) aos ensopados, passando por doces, alguns tão simples quanto deliciosos, a exemplo do espera-marido, feito em cinco minutos com doce de leite, leite e ovos peneirados.
Armazém Dona Lucinha
Rua Padre Odorico, 38, São Pedro. (31) 3227-0562. Aberto de segunda a sexta, das 7h às 20h; sábado, das 7h às 17h; domingo, das 12h às 17h.
A oferta da construtora era melhor, mas quis o destino que aquela casa rústica da Rua Padre Odorico, no São Pedro, não viesse abaixo e ficasse, depois de 26 anos de aluguel, nas mãos da família Nunes. “Agora pisamos sobre nosso chão”, comemora Márcia, que comanda o Restaurante Dona Lucinha, batizado com o nome de sua mãe, uma das especialistas em comida mineira mais famosas do país. A casa passou por grande reformulação e foi reaberta este mês, absorvendo elementos da filial-armazém que funcionava em frente até pouco tempo atrás.