Começou a rodar semana passada, por exemplo, a Kombi da Marola, um dos food trucks de sorvete da cidade. Ainda sem rotas definidas, em suas paradas oferece cerca de sete sabores, como cocada, abacaxi e chocolate. Entre os mais procurados, estão limão-siciliano e goiabada com mascarpone e alguns levam também iogurte na composição, caso do de frutas vermelhas. O copo sai por R$ 7 (com até dois sabores). “Queríamos abrir alguma coisa, mas os aluguéis são caros e estávamos sem coragem”, diz a proprietária, Júnea Casagrande.
Outra que não conta com loja (nem com food truck, aliás) é Letícia Carvalho, à frente da Letish, cujos sorvetes podem ser encontrados apenas em feiras e eventos. Ela trabalha tanto com sorbets (à base de água e sem leite), quanto com sorvetes (com leite e creme de leite fresco), sendo que os sabores mais vendidos são os de coco queimado, paçoca e queijo com goiabada.
Ela se surpreende com as preferências das crianças que vem atendendo desde dezembro, quando iniciou o negócio: “No último evento, elas preferiam os de fruta, mais azedinhos e com sementinhas, em vez daqueles mais doces”. A propósito, seus produtos não levam gordura hidrogenada, conservantes, aromatizantes nem corantes. A liga neutra que utiliza – produto que facilita obter a consistência cremosa – é feita a partir de fibras vegetais, ou seja, mais natural que muitos dos similares.
Talita Viza, por sua vez, não vai à rua. Os sorvetes que produz sob a marca Alento são vendidos por terceiros em lojas e utilizados por chefs e bartenders de casas como Au Bon Vivant e Expresso 500. Ela também deixa de lado boa parte da química que costuma ser empregada nos gelados (como os aromatizantes) e faz questão de fazer suas próprias bases, como a pasta de pistache: os frutos são torrados e moídos por ela mesma, até obter sabor e consistência apropriados.
A sorveteira começou com o sabor manjericão e desenvolveu outros em função do que os clientes pediam, o que a incentivou a abrir empresa em agosto do ano passado. Hoje, faz de uísque com mel, chocolate belga, baunilha (ela usa a fava), limão-capeta, queijo canastra e chá com especiarias, entre outros. Acabou de lançar o sabor mojito (hortelã, limão, rum e água gasosa) e, para breve, promete os de açaí, hibisco e whey (proteína do soro do leite usada por atletas). Atualmente, são 12 variedades, vendidas a partir de R$ 9,90 (pote de 150ml).
POPULAR O alto preço que o sorvete alcança em Belo Horizonte foi um dos motivos que levaram Marco Antônio Junqueira a abrir a Pinguim Brasil algumas semanas atrás. “Sempre achei a qualidade do sorvete baixa, em geral. E quando é bom, o preço é muito elevado. A ideia na minha loja é fazer um sorvete mais cremoso, tipo italiano, a preço acessível”, resume. De fato, o preço é agressivamente baixo: R$ 39,90 (quilo).
“Pistache, por exemplo, não tenho porque não conseguiria vender um que fosse bom pelo preço que pratico”, exemplifica Junqueira. O que não significa pouco cuidado na seleção de ingredientes para as receitas, uma vez que o sabor tiramisù leva um pouco de vinho marsala, o de uva é composto por suco integral da fruta e o de baunilha leva uma parte da fava verdadeira da planta e outra de essência, o que ajuda, na visão dele, a equilibrar qualidade e preço.
Outra casa que mantém o preço sob controle é a Zenon, que completará 25 anos mês que vem. Uma sorveteria simples e tradicional, instalada na frente da casa do proprietário, Zenon Barbosa, no Horto. “Cliente da Zona Sul, na hora de pagar, fala que está errado por achar barato. A bola sai por R$ 2,20. Na região em que estamos, não cabe cobrar caro”, diz ele. Com ajuda das duas filhas, produz e atende a freguesia, que chega principalmente em busca do sabor framboesa. Vale provar os de amendoim e pequi, feitos sem aromatizantes ou saborizantes.
Na linha italiana, as casas mais recentes são Giuseppe, no Cruzeiro, e Gusto Mio, na Cidade Nova, ambas com produção diária e inauguradas em janeiro. Na primeira, que tem copos a partir de R$ 10, um dos sabores que se destacam é o de abacaxi com gengibre e manjericão, entre 20 disponíveis. Já na segunda, os mais pedidos são pistache (outro feito com pasta própria) e o que leva o nome do lugar, à base de chocolate, nozes, doce de leite e pedaços de brownie (feito por amiga). Lá, o copo mais barato custa R$ 8.
ONDE IR
>> ALENTO
Os sorvetes estão à venda nas lojas Ponto Natural e Organik e, em Contagem, na Casa Pimentel e Emporium Boi & Roça. São usados também pelos restaurantes Olga Nur, Au Bon Vivant, Expresso 500 e Rústico. Informações: www.facebook.com/alentosorvetes
>> GIUSEPPE
Avenida Afonso Pena, 4.174, Cruzeiro. (31) 2127-4073. Aberto diariamente, das 11h às 22h
>> GUSTO MIO
Rua Doutor José da Silva Martins, 295, Cidade Nova. (31) 98581-4315 Aberto de terça a domingo, das 12h às 20h30
>> ICE CREAMY
Avenida Cristóvão Colombo, 50, Funcionários. (31) 3657-6046. Aberto de segunda a sábado, das 11h às 22h; domingo, das 13h às 21h.
>> LETISH
Participa da feira Mercado Charme Chic, no Museu Histórico Abílio Barreto (Avenida Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim), aos terceiros domingos de cada mês e estará na feira Mercado das Artes no Conservatório UFMG (Rua Guajajaras, 100, Centro) nos dias 10 e 11 do mês que vem. Informações: www.facebook.com/letishsorvetesartesanais
>> MAROLA
Os pontos de parada do food truck são divulgados nos perfis da marca no Facebook (/marolagelato) e Instagram (@marolagelato)
>> PINGUIM BRASIL
Avenida Brasil, 1.122,
Funcionários. (31) 98965-9307. Aberto de segunda a sexta, das 8h às 21h; sábado e domingo, das 12h às 20h
>> Rozlatto
Avenida dos Andradas, 3.000, 2º piso (em frente à TokStok), Boulevard Shopping,Santa Efigênia. Aberto diariamente, das 10h às 22h. Informações: www.rozlatto.com
>> Zenon
Rua São Marcos, 771, Horto.
(31) 3481-3740 e (31) 98895-2852. Aberto de segunda a sexta, das 10h às 20h; sábado e domingo, das 10h às 21h.