Três publicitários de Belo Horizonte lançaram recentemente campanha de financiamento coletivo na internet para produzir documentário sobre o Bar do Nonô, reduto boêmio de Belo Horizonte conhecido pelo caldo de mocotó.
O projeto foi orçado em R$ 25 mil e há diversas cotas de colaboração com valores entre R$ 15 e R$ 2 mil – as recompensas incluem menção do nome nos créditos, livro sobre a casa e kit com caldos e cervejas, entre outros itens. A campanha ficará no ar por três meses e também é possível colaborar por meio de dedução de imposto de renda.
“Estávamos procurando um tema de cultura popular de Belo Horizonte e esse é um bar bem antigo na cidade, que muita gente conhece, tem história e é um local de passagem. Tem vários tipos de pessoas que passam por lá o dia inteiro, daí termos nos interessado também nas histórias delas. Queremos contar a história do bar por meio dos clientes, pois muitos foram levados pelo pai, que foi levado pelo avô e por aí vai. Vamos contar isso como se fosse uma grande conversa de bar”, conta a diretora Luiz Garcia, responsável pelo projeto ao lado de Breno Alvarenga e Bárbara Monteiro.
Bar do Nonô serve o caldo de mocotó há mais de 50 anos e é um dos poucos abertos 24 horas - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PressInicialmente, conta ela, a ideia era realizar um curta metragem sobre o local, mas a pesquisa animou o trio, que redefiniu o objetivo e passou a trabalhar com a ideia de um documentário com duração entre 30 e 50 minutos.
Com 51 anos de existência, o bar é comandado pelos cinco filhos do fundador, Nonô, que começou a servir o caldo numa pequena banca, no Barreiro, na época que a Mannesmann desenvolveu a região.
A aceitação entre os operários o encorajou a abrir o bar que, mais tarde, seria transferido para o endereço atual.
Uma das características do local é reunir gente de diferentes perfis. De gari a desembargador, por exemplo.
Dênio Gabriel, filho de Nonô, é um dos herdeiros que mantêm viva a receita do pai - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PressO Bar do Nonô é das poucas casas da cidade que funcionam 24h por dia. É aberta às segundas, às 6h, e fechada aos sábados, 0h. Mais de uma tonelada de mocotó (unha, canela e panturrilha de boi) é utilizada por semana para a produção dos caldos, servidos o dia todo, faça frio ou calor. Cada caneca leva, por cima, cebolinha picada e, na versão completa da pedida, dois ovos de codorna crus, que cozinham no calor do caldo. A cerveja preta Caracu é o acompanhamento tradicional, sendo que o bar é o maior vendedor dela no país – são cerca de cinco mil latas por mês.
Quer contribuir? Acesse a página da campanha de financiamento coletivo.
.