A coxinha tem recheio de jaca, o queijo é feito com mandioca e a pururuca, na verdade, leva trigo. Quem disse que a culinária vegana e vegetariana é feita só de alface? Seja por intolerância alimentar, respeito à vida animal ou vontade de contribuir para uma sociedade mais sustentável, quem adere a essa filosofia come muito bem. Não é por outro motivo que têm se multiplicado em BH as casas voltadas para esse público.
O que não falta é variedade, e, cada vez mais, esses endereços vêm atraindo quem busca comida saborosa e saudável. A criatividade marca os cardápios. Tem hambúrguer ogro (grão-de-bico, abobrinha grelhada e maionese vegana), maionese de cará, pizza de brócolis e até pastel integral de berinjela caramelizada.
Quem prefere algo mais básico pode ir de bife de soja com salpicão e arroz integral ou pappardelle vegano “della mama” (acompanhado de almôndegas de grão-de-bico). Há até um medalhão – mas feito com ricota e guarnecido com salada e arroz com sementes de mostarda e açafrão.
Para ampliar a oferta de produtos a preços mais acessíveis, surgiram cooperativas alimentares como a Portinha, união dos coletivos de produção de comida vegana Botequim da Liberdade, Ana e Clara, Caracol Cooperativa, Adelitas e Sóbria Mesa. Por sua vez, VegNagô, outra cooperativa do gênero, aposta na cozinha itinerante focada em comida baiana e africana.
Confira 15 opções de casas e cooperativas veganas/vegetarianas em Belo Horizonte
DE BIKE
Henrique Correia, de 22 anos, leva seu Botequim da Liberdade para as ruas de Belo Horizonte. De bike, ao lado de sua parceira Cassilda, ele vende hambúrgueres de grão-de-bico, lentilha ou ervilha a R$ 7.
O ciclista também faz entregas de congelados, pastas, bolos e conservas, além de participar de eventos como a Praia da Estação e a Feirinha Estelar , realizada quinzenalmente no Espaço Comum Luiz Estrela. Até um colorido churrasco vegano – de legumes e seitan (carne de glúten) – já rolou por lá!
Domingo, ele vai oferecer um “tapiocaço”, com ingredientes trazidos diretamente de Belém do Pará. O evento está marcado para as 16h20, na Rua de Juiz de Fora, 114-b, Barro Preto.
Feijão-tropeiro à moda do Paulo
Há 10 anos, quando se tornou vegetariano, Paulo Renato de Freitas começou a se aventurar na cozinha. O primeiro prato que preparou foi o tradicional e mineiríssimo feijão-tropeiro. Nem tão “tradicional” assim, é verdade, pois leva torresmo de soja, salsicha de seitan e pururuca de trigo. Desde então, Paulo Renato criou outras 35 receitas. Inventou, por exemplo, a bacalhoada com tirinhas de carne de soja temperadas com algas, leite de coco e alcaparras. De suas panelas também saiu o nhoque vegano.Atualmente, ele é proprietário do Carro de Lanches Vegetarianos BH, cujas três unidades atendem na Praça da Liberdade, na Pampulha e em Contagem.
Jaca verde, a “prima”do frango
Ana Luiza Zocrato, de 24 anos, do coletivo Ana e Clara, vende produtos veganos. Também se dedica à comida funcional, com alimentos que oferecem algo mais que cumprir as funções nutricionais básicas. Acredita-se que possam até ajudar a reduzir o risco de algumas doenças.
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O quibe dá adeus à carne
A coxinha de jaca também aparece no Olÿmpia Coop Bar, no Edifício Maletta, cujo cardápio é totalmente vegano. Outras opções que atraem a freguesia por lá são as porções de quibe, falafel e tapioca. O prato primavera árabe oferece quatro pastas (de pimentão, coalhada seca, homus e berinjela) para serem degustadas com pão sírio.
“Quando estou atendendo, os clientes perguntam se não tem batata frita ou algum prato com carne. Indico o quibe e eles não se arrependem”, conta Bruna Ferreira, de 22, integrante da cooperativa responsável pela casa.
O toque final fica por conta dos variados molhos que acompanham as porções, como o de abacaxi ou manga com pimenta-rosa e limão com gengibre. Prove!