Experimentar o arroz vermelho da Paraíba, descobrir como se prepara um típico churrasco gaúcho e ainda conhecer o famoso pato no tucupi do Amazonas. Não precisa fazer um tour pelo Brasil, não. Para participar de uma expedição gastronômica, bastou uma visita ao Festival Fartura BH. A capital recebe neste fim de semana mais de 130 chefs que preparam pratos de Norte a Sul do país. Em sua segunda edição, o evento reuniu ontem cinco mil apreciadores de boa comida na Praça José Mendes Júnior, ao lado do Palácio da Liberdade, Região Centro-Sul da capital, nesse sábado.
Não dava para ficar alheio ao churrasco gaúcho, que era preparado em fogo de chão, só que no asfalto. Além do cheiro, as pessoas eram atraídas pela bela imagem de cortes inteiros de porco, cordeiro e costela de boi assando acima de brasas montadas a céu aberto. “Adaptamos a técnica tradicional do Sul, que se fazia no campo, para a cidade, colocando uma estrutura chamada rodandel para fazer o antigo churrasco de chão”, explicou Cristiane Santos, representante da churrascaria Santo Antônio, em Porto Alegre, fundada em 1935, tida como a primeira do Brasil.
Era só retirar as carnes dos espetos para o número de interessados crescer exponencialmente. A aposentada Tereza Arantes, de 72 anos, garantiu o primeiro lugar na enorme fila para não deixar de provar o churrasco gaúcho, que exige no mínimo seis horas de preparo. “Achei a carne maravilhosa. Saborosa, macia e suculenta, tudo o que se espera de um bom churrasco”, definiu.
Apaixonada por maxixe, a aposentada nordestina Maria José de Figueiredo, de 69, fez questão de provar o prato da Paraíba e se surpreendeu com o resultado. “Não é nem por ser do Nordeste, é mais pelo tempero. A combinação do maxixe com o queijo de cabra deu um sabor especial”, defendeu a pernambucana, que vive há 40 anos em Belo Horizonte.
CABRITO E MAXIXE A receita de arroz vermelho de cabrito com mascarpone de cabra e picles de maxixe é do chef Onildo Rocha, de João Pessoa. Para este domingo, o paraibano promete dar um toque mineiro ao prato. Na visita logo cedo ao Mercado Central, planeja comprar os legumes (quem sabe até ora-pro-nóbis) para o caldo concentrado que tempera o arroz vermelho. “Gosto da cozinha de fusão e de usar o produto local. Nunca tenho nada no cardápio que precise de transporte longo”, destacou.
As comidas servidas no Festival Fartura BH são resultado de uma extensa pesquisa realizada durante viagens pelo país, com o objetivo de mapear a cadeia produtiva, incluindo produtos, produtores, mercados, chefs e restaurantes. “A ideia é mostrar um Brasil que poucos conhecem e destacar a riqueza da nossa culinária. A melhor forma de fazer isso é promover uma festa gastronômica, estimulando o prazer de sentar à mesa”, disse o organizador, Rodrigo Ferraz.
Enquanto comia, o público acompanhou apresentações musicais e de teatro. Ontem, destaque para a participação de Arnaldo Antunes no show de Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários.
Por causa do calor, o sanduíche de cookies de caramelo com goiabada e sorvete de queijo do Serro agradou em cheio o público, tanto que a chef Lia Quinderé, de Fortaleza, mal conseguiu descansar. “Pensei em fazer algo para comer e se esbaldar e como mineiro ama goiabada com queijo...”, pontuou a cearense, que participa pela segunda vez do festival. “É disparado o melhor prato que comi”, confessou a psicóloga Kamila Emanuelle, de 24, ao lado do namorado, o corretor de imóveis Marco Constantino, de 30, que também aprovou a delícia do Ceará. “É um doce típico numa versão diferente. Os cookies crocantes com o sorvete cremoso formam uma combinação muito boa.”
Quem não conseguiu entrada para o Festival Fartura BH terá que esperar pela edição do ano que vem. Os ingressos para este domingo já estão esgotados.
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Era só retirar as carnes dos espetos para o número de interessados crescer exponencialmente. A aposentada Tereza Arantes, de 72 anos, garantiu o primeiro lugar na enorme fila para não deixar de provar o churrasco gaúcho, que exige no mínimo seis horas de preparo. “Achei a carne maravilhosa. Saborosa, macia e suculenta, tudo o que se espera de um bom churrasco”, definiu.
Apaixonada por maxixe, a aposentada nordestina Maria José de Figueiredo, de 69, fez questão de provar o prato da Paraíba e se surpreendeu com o resultado. “Não é nem por ser do Nordeste, é mais pelo tempero. A combinação do maxixe com o queijo de cabra deu um sabor especial”, defendeu a pernambucana, que vive há 40 anos em Belo Horizonte.
CABRITO E MAXIXE A receita de arroz vermelho de cabrito com mascarpone de cabra e picles de maxixe é do chef Onildo Rocha, de João Pessoa. Para este domingo, o paraibano promete dar um toque mineiro ao prato. Na visita logo cedo ao Mercado Central, planeja comprar os legumes (quem sabe até ora-pro-nóbis) para o caldo concentrado que tempera o arroz vermelho. “Gosto da cozinha de fusão e de usar o produto local. Nunca tenho nada no cardápio que precise de transporte longo”, destacou.
As comidas servidas no Festival Fartura BH são resultado de uma extensa pesquisa realizada durante viagens pelo país, com o objetivo de mapear a cadeia produtiva, incluindo produtos, produtores, mercados, chefs e restaurantes. “A ideia é mostrar um Brasil que poucos conhecem e destacar a riqueza da nossa culinária. A melhor forma de fazer isso é promover uma festa gastronômica, estimulando o prazer de sentar à mesa”, disse o organizador, Rodrigo Ferraz.
Enquanto comia, o público acompanhou apresentações musicais e de teatro. Ontem, destaque para a participação de Arnaldo Antunes no show de Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários.
Por causa do calor, o sanduíche de cookies de caramelo com goiabada e sorvete de queijo do Serro agradou em cheio o público, tanto que a chef Lia Quinderé, de Fortaleza, mal conseguiu descansar. “Pensei em fazer algo para comer e se esbaldar e como mineiro ama goiabada com queijo...”, pontuou a cearense, que participa pela segunda vez do festival. “É disparado o melhor prato que comi”, confessou a psicóloga Kamila Emanuelle, de 24, ao lado do namorado, o corretor de imóveis Marco Constantino, de 30, que também aprovou a delícia do Ceará. “É um doce típico numa versão diferente. Os cookies crocantes com o sorvete cremoso formam uma combinação muito boa.”
Quem não conseguiu entrada para o Festival Fartura BH terá que esperar pela edição do ano que vem. Os ingressos para este domingo já estão esgotados.