Churrascarias de BH apostam na diversidade de opções

Da cozinha italiana até a japonesa, estabelecimentos apostam em opções mais variadas. Mineiro aprova a diversidade, mas continua fiel ao rodízio de carnes

por Eduardo Tristão Girão 24/07/2015 08:45
Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Cozinha japonesa conquistou o seu espaço no bufê da Carrinho de sobremesas do Churrascaria Pampulha Grill (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Conversar com proprietários e gerentes das principais churrascarias de Belo Horizonte é curioso. Se itens como banana frita, costela de boi e o folclórico carrinho de sobremesas que circula pelo salão se consolidaram ao longo das décadas, nos últimos anos as casas desse tipo acompanharam o crescimento da gastronomia à sua maneira, dando origem a “novos clássicos”. Ou seja: comida japonesa no bufê, carta de vinho parruda, petit gâteau para encerrar e por aí vai. Apesar de outros cortes de carne terem chegado aos espetos, a picanha segue soberana.


“Mineiro gosta muito de picanha, né? O pessoal tá acostumado a pedir só isso e não abre espaço para outras carnes. O short rib, por exemplo, é 10 vezes melhor – esse corte da costela bovina tem sabor, é macio e vem com pouca gordura”, defende Marildo Euzébio, gerente da Pampulha Grill, aberta no ano passado no Bairro Itapoã. Aliás, o corte que ele prefere é outra tendência nas churrascarias da capital: também chamado pelos marqueteiros de “costela premium”, é tirado das primeiras vértebras do dianteiro do animal, perto do acém.

Essa carne é uma das 20 disponíveis na Pampulha Grill, entre quatro picanhas diferentes, filé com alho, maminha, medalhão de frango com bacon, coxa de frango desossada, paleta de cordeiro e alcatra com queijo – aliás, essas duas últimas também vêm ganhando espaço nos rodízios de BH. A casa oferece bufês frio (saladas, petiscos e comida japonesa) e quente (arroz, batata frita, farofa, vinagrete), montados com maior variedade de itens durante o almoço. Todas as sobremesas são feitas no local. O chope custa R$ 7.

Leandro Couri/EM/D.A Press
Carrinho de sobremesas do Churrascaria Pampulha Grill Baby Beef oferece várias opções (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
VARIEDADE No quesito diversidade, uma das campeãs é o Baby Beef. Além de 28 carnes (com direito a um inusitado leitão à pururuca) e série de guarnições levadas à mesa (como o clássico arroz biro biro), a churrascaria prepara comida japonesa, salteia massas com ingredientes escolhidos na hora pelo freguês e mantém bufês de saladas (40 itens) e de pratos quentes, incluindo peixe inteiro assado, massa recheada, feijão-tropeiro e, nos fins de semana, paella e casquinha de siri.

“Isso acaba competindo com a carne, mas o pessoal gosta e nosso diferencial é justamente esse. A parte japonesa o pessoal acaba comendo como se fosse entrada, geralmente deixando banana frita e muçarela para o final. Também recebemos vários clientes vegetarianos”, conta o proprietário Yago Furlan. A casa mantém carrinho de sobremesas, porém as guloseimas exibidas são de mentira, apenas para a freguesia ter ideia do que pode pedir. O petit gâteau (com um picolé à escolha) custa R$ 22,90.

RISOTO O Porcão também segue o caminho da fartura. Não bastassem cortes de cordeiro, de gado da raça angus e até costelinha ao molho barbecue finalizada na brasa (somando 30 carnes), a churrascaria permite ao cliente pedir pratos que não estão nos bufês frio e quente. “Se alguém quiser comer um risoto de camarão, a gente faz na hora. Nosso estoque é enorme, muito difícil não conseguirmos atender a um pedido”, garante Fernando Júnior, proprietário da casa.

Ele diz que já foi questionado por oferecer comida japonesa. “É polêmico, mas se tirar do bufê o pessoal me mata. Quase todo mundo põe no prato. Comida japonesa arrebenta”, justifica. Uma curiosidade: teria sido criada no Porcão, há 10 anos, a hoje tão difundida alcatra com queijo. “Um chef que trabalhou conosco sugeriu amineirarmos essa carne. Outro dia, aliás, nasceu aqui um baby beef com provolone. Vamos tentando surpreender o cliente para não ficar muito quadrados”, conta Júnior.

 

Loucos por gordura
Na contramão das colegas, a Fogo de Chão se tornou conhecida não apenas pelas carnes (18 ao todo), mas por oferecer bufê reduzido para que o cliente não desvie o foco de cortes como costeleta de cordeiro, bife ancho e o interessante shoulder steak (miolo da paleta bovina). Mesmo assim, a mesa é montada com seleção especial de itens, alguns praticamente inexistentes na concorrência, como presunto cru, cogumelos frescos, queijo brie e salmão defumado. Lá, a carta de vinhos é das maiores, com 230 rótulos (a partir de R$ 80 a garrafa).

O corte que faz mais sucesso na churrascaria é a chamada “costela premium” (olha ela aí de novo...), ao lado do bife ancho, da paleta de cordeiro e, como era de se esperar, da picanha.

O gerente Gilmar Pavelkiewitz já se conformou com o fato de as pessoas não abandonarem a picanha. “A gordura dela dá sabor diferente, fora a maciez. Muita gente que vem aqui quer não apenas a picanha, mas receber no prato seu primeiro corte”, diz.

Fabrício Rodrigues, administrador do Carretão Trevo, em Contagem, acrescenta outro padrão de comportamento em relação à pedida: “A maioria exige picanha gorda, apesar de deixar a gordura no prato. Só querem ver a gordura lá. Picanha é o carro-chefe, criou um nome, mas há várias carnes melhores. Prefiro fraldinha e short rib, por exemplo”.

Aberto por gaúchos em 1988, o Carretão Trevo, que foi completamente reformado há três anos, é das poucas casas que ainda servem carnes exóticas, como a de rã.

 

Onde comer

 

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Costelão de boi, uma das especialidades da Churrascaria Fogo de Chão (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
>> ADEGA DO SUL
Rodízio: R$ 69,90 (cr
ianças até 4 anos não pagam; de 5 a 10 pagam metade). Avenida do Contorno, 8.835, Gutierrez. (31) 3292-6333. Aberto de segunda a sexta-feira, das 12h às 15h30 e das 19h à 0h; sábado, das 12h à 0h; domingo, das 12h às 18h.

>> AMBROSIO’S
Rodízio: R$ 89,90 (crianças até 5 anos não pagam; de 6 a 10 pagam metade). Avenida Getúlio Vargas, 880, Savassi. (31) 3262-4113. Aberto de segunda-feira a sábado, das 11h30 às 23h30; domingo, das 11h30 às 18h.

>> BABY BEEF
Rodízio: R$ 56,90, de segunda a sexta-feira, e R$ 66,90, aos sábados e domingos (crianças até 5 anos não pagam; de 6 a 10 pagam meia). Avenida Cristiano Machado, 4.000, União (estacionamento do Minas Shopping). (31) 3426-1100. Aberto diariamente, das 12h à 0h.

>> CARRETÃO TREVO

Rodízio: R$ 83,90 no almoço, diariamente; R$ 52,90 no jantar, de segunda a sexta-feira; e R$ 62,90 no jantar aos sábados e domingos (crianças até 4 anos não pagam; de 5 a 9 pagam metade). Avenida Colúmbia, 960, Zona Industrial, Riacho das Pedras, Contagem (ao lado do Carrefour e do Makro). (31) 3396-1640. Aberto de segunda a sábado, das 11h à 0h; domingo, das 11h às 23h.

>> FARROUPILHA LOURDES
Rodízio: R$ 64,90 (crianças até 5 anos não pagam; de 6 a 8 pagam metade). Avenida Olegário Maciel, 1.801, Lourdes. (31) 3335-8282. Aberto das 11h às 15h e das 19h às 23h.

>> FOGO DE CHÃO
Rodízio: R$ 107 (crianças até 5 anos não pagam; de 6 a 10 pagam R$ 36; e de 10 a 13, R$ 72). Rua Sergipe, 1.208, Savassi. (31) 3227-2730. Aberto de segunda a sexta-feira, das 12h às 16h e das 18h à 0h; sábado das 12h à 0h; domingo e feriado, das 12h às 22h30.

>> PAMPULHA GRILL
Rodízio: R$ 49,90, de segunda a sexta-feira, e R$ 59,90, aos sábados e domingos (crianças até 5 anos não pagam; de 6 a 10 pagam metade). Avenida Portugal, 4.325, Itapoã. (31) 3582-5158. Aberto de segunda a quarta-feira, das 11h às 16h; quinta-feira a sábado, das 11h à 0h; domingo, das 11h às 17h.

>> PORCÃO
Rodízio: R$ 108 (crianças até 5 anos não pagam; de 6 a 10 pagam metade). Avenida Raja Gabaglia, 2.671, São Bento. (31) 3293-8787. Aberto de segunda a quinta-feira, das 12h às 15h30 e das 18h30 às 23h30; sexta-feira e sábado, das 12h às 23h30; domingo, das 12h às 18h.

>> RAJA GRILL

Rodízio: R$ 69,90 (crianças até 5 anos não pagam; de 6 a 9 pagam metade). Avenida Raja Gabaglia, 3.385, Estoril. (31) 3297-2210. Aberto diariamente, das 11h às 15h30.

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