O sucesso dos bares de espetinho em Belo Horizonte não é de hoje, mas continua a impressionar. Bobeou, aquele pequeno imóvel aparentemente sem potencial vira um apinhado ponto de encontro, com gente comprando espeto e cerveja com ficha, sem maior conforto. Parte significativa do público belo-horizontino aprecia esse clima informal e despretensioso. Entretanto, como é natural no comércio, à multiplicação das casas do gênero seguiu-se uma esperada diversificação.
Uma das mais recentes inaugurações do tipo foi feita em Lourdes, onde o Clube do Espeto propõe modelo um pouco diferente de boa parcela da concorrência, com mesas e cadeiras tradicionais (e não só banquetas altas), espetinho servido no prato (assim vira petisco para compartilhar) e copo de vidro (apesar de muito ainda beberem suas long neck no bico). À frente da casa estão André Luiz Martins, Cláudio Henrique Caldeira e Thiago Souki.
“Eu e Cláudio advogamos para restaurantes e sabemos que o trabalho não é fácil. Daí termos pensado no espetinho, cuja dinâmica é mais simples. Para sair da mesmice, pensamos em algo mais aconchegante, com lugar para sentar. No início, tínhamos só copo descartável e os clientes demandaram copo de vidro”, exemplifica André. Além disso, ele e os sócios providenciaram espetos que fogem do lugar comum, sem deixar de manter tais pedidas básicas (boi, porco, frango, salsichão etc.) – custam entre R$ 5 e R$ 8 (cada).
A começar pelo de pão de queijo com linguiça, pré-assado no forno e finalizado na brasa. Além desse há também os de almôndega recheada com queijo prato, de torresmo de barriga, de medalhão de muçarela com bacon, de camarão, de costelinha e de frango com queijo e castanha. Os pães na brasa (R$ 5, cada) constituem uma seção própria, com 13 sabores que vão do bacalhau ao chocolate, passando por quatro queijos, azeitona e, claro, alho.
São cerca de 1,5 mil espetos vendidos por semana (fora os pães, que somam 300 unidades). Os preferidos da freguesia são os de boi, de frango com queijo e castanha e a cafta. Para beber, a casa oferece não apenas long neck (R$ 5), mas também cerveja em garrafa de 600ml (Áustria; R$ 10) e chope (Krug; R$ 5). Há sinuca (R$ 3, cada ficha), TVs para transmissão de jogos e shows e possibilidade de optar entre os sistemas de compra por ficha e comanda.
Tem até geléia
Outra casa aberta este ano, o Espeto & Prosa, no Luxemburgo, também tenta sair da trinca boi-porco-frango, ainda que mais discretamente. Nesse sentido, as apostas da dupla de proprietários formada por Leonardo Ottoni e Eder Santos são os espetos de pernil com geleia de abacaxi e pimenta e de linguicinha defumada passada no mel e na castanha de caju moída. No total, o bar prepara 15 espetos, todos assados na brasa, cada um vendido a R$ 4. Cerveja, só em long neck, pelo mesmo preço.
A casa tem pratos de isopor e copos de plástico, embora os talheres sejam de metal – há quem leve os espetos para casa em embalagem para viagem. Mesas tradicionais se misturam às banquetas altas. A febre de bares de espetinho em BH, explica Leonardo, deve-se ao clima descompromissado desses locais: “A gente trabalha com ficha e sem conta, então, a pessoa vai embora a hora que quiser, sem ficar presa para conferir e pagar”.
A média de venda de espetos é igual a do Clube do Espeto e, curiosamente, a cafta é das pedidas mais populares, ao lado de sabores como boi e medalhão de frango. A casa segue o horário de funcionamento de outras do gênero na cidade (que não abrem aos fins de semana), mas estuda abrir aos sábados a partir de janeiro. “O público é mais o de happy hour. Nos fins de semana, as pessoas querem levar a família a restaurantes, visitar amigos”.
Frango campeão
Um dos pioneiros do ramo, Luiz Augusto Barbosa da Costa, proprietário do Churrasquinhos do Luizinho, começou vendendo 35 espetos por dia num carrinho que guardava na garagem da casa da mãe, no Prado, em 1999. Depois de ocupar duas lojas (ganhando cada vez mais fregueses), finalmente chegou ao galpão de 460 metros quadrados, no mesmo bairro, onde vende pelo menos 500 espetinhos por dia. São 20 funcionários, 26 geladeiras para cerveja e três churrasqueiras que somam cerca de seis metros de brasa.
Os sabores tradicionais vendem bastante, mas é o de frango com parmesão o campeão de vendas: os pedaços do peito da ave são passados em molho de tomate caseiro e, depois, no queijo ralado, antes de ir à brasa. Qualquer espetinho custa R$ 4, à exceção dos de camarão, de provolone com abacaxi (cada um a R$ 5) e de codorna (R$ 8). A cerveja em long neck também custa R$ 4, facilitando o atendimento, já que a casa também trabalha com o sistema de fichas.
“Até hoje faço de tudo lá. Fico na churrasqueira, faço limpeza, vou para o atendimento. Fora o social, chegar na mesa das pessoas para uma conversa rápida, contar um caso. O pessoal gosta e dizem que faço isso bem”, conta Luiz. Porque a casa continua cheia até hoje? “Praticidade. O cara chega, não tem de pagar 10% nem conta. Vai embora quando quer e não tem essa coisa de petisco esfriar na mesa. Mineiro gosta de muvuca”, resume ele.
ONDE COMER
Clube do Espeto
Rua Santa Catarina, 435, Lourdes.
Aberto de terça a sexta, das 17h à 0h; sábado, das 19h à 1h.
Informações: (31) 3327-0967.
Espeto & Prosa
Rua Guaicuí, 112, Luxemburgo.
Aberto de segunda a sexta, das 17h30 às 23h30.
Informações: (31) 2526-6780.
Churrasquinhos do Luizinho
Avenida Francisco Sá, 197, Prado.
Aberto de segunda a sexta, das 17h à 0h.
Informações: (31) 2511-9651.
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“Eu e Cláudio advogamos para restaurantes e sabemos que o trabalho não é fácil. Daí termos pensado no espetinho, cuja dinâmica é mais simples. Para sair da mesmice, pensamos em algo mais aconchegante, com lugar para sentar. No início, tínhamos só copo descartável e os clientes demandaram copo de vidro”, exemplifica André. Além disso, ele e os sócios providenciaram espetos que fogem do lugar comum, sem deixar de manter tais pedidas básicas (boi, porco, frango, salsichão etc.) – custam entre R$ 5 e R$ 8 (cada).
A começar pelo de pão de queijo com linguiça, pré-assado no forno e finalizado na brasa. Além desse há também os de almôndega recheada com queijo prato, de torresmo de barriga, de medalhão de muçarela com bacon, de camarão, de costelinha e de frango com queijo e castanha. Os pães na brasa (R$ 5, cada) constituem uma seção própria, com 13 sabores que vão do bacalhau ao chocolate, passando por quatro queijos, azeitona e, claro, alho.
São cerca de 1,5 mil espetos vendidos por semana (fora os pães, que somam 300 unidades). Os preferidos da freguesia são os de boi, de frango com queijo e castanha e a cafta. Para beber, a casa oferece não apenas long neck (R$ 5), mas também cerveja em garrafa de 600ml (Áustria; R$ 10) e chope (Krug; R$ 5). Há sinuca (R$ 3, cada ficha), TVs para transmissão de jogos e shows e possibilidade de optar entre os sistemas de compra por ficha e comanda.
Tem até geléia
Outra casa aberta este ano, o Espeto & Prosa, no Luxemburgo, também tenta sair da trinca boi-porco-frango, ainda que mais discretamente. Nesse sentido, as apostas da dupla de proprietários formada por Leonardo Ottoni e Eder Santos são os espetos de pernil com geleia de abacaxi e pimenta e de linguicinha defumada passada no mel e na castanha de caju moída. No total, o bar prepara 15 espetos, todos assados na brasa, cada um vendido a R$ 4. Cerveja, só em long neck, pelo mesmo preço.
A casa tem pratos de isopor e copos de plástico, embora os talheres sejam de metal – há quem leve os espetos para casa em embalagem para viagem. Mesas tradicionais se misturam às banquetas altas. A febre de bares de espetinho em BH, explica Leonardo, deve-se ao clima descompromissado desses locais: “A gente trabalha com ficha e sem conta, então, a pessoa vai embora a hora que quiser, sem ficar presa para conferir e pagar”.
A média de venda de espetos é igual a do Clube do Espeto e, curiosamente, a cafta é das pedidas mais populares, ao lado de sabores como boi e medalhão de frango. A casa segue o horário de funcionamento de outras do gênero na cidade (que não abrem aos fins de semana), mas estuda abrir aos sábados a partir de janeiro. “O público é mais o de happy hour. Nos fins de semana, as pessoas querem levar a família a restaurantes, visitar amigos”.
Frango campeão
Um dos pioneiros do ramo, Luiz Augusto Barbosa da Costa, proprietário do Churrasquinhos do Luizinho, começou vendendo 35 espetos por dia num carrinho que guardava na garagem da casa da mãe, no Prado, em 1999. Depois de ocupar duas lojas (ganhando cada vez mais fregueses), finalmente chegou ao galpão de 460 metros quadrados, no mesmo bairro, onde vende pelo menos 500 espetinhos por dia. São 20 funcionários, 26 geladeiras para cerveja e três churrasqueiras que somam cerca de seis metros de brasa.
Os sabores tradicionais vendem bastante, mas é o de frango com parmesão o campeão de vendas: os pedaços do peito da ave são passados em molho de tomate caseiro e, depois, no queijo ralado, antes de ir à brasa. Qualquer espetinho custa R$ 4, à exceção dos de camarão, de provolone com abacaxi (cada um a R$ 5) e de codorna (R$ 8). A cerveja em long neck também custa R$ 4, facilitando o atendimento, já que a casa também trabalha com o sistema de fichas.
“Até hoje faço de tudo lá. Fico na churrasqueira, faço limpeza, vou para o atendimento. Fora o social, chegar na mesa das pessoas para uma conversa rápida, contar um caso. O pessoal gosta e dizem que faço isso bem”, conta Luiz. Porque a casa continua cheia até hoje? “Praticidade. O cara chega, não tem de pagar 10% nem conta. Vai embora quando quer e não tem essa coisa de petisco esfriar na mesa. Mineiro gosta de muvuca”, resume ele.
ONDE COMER
Clube do Espeto
Rua Santa Catarina, 435, Lourdes.
Aberto de terça a sexta, das 17h à 0h; sábado, das 19h à 1h.
Informações: (31) 3327-0967.
Espeto & Prosa
Rua Guaicuí, 112, Luxemburgo.
Aberto de segunda a sexta, das 17h30 às 23h30.
Informações: (31) 2526-6780.
Churrasquinhos do Luizinho
Avenida Francisco Sá, 197, Prado.
Aberto de segunda a sexta, das 17h à 0h.
Informações: (31) 2511-9651.