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Província de Salerno completa 30 anos como um dos mais tradicionais italianos de BH

Restaurante tem ambiente alegre, colorido e cardápio clássico que cativa clientela há décadas

Nas paredes estão peixes e caranguejos de louça, além de máscaras de Baco, pinturas de flores e frutas, reproduções de quadros de pintores da Itália e antigos suportes de vinho, daqueles que deixam as garrafas inclinadas para baixo. Já o cardápio, de capa dura, lista dezenas e dezenas de pratos italianos, praticamente sem concessões a tendências, executados por equipe aparentemente sem estudantes de gastronomia. Tradicional e “comfort” para uns, cafona e ultrapassado para outros, o restaurante Provincia di Salerno completa, dia 20 do mês que vem, 30 anos de existência.


À frente da casa desde o início está o chef Remo Peluso, mineiro de Guarani e filho de italianos que emigraram para o Brasil com o velho sonho de “fazer a América”. O primeiro ponto ocupado por ele foi uma casa na Rua Cláudio Manuel, na Savassi. Sete anos depois transferiu o restaurante para o imóvel atual, onde funcionou anteriormente a padaria do pai, que teve ao lado uma fábrica de massas. “Essa região não era considerada nobre e vim para cá para ser o dono do pedaço”, lembra Remo.
Quando começou no ramo, conta o chef, o público belo-horizontino estava habituado a comer lasanha, cappelletti e ravióli. “Eu cheguei fazendo as comidas de Salerno, província onde meus pais nasceram, na região da Campanha, no Sul da Itália. Ele é da aldeia de Sicili e ela, de Pisciotta. Era diferente do que existia aqui”, observa Remo. Entre essas receitas, está a do fusilli, que não é o macarrão semelhante a um parafuso hoje fácil de achar nos supermercados.

Produzida na casa, a massa é enrolada em torno de um cilindro até ficar parecida com um canudo grosso. Cozida, é servida com braciola, pernil suíno enrolado com recheio de bacon, passas, ervas e parmesão ao molho de tomate (R$ 46, individual). Esse é o prato mais tradicional da casa, servido desde a inauguração, ao lado de receitas como a da berinjela recheada com parmesão e passas, gratinada com molho de tomate e muçarela (R$ 19), que funciona como entrada.

O cardápio, inicialmente escrito à mão por Remo (quando o restaurante tinha só sete mesas), incorporou mais massas pouco a pouco, como o fettuccine cremoso, elaborado com molho béchamel, e o cavatelli, espécie de primo do nhoque, mas feito com semolina e sem batata. Risotos só foram incluídos nos últimos 10 anos. Também de forma gradual, o chef criou pratos para homenagear fregueses assíduos que se tornaram amigos, como o político José Maria Alkmim.

Prova de que o freguês tem sempre razão, Peluso adaptou o ponto de cozimento da massa ao gosto do brasileiro: não serve nenhum prato al dente, a não ser a pedido do cliente.

Fusilli com braciola, passas, ervas e parmesão ao molho de tomate: clássico da casa - Foto: André Hauck/Esp. EM/D.A PressNovidades

Motivado pelos 30 anos da casa, Remo desenvolveu recentemente cinco receitas, a começar pelo espaguete de camarões ao creme de limão siciliano (R$ 59, individual) e pelo fettuccine com queijo pecorino, tomate e manjericão (R$ 49, individual). Entre os risotos, a novidade fica por conta do de presunto cru e alho-poró (R$ 66, individual), e nas entradas destaca-se a polenta gratinada ao molho de cogumelos frescos (R$ 19).

A carta de vinhos beira 100 rótulos (entre R$ 44 e R$ 579, garrafa), com óbvio predomínio de italianos. Recentemente, a distribuidora de vinhos Emaco foi transferida para pequeno imóvel vizinho ao restaurante, com passagem interna pelo salão principal (além da porta na Avenida do Contorno): os fregueses têm outros 400 rótulos à disposição para poder beber na mesa ou levar para casa (com 20% de desconto). Uma das curiosidades é o tinto marroquino Tandem (R$ 198), feito com a uva syrah.

Provincia de Salerno

Endereço: Rua Maranhão, 18, Santa Efigênia
Informações (31) 3241-2205
Aberto de terça a sexta, das 12h às 15h e das 19h à 1h30; sábado, das 12h às 17h e das 19h à 1h30; domingo, das 12h às 17h