Preciosidades de Minas serão degustadas por chefs de renome internacional do Madrid Fúsion

20/01/2013 13:48
Copasa/Divulgação
A Fonte Mayrink de onde é retirada água mineral, que por suas características abre o palato (foto: Copasa/Divulgação)
Cachaça, pão de queijo, café, frutas, geleias e licores produzidos entre as montanhas das Gerais vão desembarcar em Madrid, na Espanha, com a promessa de internacionalizar os sabores que há anos encantam mineiros e brasileiros. A água mineral das fontes de Caxambu e Cambuquira também atravessará o Atlântico e integra o leque de produtos que a comitiva mineira vai apresentar no Madrid Fusión, o mais importante festival internacional de gastronomia.

A água mineral de Minas será a bebida oficial do evento. Ao todo, estão sendo levados 15 mil litros do precioso produto brasileiro. “A água é um dos mais antigos e tradicionais produtos de Minas. O próprio nome do estado faz referência às nascentes”, lembra o superintendente de comunicação da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Henrique Bandeira. A empresa é responsável pelo engarrafamento e comercialização da Cambuquira e Caxambu.

Juntamente com esses produtos, outros ingredientes que fazem parte da culinária mineira serão usados por chefs durante o festival. Os pratos deverão valorizar a carne de porco, o frango, os legumes, em especial o quiabo e o jiló, as verduras (taioba, maria-gondó, almeirão, couve, ora-pro-nobis, agrião, serralha, bertalha e cansação). Os produtos mineiros poderão ser degustados por chefs de renome internacional, bem como jornalistas especializados dos cinco continentes que farão a cobertura do evento. Dos dois estandes que serão montados pelo governo de Minas e parceiros, um deles abrigará degustações e apresentações dos produtos. Nas aulas que serão realizadas no palco principal, os chefs irão mostrar sabores que fazem parte da cultura mineira.

De acordo com o diretor do Exportaminas, Ivan Barbosa Neto, o evento dará visibilidade ao estado e abre portas para os produtos mineiros na Europa. O Exportaminas é uma entidade ligada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais para fomentar o comércio exterior. De duas em duas horas, quem estiver no festival poderá degustar uma iguaria produzida em Minas. A diversidade de Minas estará representada por produtos do cerrado, do Norte de Minas e da região do Jaíba.

Os visitantes poderão experimentar frutos do cerrado, que são muito nutritivos e têm sido descobertos na gastronomia. É o caso da castanha de baru, que tem sido usada por seu sabor único e também riqueza nutritiva. O fruto será oferecido também sob a forma de paçoca e licor. O pequi, tão característico do Norte de Minas, será servido sob a forma de licor. Com a cara dos quintais mineiros, a jabuticaba também será servida como licor e geleia. As chamadas frutas do Jaíba (banana prata, limão taiti, mamão formosa, manga palmer) vão representar os produtores do Norte de Minas, produzidas a partir de projetos de irrigação desenvolvidos pela Associação dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), que congrega cerca de 3,5 mil fruticultores.

A Água é Leve, elegante e suave

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Cambuquira e Caxambu harmonizam-se com pratos leves das culinárias mediterrâneas e espanhola (foto: Copasa/Divulgação)
O circuito das águas, onde estão as fontes de Caxambu e Cambuquira, fica próximo à Serra da Mantiqueira, cujo nome em tupi-guarani quer dizer “mãe d’ água” ou “terra que chora”. O nome Caxambu também é de origem tupi-guarani e o significado está relacionado às riquezas das águas na região. Caxambu quer dizer “água que borbulha”. Cambuquira, que quer dizer “broto”, embora não seja referência direta às águas também é importante para a preservação das fontes. A participação neste evento pretende recolocar as águas mineiras entre as mais apreciadas mundialmente, o que já ocorreu no início do século 20, quando receberam prêmios em Saint Louis, nos Estados Unidos, e em Paris, na França. “Enquanto as águas europeias são alcalinas, com exceção da francesa Perrier, a nossa água mineral é mais ácida. Isso faz com que a água mineral de Minas seja leve, elegante e suave”, afirma.

Para ele, ao ganhar a visibilidade internacional, as águas mineiras de Minas deverão ter mais projeção também no Brasil. “É uma forma de mostrar que nossa água tem qualidade e tradição tanto quanto águas européias.” Para ser classificadas como minerais, as águas precisam ser ricas em minerais, como cálcio, bicarbonato, sódio, potássio, magnésio. Outro critério é a temperatura da fonte. As infinitas combinações desses minerais dão a especificidade de cada uma dessas águas.

Por ser leve e delicada, a água produzida em Minas harmoniza com pratos da cozinha mediterrânea e espanholas, que são ricas em peixes e frutos do mar. “Principalmente a Caxambu, por suas características minerais, abre o palato. Em outras palavras, ela limpa a boca para se perceber melhor o prato que vai comer”, pontua.

Além das características das águas minerais de Minas, outro fator que as torna interessantes para o mundo da gastronomia é a maneira como são captadas. “Tudo é feito sem nenhum ônus ambiental”, diz. As águas são retiradas do subsolo mineiro e estão lá há centena de anos. “Estão se formando de maneira natural desde a época da Idade Média”, diz. Tudo isso faz com que tenham um alto valor comercial, embora ainda não sejam produtos de exportação. “Nossa água é rara, o que faz com que tenha grande valor agregado”, completa.

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