Juntamente com esses produtos, outros ingredientes que fazem parte da culinária mineira serão usados por chefs durante o festival. Os pratos deverão valorizar a carne de porco, o frango, os legumes, em especial o quiabo e o jiló, as verduras (taioba, maria-gondó, almeirão, couve, ora-pro-nobis, agrião, serralha, bertalha e cansação). Os produtos mineiros poderão ser degustados por chefs de renome internacional, bem como jornalistas especializados dos cinco continentes que farão a cobertura do evento. Dos dois estandes que serão montados pelo governo de Minas e parceiros, um deles abrigará degustações e apresentações dos produtos. Nas aulas que serão realizadas no palco principal, os chefs irão mostrar sabores que fazem parte da cultura mineira.
De acordo com o diretor do Exportaminas, Ivan Barbosa Neto, o evento dará visibilidade ao estado e abre portas para os produtos mineiros na Europa. O Exportaminas é uma entidade ligada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais para fomentar o comércio exterior. De duas em duas horas, quem estiver no festival poderá degustar uma iguaria produzida em Minas. A diversidade de Minas estará representada por produtos do cerrado, do Norte de Minas e da região do Jaíba.
Os visitantes poderão experimentar frutos do cerrado, que são muito nutritivos e têm sido descobertos na gastronomia. É o caso da castanha de baru, que tem sido usada por seu sabor único e também riqueza nutritiva. O fruto será oferecido também sob a forma de paçoca e licor. O pequi, tão característico do Norte de Minas, será servido sob a forma de licor. Com a cara dos quintais mineiros, a jabuticaba também será servida como licor e geleia. As chamadas frutas do Jaíba (banana prata, limão taiti, mamão formosa, manga palmer) vão representar os produtores do Norte de Minas, produzidas a partir de projetos de irrigação desenvolvidos pela Associação dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), que congrega cerca de 3,5 mil fruticultores.
A Água é Leve, elegante e suave
Para ele, ao ganhar a visibilidade internacional, as águas mineiras de Minas deverão ter mais projeção também no Brasil. “É uma forma de mostrar que nossa água tem qualidade e tradição tanto quanto águas européias.” Para ser classificadas como minerais, as águas precisam ser ricas em minerais, como cálcio, bicarbonato, sódio, potássio, magnésio. Outro critério é a temperatura da fonte. As infinitas combinações desses minerais dão a especificidade de cada uma dessas águas.
Por ser leve e delicada, a água produzida em Minas harmoniza com pratos da cozinha mediterrânea e espanholas, que são ricas em peixes e frutos do mar. “Principalmente a Caxambu, por suas características minerais, abre o palato. Em outras palavras, ela limpa a boca para se perceber melhor o prato que vai comer”, pontua.
Além das características das águas minerais de Minas, outro fator que as torna interessantes para o mundo da gastronomia é a maneira como são captadas. “Tudo é feito sem nenhum ônus ambiental”, diz. As águas são retiradas do subsolo mineiro e estão lá há centena de anos. “Estão se formando de maneira natural desde a época da Idade Média”, diz. Tudo isso faz com que tenham um alto valor comercial, embora ainda não sejam produtos de exportação. “Nossa água é rara, o que faz com que tenha grande valor agregado”, completa.