Uma das modalidades desse tipo de dança pode ser praticada no conforto de casa, em frente da TV ou diante do monitor com o auxílio de smartphones e videogames. Sozinhos ou em grupo, jogadores afastam os móveis, escolhem uma canção e mandam ver nas coreografias ditadas na tela. A ideia é reproduzir precisamente os movimentos de bailarinos virtuais, cujo desempenho é captado por sensores. Terminada a música, o jogador recebe pontos. No caso das partidas coletivas, vence quem fizer maior pontuação.
Praticante do game Just Dance – um dos mais populares do gênero –, Túlio Akar, de 21 anos, é um craque dos passinhos. Sua fama corre o planeta: em 2014, o mineiro foi vice-campeão da copa do mundo anual promovida pela Ubisoft, empresa que desenvolve o jogo.
Além de jogar por diversão com amigos e familiares, ele exibe vídeos das coreografias no YouTube. Assim, ajuda outros dançarinos a progredir nas competições
Tudo começou em 2010, em uma viagem ao exterior. “Fui a Nova York e visitei uma loja de jogos. Vi o Just Dance na prateleira de lançamentos, comprei por curiosidade. Joguei e me apaixonei logo de cara pela vibe e pelo estilo”, conta Túlio.
DIET Além de troféus e prêmios – como uma viagem a Paris com tudo pago –, o “balanço nerd” trouxe qualidade de vida ao hábil jogador. Em cerca de um ano, os movimentos – bem frenéticos e complexos, por sinal – ajudaram Túlio a emagrecer.
“Nunca gostei de academia, não sou uma pessoa de esportes. Em 2013, fiz uma rotina pra mim com o jogo e consegui perder 10 quilos. Passava pelo menos uma hora por dia dançando. Com isso me tornei uma pessoa mais ativa”, relata.
CAMPEÃO Kelvin Jaeder, de 22 anos, é outro mineiro que os passos de dança levaram longe. Há seis anos, quando estreou, não imaginava que ultrapassaria os limites da sala de estar de casa. Acredite se quiser: este estudante de ciência da computação nunca gostou de dançar – até hoje, quando sai para a balada, passa a noite sentadinho
“Comecei em 2011, procurando um jogo de Nintendo Wii para o filho de um colega de trabalho. Experimentei e gostei, mas, no início era muito ruim. Em seis meses, já fui ficando bom. Com treino, qualquer um pode ficar”, diz o modesto campeão. Os campeonatos levaram Kelvin três vezes à França, com todas as despesas pagas pela Ubisoft.
Só no quadradinho
“Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite”, canta Lulu Santos, o hitmaker das baladas oitentistas. Dançar até suar bastante é o que o músico Érico Temponi, de 25, e seus amigos quase sempre esperam de um sábado – porém, em cima da plataforma.O belo-horizontino é craque na máquina de simulação de dança, modalidade de sucesso no início dos anos 2000 em shoppings e parques brasileiros. Sua versão predileta do aparelho é o Pump it Up. Apelidado pelos “atletas” de Pump, ele consiste em pisar, sem errar, nas setas posicionadas em uma espécie de tablado iluminado, seguindo os rápidos comandos exibidos no visor. O balanço forma uma coreografia.
Deixada de lado na década passada, a dancinha vem reconquistando jogadores de todas as idades. Temponi, fã de carteirinha desde sempre, investiu R$ 18 mil numa plataforma particular usada, despesa que “rachou” com o amigo Renan Lara.
“Resolvemos comprar o equipamento porque os oferecidos por shoppings, por exemplo, não recebem manutenção adequada. Em vários lugares, a máquina não funciona direito ou está com o software desatualizado. A gente cuida bem da nossa”, conta.
BALADEIROS A aquisição não transformou Érico e Renan em baladeiros eremitas. Nos fins de semana, eles se juntam a outros jovens fãs do Pump numa casa de games no Centro de BH. O professor de inglês João Renato está sempre por lá. Inclusive, disputa campeonatos mensais que ajuda a organizar. Empolgada, a turma forma até times, com direito a camisa, bandeira e brasão.
“O mais legal é que o nosso espírito competitivo é diferente. A gente se incentiva muito enquanto joga. Também dá pra fazer muitas amizades no Pump. Depois, vamos ao cinema e nos encontramos para fazer outros programas. Sai até namoro!”, brinca João.
Laura Pattaro é uma das feras da turma. Aos 28, a arquiteta coleciona oito títulos nacionais. Foi ao México e à China disputar torneios mundiais patrocinada pela fabricante coreana Andamiro.
Apaixonada pela atividade, ela convida os iniciantes a se aventurar pelas setas coloridas. “Ninguém julga ou zoa quem está começando. Pelo contrário, todo mundo adora ensinar. Além do mais, é um exercício muito completo, melhora a coordenação motora e o ritmo. Adrenalina demais!”, garante a empolgada Laura.
DANCE SEM PARAR
JUST DANCE
Disponível para Wii, Wii U, Xbox 360, Xbox One, Playstation 3 e Playstation 4 (R$ 179,90). Computador (R$ 159,90). Aplicativos para smartphone: Android e iOS (grátis para baixar compras dentro do app). Modalidade assinatura para todos os dispositivos: R$ 19 (um mês), R$ 39 (três meses) e
R$ 79 (12 meses).
PUMP IT UP
Taberna dos Games
Rua Espírito Santo, 785, Centro, (31) 3566-4705. Das 14h às 22h. Informações: tabernadosgamesbh@gmail.
com. Preço: R$ 8 (90 minutos),
R$ 14 (o dia todo) e R$ 100 (30 dias, à vontade)
Parque Guanabara
Avenida Dr. Otacílio Negrão de Lima, 3.333, Pampulha,
(31) 3439-7300. De segunda a sexta-feira, das 13h às 22h; sábado, das 12h às 22h30; domingo e feriado,
das11h às 21h30
Planet Sport
>> Minas Shopping. Avenida Cristiano Machado, 4.000, União, (31) 3426-1311. De segunda-feira a sábado, das 10h às 23h; domingo, das 10h às 22h. R$ 4 (três músicas)
>> Itaú Power Shopping. Avenida General David Sarnoff, 5.160, lj. 21/22, Contagem, (31) 3362-2927. De segunda-feira a sábado, das 10h às 23h; domingo, das 10h às 22h. R$ 4 (três músicas)
Hotzone
>> Pátio Savassi. Avenida do Contorno, 6.061, Savassi,
(31) 2555-2270. De quarta-feira a sábado, das 13h às 22h; domingo e feriado, das 13h
às 21h
>> BH Shopping. BR-356, 3.049, Belvedere, (31) 3286-2312. Diariamente, das 13h às 22h