Em coletiva de imprensa, a empresa de Kyoto apresentou e deu detalhes do novo console que já havia sido apresentado em vídeo, em outubro passado.
O console pode ser separado de sua base e ser levado para qualquer lugar. A parte móvel lembra bastante o tablet da máquina anterior, a Wii U, mas desta vez tem joysticks dos dois lados lados, que também podem ser retirados.
O sistema permite diferentes modos de jogo explorando, além dos botões, o reconhecimento de movimentos por acelerômetro ou câmera infravermelha.
Com este novo conceito de console "híbrido", a Nintendo não concorrerá diretamente com o PlayStation 4, da Sony, uma máquina fixa muito potente que oferece funções multimídia, mas se situará entre o PS4 e os jogos de smartphones.
Oitenta jogos
"O Switch vai permitir jogos que até agora eram impossíveis de jogar", afirmou um dos desenvolvedores durante o lançamento.
"É um console de game que permite jogar com outra pessoa, antes do que com uma máquina", pois tem dois joysticks que interagem com o entorno real, acrescentou.
Meia centena de estudos de desenvolvimento resultaram "na criação de 80 jogos", anunciou Yoshiaki Koizum, diretor e desenvolvedor da Nintendo, que também é produtor de um novo Super Mario Odyssey.
"Continuamos preparando o lançamento de vários títulos com nossos parceiros para oferecer um novo universo de jogo", prometeu o presidente da Nintendo, Tatsumi Kimishima.
"Acredito que seja um console acessível (...), muito diferente do PlayStation 4 e provavelmente terei os dois em casa. O PS4 não se leva fora de casa", disse Yusuke Tomizawa, encarregado de desenvolvimento de jogos do grupo Bandai Namco.
Queda na bolsa
O Switch estará disponível no começo de março no Japão e em vários outros países, entre eles os Estados Unidos, a 300 dólares (precisamente US$ 299,99). Não foram dadas informações até o momento sobre quando custará na Europa.
O preço é superior aos 250 dólares, um limite psicológico que se for superado, segundo os analistas, poderia frear as vendas, o que pode explicar a queda da ação da Nintendo na bolsa de Tóquio, que acabou recuando 5,75%.
"Acho, ao contrário, que é um nível muito bom se consideradas as possibilidades inéditas oferecidas pelas tecnologias móveis", disse Hirokazu Hamamura, especialista em jogos da editora Kadokawa.
"Não se mostrou tudo e os investidores, que reagem (...), esperavam sem dúvida mais informações sobre a estratégia de jogos online" e a compatibilidade Switch/smartphone. Por isso, a relativa decepção, avaliou.
Os poucos títulos disponíveis no lançamento - apenas oito - também pode ter afugentado os acionistas. No entanto, Hamamura avalia que "as pessoas não querem obrigatoriamente muitos jogos a princípio, mas sim descobrir novos títulos regularmente".
A Nintendo, que sofre há anos com a concorrência de smartphones e cujo volume de negócios representa um quarto do que realizava em sua época áurea, nos idos de 2008/2009, espera acertar o alvo com este novo console.
Paralelamente, a Nintendo sofre pressão para acelerar sua estratégia de oferta de jogos para smartphones, o que começou a fazer depois de anos de hesitações.
Depois de Tóquio esperam-se as apresentações do Switch em Frankfurt, Paris e Londres.