“O projeto começou como uma iniciativa de um aluno nosso, o Victor Leão, que batalhou e correu atrás. Ele conseguiu um espaço legal para o evento e teve algumas edições fora, mas sempre convidei ele para vir para cá, voltar para casa”, explicou João Victor Gomide, coordenador do curso. “Nosso plano agora é hospedar o Mind sempre. Cedemos o auditório e as salas para receber o pessoal”, completou.
Idealizador do Mind e aluno da Fumec, Victor Leão não queria limitar o encontro ao curso de jogos digitais da Universidade. “Fizemos os primeiros em bares por ser um local público e aberto e por ser um espaço muito legal e agradável para conversar, eu gosto muito. Acho que facilita também para o pessoal mais tímido se expressar e muitos na nossa cena são. Mas quando comentei com o coordenador do curso que queria levar uma edição para o Laboratório Aberto do Senai, ele ofereceu o espaço daqui e decidimos fazer essa tentativa”, assinalou ele.
A primeira edição do Mind aconteceu em janeiro e quase 100 pessoas participaram. A inspiração de Victor veio após viagens em que ele conheceu a cena indie em outras cidades do país. “A ideia veio depois que visitei eventos em São Paulo e Brasília. Em Brasília, conhecei o pessoal da Behold Studios e fui comer uma pizza com eles. Então o Saulo (Camarotti, diretor da Beholder Studios) me perguntou da cena independente de BH. E eu disse que não tinha. Dai ele sugeriu que fizéssemos algum encontro. Chegando aqui, fiz a tentativa, chamei todo mundo que eu conhecia no Facebook, publiquei em alguns grupos e no primeiro evento deu quase 100 pessoas. O que faltava mesmo era alguém tentar”, ressaltou.
Momento certo
Estudante do segundo período do curso de jogos digitais da Fumec, Daniel Zaidan levou seu ‘Eliosi’s Hunt’ para o Mind. O jogo, desenvolvido na Unreal Engine, foi um dos mais comentados entre os presentes. “O ‘Eliosi's Hunt’ é um topdown shooter, tiro e plataforma, inspirado em jogos como Crash Bandicoot e Metal Slug. É uma mistura desses gêneros”, destacou Daniel.
Como muitos, Daniel começou sozinho fazendo de tudo no projeto. “Fiz alguns protótipos e testes e quando começou a chamar atenção, pensei em trazer mais pessoas para equipe. Contratamos um freelancer de arte conceitual, o Felipe, e o resultado foi tão bom, agregou tantas ideias, que decidimos trazer mais equipe e chamamos mais duas pessoas: um programador e um artista 3D”, recordou. O resultado quebra estereótipos: ‘Eliosi’s Hunt’, mesmo desenvolvido por uma equipe tão pequena, impressiona pela qualidade e acabamento, mesmo sem estar pronto.
“Estamos em um momento muito bom de jogos no Brasil. Estou muito feliz de estar começando nesta época. O Mind é muito legal, quando Victor criou o Mind fortaleceu não só o mercado brasileiro como o de Minas Gerais diretamente”, elogiou Daniel.
Quem também concorda com o bom momento é João Victor. O coordenador do curso de Jogos Digitais contou que a universidade fechou um acordo com a Vancouver Film School, uma das escolas mais conceituadas no mundo quando o assunto são games. “Tenho quatro ex-alunos que estiveram lá. E a qualidade dos caras chamou atenção deles, que entraram em contato direto com a gente, falando que a referência foram os alunos. Isso foi muito legal, para mim, isso vale ouro” frisou ele, depois de contar que já está com as passagens para conversar pessoalmente no Canadá.
A próxima edição do Mind ainda não tem data para acontecer, mas interessados em expor e conhecer o mercado de desenvolvimento de Minas Gerais podem acompanhar mais no grupo do Facebook.