'Você não odeia ser mãe, e sim a sobrecarga', dispara Giselle Itié

Atriz está comemorando neste domingo (08/05) seu segundo Dia das Mães

Reprodução/Instagram/Maurício Nahas
Giselle Itié e o filho, o pequeno Pedro Luna, de 2 anos (foto: Reprodução/Instagram/Maurício Nahas)

Giselle Itié está comemorando neste domingo (08/05) seu segundo Dia das Mães. A mamãe solo do pequeno Pedro Luna, de dois anos, tem se dedicado, na maior parte do tempo, aos cuidados com o primeiro filho. Desde então, ela costuma falar sobre maternidade nas redes sociais, além de ajudar outras matriarcas com diversos projetos.

Recentemente, a atriz estreou como diretora comandando clipe intitulado Ocitocina, baseado na música Área de cobertura, de Paulo Carvalho em parceria com Arnaldo Antunes, critica divisão desigual de responsabilidades no cuidado do lar e na criação dos pequenos.

 

Em entrevista ao portal Splash, do UOL, Giselle abriu o coração e falou sobre a maternidade real e de como isso, ao menos para ela, não tem relação alguma com amar mais ou menos seu filho.

 

"Eu amo ser mãe. A maternidade para mim é incrível. Ver todos os segundos, a transformação dele. Amo de verdade. Tem gente que pergunta pontos bons e ruins. Não existem pontos negativos. Eu transbordo. Sou muito feliz de verdade", iniciou.

 

"Existem mães que falam 'amo meus filhos, mas odeio ser mãe'. Não, você não odeia ser mãe. Você odeia essa sobrecarga. Não é só da maternidade, a carga da paternidade está em cima de você também. Porque alguém tem que fazer junto. É inviável se responsabilizar por duas pessoas", acrescentou.

 

Itié reforçou durante o bate-papo que um dos maiores problemas é justamente a falta de igualdade na hora da divisão das tarefas, entre o casal. Que além de sobrecarregar a rotina de um deles, pode repercutir negativamente na criação do filho. Por isso é necessário dividir de uma forma igualitária.

 

"Se eu começo a ficar irritada, meu filho vai ficar irritado. É uma conexão muito forte e profunda. A gente precisa ter um olhar afetuoso, se reeducar, tanto mulheres, quanto homens, e entender que o filho é dos dois. Do pai e da mãe. Precisa dividir de uma forma igualitária, saudável", complementou.

"Infelizmente, na maioria das vezes, as responsabilidades só caem em cima da mãe".

Giselle Itié

Com pais casados há mais de 40 anos e uma criação baseada no modelo tradicional da família brasileira, Giselle revelou que já estava separada havia mais de um ano do pai do seu primogênito, o ator Guilherme Winter, quando engravidou.

 

"Muitas vezes a gente quer seguir uma história bonita da família. A gente tentou retomar o relacionamento no início e já no final da gravidez não estávamos mais juntos. E tudo bem. A base de qualquer relacionamento tem que ser harmonia. Ainda mais quando vem um filho. E a gente priorizou isso", afirmou.

 

Em casa, a artista que mora com os pais e o irmão, buscou os melhores exemplos para o herdeiro entender desde a infância como é importante a igualdade nas divisões de tarefas dentro de um lar. "Ele só aprende vendo. E ele copia tudo. É muito importante ele crescer vendo meu pai cozinhando, meu irmão lavando a louça, o pai dele dando comida, trocando a fralda. Ele vai aprender vendo os homens também trabalhando no cuidado. Isso que eu levanto muito. O cuidado é trabalho. E cansa", destacou.

 

Gisele Itié também comentou que a carga recai sobre as mulheres em geral, e não só as mães. Inclusive, ela conta que até amigas que não tem filhos acabam reclamando sobre a falta de ajuda nas tarefas simples e básicas de uma casa.

"É importante ter uma rede de apoio não só de mães, mas de mulheres. E com homens também. Um acolhendo o outro. Esse movimento é para unir, não é para apontar dedo. Muito pelo contrário. É para a gente se reeducar, todo mundo junto. Com esse olhar vamos criar pessoinhas mais conscientes".

Gisele Itié

Confira, abaixo, o clipe de Ocitocina: