Na última segunda-feira (17/01), o Big brother Brasil 22 teve sua estreia 'para lá' de polêmica, dando o que falar nas redes sociais.
Natália, uma das participantes, afirmou que os negros foram escravizados porque "eram bons" no que faziam. A afirmação rendeu debates entre internautas e chegou a receber posicionamento do apresentador Érico Brás.
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Por que é que a gente veio como escravo? Porque a gente era bom no que a gente fazia. Por isso, porque talvez se colocasse uma pessoa lá para fazer aquilo, talvez não conseguiria", disse Natália.
Após refletir sobre o tema, Érico disse que muitas pessoas negras não entendem de fato a história: "A questão racial no Brasil está além das discussões nas redes sociais e grupos bolhas das quais participamos. Para além do que estamos acostumados ou até mesmo viciados em discutir estão os efeitos do racismo na vida de pessoas pretas que estão fora do nosso circuito.
Esses efeitos que se manifestam diariamente são os verdadeiros reflexos, atualizados, das mazelas escravagistas no Brasil. Por fim, digo que nem todo negro ou negra sabe de fato o que foi a escravização dos africanos e sequer sabe a causa desse crime contra a humanidade chamado racismo", disse o ator nas redes sociais.
Além do apresentador, Zezé Motta também resolveu se pronunciar sobre o assunto nas redes sociais: "Eu depois de assistir ao vídeo com a fala da BBB Natália. Infeliz, insensata, porém não estou aqui pra apontar uma outra mulher. Não é sobre isso… é sobre a fala da moça, isso reforça que vivemos num país extremamente omissor com as nossas raízes.
Infelizmente o nosso povo não possui informação, somos fruto de um país carente de informação e ainda negacionista. Nosso povo não conhece sua própria história. A Natália foi infeliz em sua fala pois não conhece a nossa história. Sua fala é o cenário em que se encontra o Brasil", Iniciou a atriz.
"A nossa história infelizmente não é ensinada nas escolas, nas universidades… e olha que existe uma lei para isso, vocês sabiam? Lembro-me muito bem que depois de muitas idas e vindas para Brasília, no ano de 2003, o Movimento Negro comemorou a LEI No 10.639, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira, só que isso não passou, mais uma vez, simplesmente de apenas uma lei", disse a artista.