Com muitos sucessos na TV aberta, Dalton Vigh está em relacionamento sério com o streaming. Série no Globoplay, filme no Amazon Prime, novela na Netflix e peça de teatro online.
O ator conversou com o Portal Uai sobre os projetos, alguns momentos de sua carreira e os desafios de se produzir culturalmente no Brasil.
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"Quando você está fazendo, você acaba esquecendo de quem está te assistindo. Claro que você tem que se preocupar com as marcações, tanto pra teatro como para a captação em vídeo por conta da iluminação, etc.
Mas você acaba meio que se desligando disso e viajando na história. Como a gente fez sem cortes, fizemos como se fosse realmente uma peça de teatro. A falta das risadas não atrapalhou, mas se a gente pudesse escolher, teria uma plateia virtual e interativa, no caso (risos)".
Em tempos onde se discute a melhor maneira de se produzir culturalmente, a precariedade de importantes instituições, como a abandonada Cinemateca Brasileira (esta entrevista foi feita antes do ocorrido), Dalton enxerga como problema grave no Brasil a falta de incentivo ao consumo de cultura de forma geral; citando também museus, concertos, além do teatro e do cinema:
"Acho que a Lei Rouanet foi uma conquista importante. O problema aqui no Brasil não é nem só a falta de incentivo à produção cultural, acho que o problema aqui é mais grave, falta-se um estímulo ao consumo cultural, falta um projeto que estimule as pessoas a consumirem cultura, a consumir teatro, concerto, ballet.
Acho que o problema é mais aí do que na questão de produção. Claro que na produção a gente podia estar bem melhor. Mas acho que falta plateia, demanda, e isso só pode ser conseguido com estímulo, com uma valorização da cultura em geral, do consumo de cultura, de ir-se ao teatro, às salas de concertos, aos museus".
Com dezenas de novelas em seu currículo, o ator revelou que não vê diferenças em gravar para o streaming, no que diz respeito ao processo de preparação e interpretação. Dalton apenas ressaltou que, em um dia, um ator é capaz de gravar em volume muito maior para uma novela, em relação aos filmes e séries. Recentemente, Dalton deu vida ao deputado Venâncio Couto, na série policial A Divisão, no Globoplay.
"A diferença que existe é uma gravação de novela e uma filmagem. O número de cenas que você vai fazer no mesmo dia. A diferença básica é essa. Porque numa novela você faz várias cenas, num dia no cinema ou numa série como essa, você acaba fazendo, às vezes, nem metade do que se faz quando você está gravando uma novela".
Dalton Vigh foi um dos atores mais 'reprisados' do último ano, e em vários canais. Na TV Globo, com Fina Estampa, no VIVA, com o sucesso O Clone e até na Netflix, com Poliana, que costuma estar em alta na plataforma.
O ator contou que costuma se assistir e avaliar o próprio desempenho de forma crítica:
"Não dá pra se assistir sem ser crítico, pra mim não tem como. Quando você está fazendo novela, você tem um pouco de obrigação de ir acompanhando para ver o que está fazendo e ir corrigindo, ver o que podia ter aproveitado melhor, o que exagerou, o que fez de menos. Esse tipo de acerto. No caso de uma reprise não tem o que fazer para consertar. Mas mesmo assim dá umas fisgadas no peito quando se vê uma cena que poderia ter sido melhor".