A promotora da Ouvidoria das Mulheres do Conselho Nacional do Ministério Público, Gabriela Manssur, pedirá ao Ministério Público do Rio de Janeiro que abra um inquérito criminal contra o ator e diretor Marcius Melhem. O pedido ocorre após a denúncia de assédio sexual feita pelos depoimentos de oito mulheres contra o humorista. A informação foi divulgada pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo.
Além disso, de acordo com a coluna, a promotora deve solicitar medidas cautelares para proteger as mulheres que formalizaram a denúncia. Entre as ações, Melhem pode ser proibido de se aproximar delas, como também há possibilidade de proibir a divulgação das mensagens trocadas, a fim de manter a investigação sob sigilo.
A defesa de Marcius Melhem, em nota divulgada, afirma que o encaminhamento dos depoimentos ao Ministério Público do Rio de Janeiro faz parte do processo judicial e que sempre foi pedido, por parte do humorista, que fosse assim, em vez de expor para opinião pública. “Melhem coloca à disposição da justiça toda sua comunicação, telefônica ou digital, periciada e sem restrições. Importante que todos saibam de verdade como as relações se davam e a responsabilidade de cada um. Que tudo seja esclarecido", escreveram.
Entenda o caso de Marcius Melhem
Em agosto de 2020, Marcius Melhem foi demitido da Rede Globo, após denúncias de assédio. Dois meses depois, em outubro, as vítimas se pronunciaram pela primeira vez por meio da advogada Mayra Cotta, que representava um grupo de seis vítimas de assédio sexual, outras de assédio moral e seis testemunhas, além de apoiadores. Segundo elas, o ator utilizava o poder hierárquico para constrangê-las e às vezes agia de forma violenta.
No Twitter, o humorista se defendeu em uma série de posts, os quais disse estar disposto a reconhecer e reparar os erros. Além disso, Marcius Melhem escreveu que embora defenda as pautas do feminismo, ele ainda combate o machismo em si. Entretanto, o ator negou as acusações graves e disse que irá atrás da verdade.
No último mês de 2020, em dezembro, a revista Piauí divulgou uma reportagem de João Batista Jr., com detalhes dos casos de assédio denunciados. As principais informações foram de atos sofridos por Dani Calabresa, primeira mulher a levar a situação à alta cúpula da Rede Globo.
Devido a isso, Marcius Melhem, em janeiro de 2021, entrou com um processo na Justiça contra a atriz Dani Calabresa, o qual pede R$ 200 mil em indenização por danos morais e materiais, além do ressarcimento do custo de tratamento psiquiátrico/psicoterápico no valor de R$ 46,4 mil.