O lendário produtor musical americano Phil Spector morreu no sábado (16/1), aos 81 anos, enquanto cumpria pena por homicídio, informou neste domingo (17/1) o Departamento de Correções da Califórnia, nos Estados Unidos.
Reponsável por métodos musicais inovadores como a “parede de som”, Spector trabalhou com os Beatles, no icônico Let it be; John Lennon, no clássico Imagine; George Harrison, no cultuado álbum solo All things must pass; e Ramones, no disco End of a century.
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Em seu auge, na década de 1960, Phil Spector foi o rei indiscutível dos produtores de pop e rock, cujo trabalho ajudou a definir o otimismo sem limites de uma geração.
Nascido em Nova York, em 1939, numa família judia de origem russa, Spector tinha apenas 8 anos quando o pai cometeu suicídio, tragédia que o marcaria para sempre. A mãe levou o garoto e a irmã para Los Angeles. Foi lá que emergiu o talento musical daquele adolescente com enorme habilidade para escrever letras e tocar violão.
Spector formou sua primeira banda, The Teddy Bears, com três amigos do colégio e fez sucesso com a canção To know him is to love him, cujo título remete ao epitáfio inscrito na lápide de seu pai.
Lançada em 1958, essa música alcançou o primeiro lugar no ranking da Billboard e a banda vendeu cinco milhões de cópias. Sem conseguir repetir o sucesso, The Teddy Bears se separou no ano seguinte.
Com medo do palco, Spector passou a produzir e compor. Uma de suas canções era o hit Spanish Harlem, parceria dele com Ben E. King, lançado em 1961.
Aos 22 anos, fundou a Phillies Records, onde lançaria diversos sucessos, entre eles Be my baby, das Ronettes, e Unchained melody, dos Righteous Brothers.
Com o selo Philles, Spector iniciou sua era de ouro. Quase sozinho, mudou a indústria da música com a técnica wall of sound. Usava vários instrumentistas que tocavam sua parte separadamente e depois as colocava umas sobre as outras. Isso conferiu qualidade orquestral inusitada às produções.
Certa vez, Spector descreveu sua invenção como “abordagem wagneriana do rock n'roll, pequenas sinfonias para crianças”.
Homem de sucesso, o produtor se tornou cada vez mais excêntrico com o passar dos anos, sempre próximo das armas de fogo. Foi assim que se envolveu no assassinato de Lana Clarkson, depois de uma noite obscura na Califórnia.
“Tenho sido uma alma muito torturada. Nunca estive em paz comigo mesmo. Não fui feliz”, disse Phil Spector em uma de suas entrevistas. (AFP)