As informações são do site da BBC. Segundo o veículo, o artista morreu na madrugada deste sábado (31) durante o sono, nas Bahamas.
Conery interpretou 94 papeis ao longo de sua carreira de quase 60 anos. Entre eles, o famoso 007, personagem que viveu em sete, dos 28 filmes da franquia, entre as décadas de 1960 e 1980. Críticos e fãs o consideram como melhor James Bond do cinema.
O astro ganhou mais de 30 prêmios, incluindo três estatuetas do Globo de Ouro e duas do Bafta. O Oscar veio em 1988, na categoria de melhor ator coadjuvante, pela atuação no drama Os intocáveis, de Brian de Palma. Na trama, ele viveu Jim Malone, oficial de polícia de Chicago engajado no combate à máfia de Al Capone.
Em 5 de julho de 2000, o ícone recebeu o título de cavaleiro da Ordem Britânica da Rainha Elizabeth II.
Outro personagem marcante de Connery é o doutor Henry Jones, do filme Indiana Jones e a última cruzada (1989, George Lucas). Ao lado do filho Indiana (Harrison Ford), o professor parte em busca do Santo Graal, objeto raptado por nazistas.
E quem não se lembra de William von Baskerville, do longa O nome da rosa (1986), de Jean-Jacques Annaud - adaptação para as telas do livro homônimo de Umberto Eco.
O derradeiro papel do lord foi Sir Billi, protagonista da animação homônima lançada em 2012, de Sascha Hartmann. Neste trabalho, Connery empresta sua voz a um veterinário que luta contra policiais vilões para salvar Bessie Boo, um castor fêmea.
Sean Connery na pele de James Bond no longa 'Com 007 só se vive duas vezes', de 1967 - Foto: EON Productions/DivulgaçãoSean Connery foi casado duas vezes. Sua primeira esposa foi a atriz australiana Diane Cilento, com quem viveu de 1962 a 1973. O casal teve um fiho, Jason Joseph, nascido em janeiro de 1963. Cilento chegou a escrever uma autobiografia (Minhas nove vida, 2006), em que deu detalhes sobre o relacionamento conturbado. No livro, Connery é descrito como violento e "péssimo marido".
“Não penso que é tão ruim, penso que depende inteiramente das circunstâncias, se há merecimento. Se você tentou tudo antes — e mulheres são muito boas nisso — e elas não querem deixar quieto e têm que dar a última palavra, então você dá a última palavra a elas. Mas se elas não ficam satisfeitas mesmo assim e querem levar o assunto de forma provocativa… Então, penso que é absolutamente correto”.
Trajetória
Thomas Sean Connery nasceu em 25 de agosto de 1930 em Edimburgo, na Escócia. Antes de seguir carreira no showbiz, foi leiteiro, marinheiro e motorista de caminhão. Ele chegou a competir no concurso de Mister Universo, onde ficou em terceiro lugar.
O primeiro trabalho artístico foi no musical South Pacific, peça que abriu as primeiras portas do da TV e do cinema para Connery.
A fama internacional veio em 1962, com 007 contra o Satânico Dr. No, longa que inaugurou a longeva série cinematográfica. Inspirada no livro de Ian Fleming, a obra narra as aventuras de James Bond, agente secreto fictício do serviço de espionagem britânico MI-6 identificado pelo código 007.
O ator foi o protagonista de todos os filmes da franquia de 1962 a 1969, quando foi subistituído por George Lazenby. Em 1971, retornou em 007 - Os Diamantes São Eternos (Guy Hamilton). Após novo hiato de 11 anos, viveu pela última vez o papel, em 007 - Nunca mais outra vez (1983, Irvin Keshner).
Diversos outros sucessos de crítica e bilheteria marcariam a trajetória do artista, tais como como: O Homem que queria ser rei (1975, John Huston), Robin e Marian (1976, Richard Lester) Highlander - O Guerreiro Imortal (1986, Russel Mulcahy), A Rocha (1996, Michael Bay), Caçada ao outubro vermelho (1990, Jack Ryan), além dos já citados O nome da rosa e Os intocáveis.
"Péssimo marido"
Desde 1975, o artista estava casado com a atriz franco-tunisiana Michelline Roquebrune Connery. Até a morte do astro, os dois viviam em Nassau, nas Bahamas.
Embora tenha negado que bateu em Diane Cilento, Sean disse publicamente que agredir mulheres é aceitável ao menos duas vezes. A primeira, em uma entrevista publicada em 1965. “Não penso que haja nada particularmente errado em bater em uma mulher, embora eu recomende não o fazer da mesma forma que se faria com um homem. Um tapa aberto é justificável se todas as alternativas falharam e houve alertas suficientes. Se uma mulher age como uma vaca, ou está histérica, ou irritante continuamente, então eu faria. Penso que um homem deve estar à frente das mulheres”, disse o ator na ocasião.
Em 1987, o ator reafirmou seu ponto de vista em outra polêmica entrevista, concedida à jornalista Barbara Walters.
Em 1987, o ator reafirmou seu ponto de vista em outra polêmica entrevista, concedida à jornalista Barbara Walters.
“Não penso que é tão ruim, penso que depende inteiramente das circunstâncias, se há merecimento. Se você tentou tudo antes — e mulheres são muito boas nisso — e elas não querem deixar quieto e têm que dar a última palavra, então você dá a última palavra a elas. Mas se elas não ficam satisfeitas mesmo assim e querem levar o assunto de forma provocativa… Então, penso que é absolutamente correto”.