A cantora Beyoncé completa 39 anos nesta sexta-feira (4) e, durante o dia, muitos fãs dedicaram mensagens em comemoração. Muito mais do que dona de voz excepcional e de coreografias bem trabalhadas, a imagem dela é associada por muitos à representatividade da causa racial. Em diversos momentos, Beyoncé foi porta-voz do movimento e deu visibilidade à luta. Confira:
Formation
Em dezembro de 2016, Beyoncé lançou um videoclipe da música “Formation”, faixa do álbum “LEMONADE”. O clipe foi gravado em Nova Orleans, nos Estados Unidos, cidade que carrega uma importante tradição negra, desde a época da escravidão.
Além disso, na letra da música, a cantora chega a falar “gosto do cabelo do meu bebê, com baby hair afro”. É uma referência aos ataques racistas pelo cabelo black da filha Blue Ivy, em 2014.
Entre as diversas referências do movimento racial no clipe, também tem algumas cenas que são mais evidentes. Uma delas é quando a cantora está em cima de uma viatura policial, que aos poucos vai afundando na água – crítica sobre a negligência das autoridades públicas com as vidas negras.
Confira o videoclipe completo:
Beychella
Em 2018, Beyoncé se tornou a primeira mulher negra headliner (atração principal) do Coachella, um dos maiores festivais de música mundial e que existe desde os anos 1990.
Esse show marcou a volta da cantora após um período afastada para a maternidade. Antes mesmo de subir ao palco, o público já havia alterado o nome do festival para “Beychella”.
Esse show marcou a volta da cantora após um período afastada para a maternidade. Antes mesmo de subir ao palco, o público já havia alterado o nome do festival para “Beychella”.
O figurino, coreografias, apetrechos, instrumentos, tudo foi pensado para remeter ao protagonismo afro-americano. E até mesmo o repertório: Beyoncé incluiu a música “Lift Every Voice and Sing”, um hino nacional negro americano.
O show foi transformado em um documentário, “Homecoming”, disponibilizado na Netflix. Confira o trailer:
Dear Class of 2020
Devido à pandemia do novo coronavírus, muitos formandos tiveram os bailes de formatura cancelados. Com isso, o Youtube reuniu personalidades para homenagear essas pessoas em uma cerimônia virtual. Diversas personalidades públicas fizeram discursos parabenizando pela conquista e, claro, Beyoncé não poderia ficar de fora.
A cantora fez um poderoso discurso sobre tudo que estamos vivendo na pandemia, junto do movimento “Black Lives Matter”, que teve força depois da morte de George Floyd por um policial branco. “Parabéns aos formandos de 2020. Vocês chegaram até aqui no meio de uma crise global, de uma pandemia racial e manifestações de expressão mundial de indignação com a morte sem sentido de mais um ser humano negro desarmado”, lamentou.
“Obrigado por usarem suas vozes e avisarem o mundo que vidas negras importam. Os assassinatos de Geoge Floyd, Ahmaud Arbery, Breonna Taylor e muitos outros nos deixaram despedaçados. Deixou o país inteiro em busca de respostas. Vimos que nossos corações, quando colocados em ações positivas, podem despertar mudanças. Mudanças reais começaram com vocês, essa nova geração de graduados do ensino médio e superior que comemoramos hoje”, disse.
Confira:
Black is King
O terceiro álbum visual lançado por Beyoncé este ano, é baseado nas músicas do disco “The Lion King: The Gift” e inspirado na releitura do filme Rei Leão. A cantora misturou metáforas do filme com a jornada de pessoas negras e africanas.
Na abertura, a cantora traz uma narração, dizendo “Negro é sinônimo de glória”. E é essa narrativa que Beyoncé traz para “Black is King”, contrariando a imagem de pessoas negras que foi transmitida por décadas. Ela ressalta a riqueza e realeza na música “Brown Skin Girl”, que teve participação de sua filha Blue Ivy. “Garota de pele morena, sua pele é como pérolas. A melhor coisa do mundo”.
Black Parade
Também neste ano, Beyoncé lançou a música “Black Parade” com uma novidade. A faixa faz parte de uma ação para pequenos empresários pretos.
Ela transformou o site oficial na “Black Parade Route”, um e-commerce com peças de arte, quadros, roupas, serviços, lanchonetes, filmagem, beleza, moda e bem-estar desenvolvido por pequenos produtores pretos.
Ela transformou o site oficial na “Black Parade Route”, um e-commerce com peças de arte, quadros, roupas, serviços, lanchonetes, filmagem, beleza, moda e bem-estar desenvolvido por pequenos produtores pretos.
Além disso, a música assinada por ela e pelo marido, Jay-Z, também tem uma narrativa sobre superar a discriminação e enaltecer a cor da pele. E ainda, o lançamento foi em 19 de junho, dia em que se comemora a abolição da escravidão nos Estados Unidos.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina