Emicida diz que não se encontraria com Bolsonaro: 'Obviamente que não'

"Os valores que o Bolsonaro defende são completamente contrários a tudo que acredito", afirmou o rapper

Estado de Minas 28/07/2020 13:58
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(foto: Reprodução/Youtube)
Emicida foi o convidado do programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, 27.  Questionado pelo jornalista Alexandre De Maio, da Catraca Livre, se aceitaria encontrar-se com o presidente Jair Bolsonaro, Emicida foi direto: "Obviamente que não. Porque os valores que o Bolsonaro defende são completamente contrários a tudo que acredito”, afirmou Emicida. A resposta do rapper viralizou e os assuntos foi um dos mais comentados no Twitter nesta terça-feira.
O rapper citou seu último projeto, AmarElo, para explicar as críticas à Bolsonaro. “A capa do disco AmarElo é uma foto da Claudia Andujar. É uma fotógrafa que tem uma história de vida incrível. Ela é uma sobrevivente do nazismo… Ela vem para o Brasil e na exposição da Claudia Andujar é deprimente, porque tem o vídeo em que Bolsonaro está no Congresso nos anos 80 dizendo que ele ia fazer tudo o que ele está tentando fazer nesse momento. Então a natureza de alguém com esse tipo de pensamento, não se conecta de maneira nenhuma aos valores humanísticos que o Hip Hop defende. O Hip Hop é a luta constante de melhoria pra todo mundo”, afirmou.

Emicida comentou ainda sobre o controle da pandemia do novo coronavírus no Brasil. "A gente está ignorando a gravidade do que está acontecendo. A imagem do Brasil está completamente deteriorada, isso é muito sério. A gente não fala mais sobre controle do contágio, a gente já se refere à pandemia no passado", afirmou o compositor em resposta à jornalista Paula Carvalho, da rádio Jovem Pan.


Emicida ainda enfatizou que isso está atrelado à ideia de que a COVID-19 é apenas uma gripe. Para o rapper, esse discurso adotado por autoridades como o presidente Jair Bolsonaro, ressoou não só entre os apoiadores do governo, mas em setores "que estão no extremo oposto". Como exemplo, o cantor mencionou às manifestações antirracistas, ocorridas no Brasil no início de junho. Na época, ele se posicionou em suas redes sociais enfatizando que não sairia para as ruas em meio à pandemia. 


"Infelizmente, depois de quatro meses, as pressões não são só econômicas, mas psicológicas também. Eu sinto que a gente começou a entrar no automático e a ignorar a gravidade das coisas. As pessoas se sentem obrigadas a voltar para rua de alguma maneira, porque se sentem angustiadas", completou. (Com Estadão Conteúdo)




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