O ator e cantor Babu Santana surpreendeu o público assim que foi anunciado como um dos participantes do BBB20. O motivo é que o artista já tinha um currículo extenso no cinema, além de alguns trabalhos na televisão. Mas Babu entrou no programa com a intenção de colocar um holofote sobre a carreira, muitas vezes invisibilizada. E conseguiu.
Mesmo não sendo intitulado o campeão da temporada, o Paizão, como ficou conhecido, conquistou o público e, hoje, colhe os frutos da boa repercussão, estreando um canal no YouTube, com contrato assinado com a Rede Globo e ainda se dedicando à música, lançou, inclusive, na semana passada Morrão, com Papatinho. Ao Correio, ele fala da vida pós-reality e de racismo, pauta que defende há anos.
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Entrevista// Babu Santana
Durante o programa você sempre falava muito do desejo de vencer, talvez, porque não imaginasse que teria tantas oportunidades aqui fora. Como foi para você sair e ver que, de certa forma, você também era um campeão?
Durante o programa você sempre falava muito do desejo de vencer, talvez, porque não imaginasse que teria tantas oportunidades aqui fora. Como foi para você sair e ver que, de certa forma, você também era um campeão?
Eu acredito que me sentir campeão tem muito a ver com o olhar que tenho para minha trajetória, as infinitas e árduas batalhas, e hoje estar aqui. Sou muito grato pela oportunidade de ter estado no programa, que colocou sobre mim uma lente de aumento. E isso é especial, pois minha arte está reverberando mais, minhas falas sendo amplamente disseminadas, entre outras questões que esta visibilidade tem me trazido, algo que sempre quis desde que iniciei minha carreira nas artes. Outra coisa que considero importante mencionar é que ser campeão não tem apenas a ver com chegar, e sim com o percurso. E que percurso!
Você sempre falou dentro e fora da casa da sua luta contra o racismo e da importância de um preto vencer o programa. Para você, qual foi a importância da vitória da Thelma e também da sua boa repercussão lá dentro em meio a essa pauta?
Você sempre falou dentro e fora da casa da sua luta contra o racismo e da importância de um preto vencer o programa. Para você, qual foi a importância da vitória da Thelma e também da sua boa repercussão lá dentro em meio a essa pauta?
Essas pautas, essas falas, essa forma de me expressar, foi sempre assim. Porque eu sou preto, eu venho dessas raízes, isso é minha existência. Então eu fico feliz por saber que num programa de tamanha audiência, fomos capazes de debater, levantar assuntos como esse, trazer algum conhecimento e, sem dúvidas, muitas reflexões.
Ver Thelma vencer, com certeza, é ver os pretos vencerem, se inspirarem, se agigantarem, mas, claro, há muito o que fazer. Nós ainda somos tratados de forma diferente, os olhares ainda discriminam, as falas ainda machucam, as injustiças ainda existem.
Estamos vivendo um momento de manifestações pelas vidas negras. Como você enxerga tudo isso? Qual é a importância desse movimento?
Ver Thelma vencer, com certeza, é ver os pretos vencerem, se inspirarem, se agigantarem, mas, claro, há muito o que fazer. Nós ainda somos tratados de forma diferente, os olhares ainda discriminam, as falas ainda machucam, as injustiças ainda existem.
Estamos vivendo um momento de manifestações pelas vidas negras. Como você enxerga tudo isso? Qual é a importância desse movimento?
Na verdade, não estamos vivendo este momento, sempre o vivemos. A questão é que agora o racismo está sendo fotografado, gravado, chegando aos olhos de todos. Mas essa luta antirracista nasceu desde que nasceu, também, essa ideia estúpida e desumana de um cidadão branco escravizar um cidadão preto. A importância é falar que já chega! Que estamos cansados de sermos tratados desta forma. As pessoas precisam conhecer a história, o quanto o povo preto já sangrou e sangra.
Os diálogos precisam acontecer. E o poder público e a sociedade precisam ter ações. A inclusão não pode ser só uma palavra bacana e que muita gente abre a boca para dizer. Os movimentos reforçam que estamos vivos e queremos assim permanecer. E queremos estar, também, na liderança, no protagonismo. Igualdade e conhecimento libertam!
Os diálogos precisam acontecer. E o poder público e a sociedade precisam ter ações. A inclusão não pode ser só uma palavra bacana e que muita gente abre a boca para dizer. Os movimentos reforçam que estamos vivos e queremos assim permanecer. E queremos estar, também, na liderança, no protagonismo. Igualdade e conhecimento libertam!
Você lançou recentemente um canal no YouTube. Como veio essa ideia e como tem sido gravar esse conteúdo?
Estou cada dia mais me familiarizando com as redes sociais, e tem sido muito prazeroso. É um campo onde tenho muito o que aprender. E meu canal é esta oportunidade: de me aproximar mais do público, de termos bons diálogos, construtivos e com muito conhecimento. Além de poder cantar, dançar e, também, cozinhar. Estou animadíssimo com esse novo projeto e, junto com minha equipe, rascunhando pautas e novos quadros. Muita novidade a caminho! Se inscrevam e acompanhem.
Estou cada dia mais me familiarizando com as redes sociais, e tem sido muito prazeroso. É um campo onde tenho muito o que aprender. E meu canal é esta oportunidade: de me aproximar mais do público, de termos bons diálogos, construtivos e com muito conhecimento. Além de poder cantar, dançar e, também, cozinhar. Estou animadíssimo com esse novo projeto e, junto com minha equipe, rascunhando pautas e novos quadros. Muita novidade a caminho! Se inscrevam e acompanhem.
Você assinou contrato com a Globo. Já tem algo nesse sentido que pode adiantar de futuros projetos?
Estar na Globo é muito maravilhoso, um sonho que eu sempre tive. Alguns projetos estão sendo pensados e ainda não consigo adiantar muita coisa, mas o público pode aguardar muita coisa boa. Estaremos mais uma vez juntos pela arte.
Você também tem uma banda e tinha planos, antes da pandemia, de sair em turnê. Tem aproveitado a quarentena para tocar algo relacionado à música?
Sim, este é um momento em que estou conseguindo trabalhar e desengavetar muitos projetos. As ideias estão a mil por hora! É especial demais poder parar e pensar sobre os novos sonhos, histórias, personagens, músicas. Tenho um desejo imenso de estrear, sim, a turnê com minha banda, assim que for possível. A música é parte da minha vida e a música me escolheu nesta vida. Eu quero me expressar sempre por meio das canções e, enquanto não podemos fazer os shows, que estejamos juntos pelas redes sociais.
Como tem sido esse período de quarentena, saindo de um confinamento e indo para outro ainda mais duro?
Como tem sido esse período de quarentena, saindo de um confinamento e indo para outro ainda mais duro?
Isso, de fato, foi bem desafiador. É algo que o mundo não esperava, mas o importante, para quem consegue, é ficar em casa. Estou grato pela oportunidade de poder trabalhar e cuidar da minha família. Desejo que tudo isso passe e sejamos fortalecidos, tendo também um outro olhar para o mundo, para as pessoas e para o meio ambiente.