Morre Maria Alice Vergueiro, atriz do viral 'Tapa na pantera'

Aos 85 anos, uma das grandes damas do teatro estava internada desde 27 de maio com um quadro grave de pneumonia e insuficiência respiratória

Correio Braziliense 03/06/2020 13:01
Breno Fortes/CB/D.A Press
Considerada uma das grandes damas do teatro moderno e da contracultura brasileira, Maria Alice Vergueiro esteve em produções com grupos consagrados (foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)


Morreu, aos 85 anos, a atriz Maria Alice Vergueiro em São Paulo. A notícia foi divulgada por Ivam Cabral, ator, escritor e amigo da família da artista, nas redes sociais. De acordo com ele, a causa da morte foi broncoaspiração.

Maria Alice Vergueiro estava internada desde então com um quadro grave de insuficiência respiratória e pneumonia. Ela chegou a fazer teste para covid-19, mas o resultado também não foi revelado. O Hospital das Clínicas de São Paulo, onde a atriz estava internada desde 27 de maio, ao ser questionado pelo Correio, po r meio da assessoria de imprensa afirmou apenas que a família não autorizou a divulgação de nenhuma informação.

Trajetória


Considerada uma das grandes damas do teatro moderno e da contracultura brasileira, Maria Alice Vergueiro esteve em produções com grupos consagrados, como o Teatro de Arena, sob a direção de Augusto Boal; Oficina, com José Celso Martinez Corrêa; e Teatro do Ornitorrinco, do qual foi uma das fundadoras ao lado de Cacá Rosset e Luiz Roberto Galízia. Em 2006, fez bastante sucesso também na internet com o vídeo viral Tapa na pantera.

 

Maria Alice de Campos Vergueiro nasceu em São Paulo, em 19 de janeiro de 1935. Além de atriz de teatro, cinema e televisão, foi também pedagoga e professora universitária. Estreou no teatro em 1962, no espetáculo Mandrágora, sob a direção de Augusto Boal. Em 1967, passou pelo Teatro Oficina, onde atual na montagem de O rei da vela, de Oswald de Andrade, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Atuou junto ao Living Theatre e, ao lado de Luiz Roberto Galízia e Cacá Rosset, fundou o Teatro do Ornitorrinco.

Também foi professora da Faculdade de Educação e da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). No cinema, integrou o elenco de filmes como Maldita coincidência (1979) e Romance (1988), ambos de Sérgio Bianchi, Perfume de Gardênia (1992), de Guilherme de Almeida Prado, e Urubus e Papagaios (1985) de José Joffily Filho. Na televisão, atuou em novelas como Sassaricando e Bebê a bordo.

A última passagem nos palcos foi com a peça Why the horse?, espetáculo no qual encenava o próprio velório e lançava holofotes sobre a luta contra o Mal de Parkinson. A montagem era baseada nas obras de Alejandro Jodorowsky, Fernando Arrabal e Samuel Becket. Em 2018, foi lançado um documentário sobre a atriz, Górgona, com direção de Fábio Furtado e Pedro Jezler.

Maria Alice teve dois filhos com o marido Sílvio de Almeida, Maria Sílvia e Roberto Vergueiro de Almeida. 

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