Amigo é pra essas coisas (Aldir Blanc e Silvio da Silva Júnior, 1970) é o primeiro sucesso de Blanc. Saiu como a segunda colocada no Festival da Tupi do Rio de Janeiro graças à interpretação do MPB-4. A letra é de um esmero só, já que ele compôs 63 versos sem repetições. A música conta com pelo menos 120 regravações, quase sempre em dupla: João Nogueira e Emílio Santiago, Rui Faria e Chico Buarque, Quarteto em CY e MPB 4 são algumas que se destacam.
Dois pra lá, dois pra cá (Aldir Blanc e João Bosco, 1974)
O bolero, outro sucesso da dupla Blanc/Bosco que foi apresentado primeiramente por Elis Regina (gravado no álbum Elis, de 1974), acompanha uma jovem em um baile. É considerada uma das músicas mais sensuais da MPB. No jogo de palavras, que também é traduzido na melodia, há um homem inseguro e apaixonado, que não sabe dançar. “Sentindo frio em minh’alma/Te convidei pra dançar/A tua voz me acalmava/São dois pra lá, dois pra cá”. Já consagrada, a canção foi gravada por João Bosco em seu segundo álbum, Caça à raposa (1975).
O bêbado e o equilibrista (Aldir Blanc e João Bosco, 1979)
O clássico dos clássicos, chamado do “Hino da Anistia”, começou a ser composto entre o Natal e o Ano Novo de 1977. Seria uma homenagem a Charles Chaplin, morto em 25 de dezembro daquele ano, mas acabou ganhando uma conotação maior, se tornando um hino contra a ditadura. No verso “Choram Marias e Clarisses” a letra cita as viúvas de Manuel Fiel Filho e Vladimir Herzog, respectivamente, ambos mortos nos porões do DOI-CODI. Já o trecho “Brasil que sonha...com a volta do irmão do Henfil” é uma referência ao sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, exilado entre 1971 e 1979. Foi apresentada a primeira vez por Elis Regina em um programa de TV e fez sucesso mesmo antes de ser lançada.
Nação (Aldir Blanc e Paulo Emílio, 1982)
Canção de abertura do álbum Comissão de frente (1982), de João Bosco, também nomeou o derradeiro disco de Clara Nunes, lançado no mesmo ano. Sucesso na voz da cantora mineira, Nação é um samba que traça um roteiro de símbolos e arquétipos do universo afro-brasileiro.
Resposta ao tempo (Aldir Blanc e Cristóvão Bastos, 1998)
Gravada por Nana Caymmi no álbum de mesmo nome, virou um hit radiofônico ao se tornar a música-tema da minissérie Hilda Furacão, adaptação da obra de Roberto Drummond. É o maior sucesso comercial da carreira de Nana. Aldir Blanc tinha algumas boas experiências com bolero em sua parceria com João Bosco quando se uniu ao pianista Cristóvão Bastos para escrever uma forma de diálogo com o tempo. Mais tarde a canção foi registrada por Milton Nascimento, Leila Pinheiro, Simone e Fafá de Belém.