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Pais de artistas famosos comentam sobre o orgulho com o sucesso dos filhos

Montagem de fotos de Seu Wilson Oliveira entre os filhos Rogério Flausino (à esq.), Wilson Sideral, Letícia e Flávio Landau; Marcos Horta e a filha atriz, Andreia Horta; Ronald Zapala e seus filhos cantores sertanejos, Victor e Leo; Rogério Falabella com as filhas atrizes Debora e Cynthia Falabella; Itamar Machado de Souza beija a filha escritora, Paula Pimenta, em seu casamento
 
Wilson não é mais Wilson. Ele se tornou “o pai de Rogério Flausino, Wilson Sideral e Flávio Landau”. Isso quando não é chamado de “pai do Jota Quest”. Marcos é “o pai de Andréia Horta”. Itamar, “o pai de Paula Pimenta”. E Ronald é “o pai de Victor & Léo”. Embora tenha sua própria e consolidada carreira no teatro, Rogério Falabella também passou a ser mais famoso como “o pai de Débora e Cynthia Falabella”. Mas eles não se importam.
Ao contrário, enchem-se de orgulho quando o assunto é a prole. “Acaba havendo essa inversão. Foi um processo natural. Eles deixaram de ser meus filhos, e eu passei a ser o pai deles (risos)”, diverte-se o dentista e professor universitário Wilson da Silveira Oliveira, de 74 anos.

Dos quatro filhos que teve com Maria das Graças de Oliveira, a Dacha, três seguiram a carreira musical. “Brinco que são 'os três maluquinhos'. Só a Letícia foi para outro caminho, mas também é de humanas, já que é publicitária. Eles puxaram muito o lado da minha esposa, porque meu sogro era seresteiro, gostava muito de cantar.
Os meus cunhados também são bem musicais”, conta.

Wilson percebeu a vocação artística dos filhos quando eles ainda estavam na infância. Aos 6 anos,  Wilsinho pediu um violão. “Confesso que eu bem queria um filho médico ou engenheiro, que são profissões mais seguras. Mas, quando vi esse talento e que era o que eles queriam, passei a dar apoio e incentivar. Não tinha jeito. Tanto é que estão bem-sucedidos no que fazem.”

Quando o Jota Quest começou a despontar, Rogério, o primogênito, ligou para o pai avisando que colocaria Flausino no nome em homenagem ao avô materno, José Flausino. “Ele me perguntou se eu ficaria chateado com isso, por não ser da minha família. Muito pelo contrário.
Eu era fã do meu sogro, ele foi o mentor musical de toda a família. Pena que morreu antes de ver o sucesso dos meninos”, comenta.

Viúvo desde 2015, Wilson mora em Alfenas, mas está passando uma temporada em Belo Horizonte e pretende passar o dia de hoje ao lado de toda a família. Apesar de viverem na estrada por conta dos shows, Flávio, Rogério e Wilson prometerem estar juntos neste Dia dos Pais, assim como Letícia, que mora em BH. “Não sei o que estão preparando, mas o importante é encontrar os filhos, os netos, ainda mais agora que não temos mais a Dacha. Tenho muito orgulho de todos, da responsabilidade que eles têm e de nunca terem perdido a simplicidade e os valores que eu e minha esposa transmitimos a eles.”

FILHOS QUE CANTAM Mesmo com a agenda intensa dos filhos, Ronald Zapalá Pimentel, de 68, dá um jeitinho de se comunicar com os sertanejos Victor e Léo, agora em carreiras solo. “Sempre que posso, vou até a casa do Léo (em Uberlândia) e a do Victor (em BH). E, quando eles podem, vêm até aqui (Vargem Alta, no Espírito Santo) também. Quando o show é mais próximo, dou um jeitinho de ir, e o encontro é sempre caloroso. A distância não complica e com a internet facilita demais. A gente até conversa olhando no olho um do outro”, diz.

O aposentado, que também é pai da psicóloga Paula, acompanhou o nascimento dos três filhos e se diverte com a lembrança da chegada de Léo.
“No momento em que a enfermeira saiu com ele do centro cirúrgico,  vi aquele garotão lindo. Abracei ele e a enfermeira (risos).” Outra recordação marcante foi a do episódio em que presenteou o filho com um par de tênis novos. “Ele devia ter uns 6, 7 anos. Dei o novo para ele deixar o velho mais encostado. No dia seguinte, Léo foi para a aula com o tênis velho e não entendi. Ele me disse que tinha um coleguinha que só ia de chinelo para a escola por não ter condições de comprar um novo e aí decidiu dar o tênis dele a esse menino. Léo sempre foi uma pessoa de um coração imenso. Não é apegado a coisas materiais. Se ele puder ajudar, ajuda”, afirma.

O pai diz se orgulhar dos filhos não necessariamente por serem artistas famosos. “Sei que se trata do Victor e Léo, mas não sou pai dos cantores, e sim de duas pessoas que cantam.
São figuras maravilhosas, simples, inteligentes, sabem respeitar os outros.” Ronald não passará este domingo com os filhos, mas ressalta que todo dia é dia dos pais. “Eles também são pais e estarão com os filhos. A gente vai se falar, com certeza.”

PAIS DE PEIXE O ator e diretor Rogério Falabella, de 83, admite que não fez “muita força” para que as filhas Cynthia e Débora Falabella seguissem os seus passos. “(A carreira artística) Não é uma coisa certa, como um funcionário público ou de uma empresa privada. Você nunca sabe o que vai acontecer, mas me dá muita satisfação e é gratificante ver que elas acharam seu caminho e com muita seriedade. As duas sempre foram muito dedicadas, estudiosas”, afirma.

Com a cantora lírica Maria Olímpia, Rogério é pai também de Júnia, que seguiu carreira na publicidade e vive em BH. “São três filhas, três netas. Sou o único homem nesta família de mulheres. Mas acho ótimo. A única coisa que a gente lamenta é que a Débora e a Cynthia moram em São Paulo. O ideal seria todo mundo junto, mas a gente entende. A tecnologia ajuda a diminuir a saudade.” O Dia dos Pais será sem as filhas e as netas, que vivem na terra da garoa. “Com elas vai ser via WhatsApp, mas a Júnia e a Irene, minha neta, estarão aqui celebrando conosco.”

Outro que viu a filha continuando seu legado é o ator, autor e diretor teatral Marcos Soares Horta, de 61. Mineiro de Juiz de Fora, mas morando em Santo André (SP), na verdade ele era comerciante e se formou como técnico metalúrgico, ofício que exerceu durante 13 anos. Mas quando "esbarrou" no teatro, por acaso, numa empresa em que trabalhava, resolveu estudar artes cênicas e descobriu seu amor por interpretar, escrever e dirigir. Já está neste ramo há 24 anos e por isso sempre estimulou a filha, Andreia Horta, a trilhar seu caminho como atriz.

“Dois principais sentimentos me habitam faz tempo: um deles é o orgulho constante por ela conseguir esse status como fruto de seu talento aliado a uma dedicação, estudo e respeito profundo ao seu dom, seu ofício e sua arte. O outro é pela oportunidade de tê-la apoiado desde o início e sentir que isso teve importância. Das peças teatrais de que participou na infância e na adolescência, passando pelo incentivo a vir para São Paulo estudar artes cênicas e trabalhar comigo em teatro empresarial, até sua chegada à TV e ao cinema”, diz.

Marcos Horta conta que Andreia foi um bebê muito desejado. Cristina, a mãe, tentou engravidar durante quatro anos. “Não quisemos saber o sexo antes e isso aumentou a emoção ao ver aquela menina linda em nossos braços. Foi quando definimos seu nome. Estávamos entre dois, mas o rostinho era de Andreia. Daí em diante, foi só 'babar'!” A “tietagem” paterna continua. “Tenho quase tudo gravado e milhares de recortes de jornais e revistas. Sempre conversamos sobre seus trabalhos. Além disso, é uma filha amorosa, preocupada com os pais e presente. O Dia dos Pais será em minha casa, com os filhos reunidos (ele também é pai de Thiago e Guilherme). O melhor dos presentes nesta data é ter meus filhos felizes e por perto.”

FÃ NÚMERO 1 Se tem alguém que não pode reclamar da distância da filha é o ginecologista e obstetra Itamar Machado de Souza, de 71, pai da escritora Paula Pimenta. “Fui a primeira pessoa que a viu, fiz o parto em que ela nasceu. Eu me sinto muito feliz por isso. Foi maravilhoso e muito emocionante”, conta. Os dois vivem na capital mineira e vão passar este 11 de agosto juntos, provavelmente na casa da sogra de Paula, pois é o primeiro Dia dos Pais do marido da escritora, Márcio – Mabel, a primeira filha do casal, nasceu no fim de agosto do ano passado.
 
O médico, que faz questão de gritar aos quatro cantos que é pai de Paula Pimenta e seu fã número 1, enumera alguns momentos marcantes da vida da autora de Cinderela pop. “A festa de 15 anos, na qual dançamos uma valsa. O lançamento dos livros – sempre li muito e acho que a influenciei neste amor pela literatura. E, mais recentemente,  o nascimento da Mabel, minha primeira neta. Acompanhei o parto, foi muito emocionante. Dá muito orgulho ter uma filha reconhecida internacionalmente pelos seus livros.”
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