Morreu, na manhã deste domingo, em Belo Horizonte, o artista plástico Décio Noviello. Ele tinha 90 anos. A causa da morte ainda não foi informada, mas familiares confirmam que ele estava em casa. O corpo está sendo velado na Funeral House. O sepultamento será realizado, às 16h, desta segunda-feira, no Cemitério do Bonfim.
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Em busca de sintonia entre as ornamentações do ambiente e dos foliões, ele começou a escrever o capítulo mais luxuoso do carnaval de rua belo-horizontino, que durou de 1983 a 1988.
Em entrevista concedida ao Jornal Estado de Minas, Décio relembrou como era o carnaval na cidade. “O povo vinha de toda parte ver a avenida. A decoração estava linda, mas não tinha nada decente para passar por baixo dela. Nossas escolas eram a Canto da Alvorada, com tudo muito pé-rapado, e a Cidade Jardim, com umas meninas de sutiã de tirinha vermelha e calçãozinho, ou então usando camisetas rasgadas, desfiadas com tesoura. O corpo pintado de urucum, todo mundo descalço ou de chinelo de dedo, uma coisa horrorosa. Não dava”, disse.
Noviello relembrou os tempos em que cortejos das escolas de samba eram o ponto alto do carnaval de BH. Diferentemente de hoje, ninguém queria saber de bloquinho. A cidade superava São Paulo em esplendor na avenida. “Paulistas? Eles não tinham nada. Nosso carnaval aqui era muito melhor. Lá só ficou bom depois que fizeram o sambódromo”, diz. “A prefeitura começou a botar dinheiro, ficou uma beleza. Vinham mestre-sala e porta-bandeira do Rio. Pra nós, dos bastidores, as coisas deram uma melhorada boa. O comércio passou a oferecer materiais adequados para adereços e fantasias, coisa que não tínhamos no início”, conta.